Santa Báraba e Iansã são duas entidades diferenciadas para os puristas do candomblé, mas o povo não vê assim
Tasso Franco , da redação em Salvador |
04/12/2012 às 15:39
Baianas, mãe e filha, na porta do Afoxé Filhos de Gandhy, à espera da procissão
Foto: BJÁ
4 de dezembro é o dia em que uma parte da população de Salvador, mais vinculada ao candomblé, o chamado povo de santo, se veste de vermelho para saudar Iansã, a senhora dos trovões, que é também Santa Bárbara na igreja católica.
Essa simbiose entre as duas entidades é tão forte que, mesmo os puristas do candomblé, aqueles que defendem que santo é santo; orixá é orixá e, de fato, nas duas religiões são entes diferenciados, não conseguem louvá-las separadamente.
Na cabeça de boa parte da população Santa Bárbara é Iansã e acabou. E é assim que se comemora a festa para essas entidades religiosas e as pessoas que são devotas ou que têm iansã como dona dos seus oris (cabeças) se vestem a rigor, capricham na indumentária e se apresentam bonitas, bem ornamentadas para este grande dia. Iansão não é tão vaidosa como Oxum, mas, tem seus caprichos.
O que se viu, hoje, no centro histórico de Salvador foi isso: milhares de pessoas vestidas de vermelho para louvar Santa Bárbara. Cristina veio de Cachoeira e trouxe uma cesta de acarajés para distribuir com as pessoas que estavam no Pelourinho. "É uma oferenda, uma obirgção, agradecendo o fôlego que respito, que é ela (iansã) que me proporciona", disse ao BJÁ.
Ivone é baiana do Tororó e também trouxe flores vermelhas para louvar a santa. "Eu não dou a ninguém e carrego comigo por toda a procissão. Elas são da minha deusa e só", frisa para o BJÁ.