Em dizer popular, quem vai ao Peru e não conhece Cusco, é o mesmo que ir à Roma e não vê o papa e/ou ir à Paris e não subir na torre Eifel. Na relação com a Bahia, quem não sobe e desce o elevador Lacerda e não aprecia um acarajé com pimenta, acá não esteve. O Peru tem muitas atrações turísticas em todo seu território, a capital Lima tem espaços encantadores, mas, Cusco supera tudo.
Essa antiga capital do Império Inca, cuja expansão econômica e força cultural se deu no período que vai de 1100 dC a 1500 dC, até que a dominação espanhola aproveitando-se da fragilidade de uma divisão interna do poderio Inca, uma disputa entre irmãos, fez com que os europeus fincassem os pés de vez na América Espanhola. E, Cusco, hoje, é isso: uma mistrua da cultura espanhola colonial de forte apelo católico apostólico romano e da ancestralidade inca.
A cidade é belíssia. Tem um dos centros históricos patrimônio cultural da humanidade mais bonitos que conheço em toda América Latina. É impressionante: só na Praça das Armas há um conjunto arquitetônico formado pela catedral, com as acopladas igrejas da Sagrada Família e do Triunfo, e mais no outro lado a igreja dos jesuitas e os antigos palacetes dos incas, que dão o tom de grandeza da cidade.
Tudo limpo, bem conservado, com jardins floridos, bancos de contemplação e tudo o que um turista aprecia. Mas, de diferentes de Lima e de cidades européis, há muitos vendedores de artesanato, capas de chuva, bugingangas e tudo mais.
Evidente que estamos falando de turismo misturado com a história. E os peruanos estão sabendo tirar proveito disso. Hoje, a Praça das Armas, ponto mais visitado de Cusco a capital da Província, com seus 380 mil habitanres, tem um comércio itenso estabelecido nos arcos do conjunto arquitetônico, e 16 restaurantes nos segundos pisos, quase todos com balcões que permitem uma visão maravilhosa da praça.
A infra-estrutura turísitca de Cusco, considerando seus menos de 400 mil habitantes, portanto uma cidade de padrão pequeno no Brasil para ser sede de uma Província (Estado), é invejável. Dezenas de hotéis, sendo 4 deles de 5 estrelas, pousadas, um aeroporto Internacional com voos para Lima e vários outros países da AL, e uma intensa movimentação de turistas norteamericanos e europeus.
Só nos restaurantes da Praça das Armas existem 5 deles que têm shows folclóricos peruanos diários (bem mais pobres do que os da Bahia em sua diversidade), com os locais quase sempre lotados. Todas as igrejas, conventos e a catedral são abertas ao público, assim como museus e sítios arqueológiso pré-incas nos arredores de Cusco. E ninguém sai roubando santo como alega o cardeal da Bahia para não abrir as igrejas e a catedral de Salvador.
E olhe que a catedral de Cusco, observando-se apenas no plano da riqueza, tanto das obras de arte, quando dos candelabros de ouro e prata, e as imagens e os nichos das capelas, deixa a catedral inaciana de Salvador no chulé. Só para se ter uma idéia, na capela do Cristo Negro, uma das mais visitadas da catedral, o Cristo está ornado com uma coroa de ouro pesando 8 quilos.
Considerado pelos peruanos de Cusco como Senhor de Los Temblores, porque conseguiu salvar a população local dos terremotos que já aconteceram, um dos mais graves de 1731 (outro forte, em 1950), esse Cristo Negro é apenas um dos muitos santos todos ornamentados com ouro e prata. Diz-se que parte da prata de Potosi que os espanhóis de Francisco Pizarro não levaram para a Espanha está na catedral de Cusco.
Na capela da prataria se observa um conjunto de peças, só nesta capela, que as igrejas de Salvador todas reunidas não têm.
Há de se dizer que isso não representa a fé. Mas, sim, é um atrativo turístico. O fausto, a riqueza da coloinização, as obras de arte e assim por diante. Turistas rezam pouco ou quase nada. Mas, apreciam demais as artes. E os europeus e norteamericanos então são fanáticos nesse sentido. E deixam divisas para a cidade. O comércio de Cusco é itenso e o artesanato muito diversificado.
Existem, pelos menos, três mercados de arte, um deles do tamanho do Mercado Modelo ou maior, e dezenas de lojas de prataria e ouro. A cidade, a rigor, vive do turismo porque toda essa rede de restaurantes,hotéis, etc, exige uma abastecimento de víveres e bebidas, prestações de servi;os diversos, que também chega aos arredores de Cusco.
Os peruanos, desde o tempo dos Incas, a chamam de cidade umbigo do mundo, da sabedoria, do poder e da cultura. (TF)