vide
Na expo permanente visitantes têm noções da cultura préhispânica 600Ac a 1400 Dc
Foto: BJÁ
O Museu do Ouro é uma das preciosidades da Colombia. Localizado no centro de Bogotá e pertencente ao Banco de la Republica (Banco Central) contém a mais valorosa coleção de obras em ouro da fase préhispânica, período que vai de 600Ac a 1400 Dc e integra conhecimentos de 12 comunidades nativas - Muisca, Tairona, Zenú, Ubara, Quibaia, Calima, Cauca, Tolima, Tierradientro, San Agustin, Marino e Tumaco. Não há similiar na Brasil porque não tivemos culturas tão avançadas neste periodo. Na Bahia, então, nosso tupinambás eram primitivos.
Essas obras de arte, em ouro e também em cerâmica, foram decisivas (os estudos ainda seguem em movimento) para compreender a história ancestral do país, riquissima, com sociedades organizadas em várias várias regiões e que desenvolviam atividades espirituais, de comércio, agricultura e mineração. É a partir dessas descobertas que os antropólogos desvenderam modos de vida desses povos, constituições familiares e assim por diante.
O invetimento do Banco de La Republica que preserva, investiga, divulga e exibe essa coleção da metalurgia préhispânica se converteu na memória cultural da Colombia. Sua coleção se iniciou em 1939, quando o banco adquiriu um recipiente para o cal, o poporo quimbaya. Na década de 1940, teve lugar a primeira exposição. Em 1947, se montou a primeira expo permanente num salão dedicado a visitantes especiais. Só em 1959, o banco abriu a expo para o público.
O atual museu situado bem no centro de Bogotá surgiu em 1968 com a construção de um edifício concebido e desenhado como um museu moderno, com todo equipamento requerido, e plantas orientadas por aquitetos, museólogos, educadores e arqueólogos. Em 1998 passou por novas adapatações (Museu do Ouro do século XXI) tornando-se um centro de investigação e interação acadêmica, de cooperação e alianças estratégicas nacionais e internacionais. O prédio tem quatro pavimentos com salas para expos, áreas para estudos, lojas de comércio, restaurante, central de informação e assim por diante.
Como a GranColombia envolvia originalmente os territórios atuais da Colombia, Equador e Peru, esse centro de estudos e pesquisas é o mais avançado desses três países. Vê-se, pois, a importância para essa parte do continente da cultura andina, do Museu do Ouro. Há salas de estudos permanentes, análises de novas descobertas em sitios arquelógicos e como se trata de uma cultura que trabalha com um metal precioso, enfrenta a "guerra" dos salteadores de sítios arqueológicos, bandidos, e comunidades rurais que não têm consciência do valor de algumas peças encontradas e as vende no mercado joalheiro.
O museu é visitado por milhares de pessoas, diariamente, e o ingresso custa R$3,00. Bogotá tem 58 museus todos abertos ao público, 62 galerias de arte e 45 teatros. Uma vida cultural intensa. Para quem é dessa área então, uma maravilha. Só no campo militar e da história existem uns 8 museus, um deles, das Forças Armadas, também no centro da cidade, próximo de outra joia local, o Museu de Botero.
A cidade, fundada pelos espanhóis como Bogotá de Santa Fé, em 1538, numa savana à beira de montanhas dos Andes e onde corria o Rio São Francisco (hoje, morto) é também um centro universitário da região Norte adina. Tem 22 universidades, algumas de qualidade duvidosa. A melhor é a Los Andes e custa ao alunado 10.000 dolares o semestre para cada estudante. A Universidade Pública de Bogotá tb é paga e vale 150 dólares por aluno ao semestre.
MUSEU DO OURO
Estima-se que o Museu do Ouro tem uma coleção de 50 mil peças de ouro, madeira e cerâmica. A maioria de ouro. As peças de ouro são de arte, algumas delas como "a barca" (a mais valiosa) com detalhes impressionantes. Há de tudo: máscaras, pingentes, colares, narigueras, máscaras funerárias, peitorais, figuras homens pássaros, figuras homens animais, alfinetes, morcegos, uma infinidade de objetos uns diferenciados dos outros, próprios de cada cultura.
Numa das salas do museu o visitante tem a oportunidade de conhecer como se deu a evolução dos processos de mineração até a arte nos metais, a partir da transformação do ouro, do cobre, da prata do platino com os quais os nativos fizeram milhares de objetos distintos. Muitos desses objetos em ouro adornavam corpos humanos e os espanhóis ficaram admirados e enloquecidos com essa riqueza quando chegaram ao território da Colombia. Daí que a conquista espanhola nessa região é marcada por massacres e pela corrida ao ouro.
Estima-se que as antigas populações da Colombia iniciaram a trabalhar com o cobre e o ouro 1.500 Ac e no ano 500 da atual era (portanto 1.000 anos da descoberta do Brasil) a metalurgia era uma atividade corrente desde o México até o norte do Chile e Argentina.