Turismo

VALE DO CAPÃO NA CHAPADA É UMA DAS 7 MARAVILHAS DO TURISMO NA BAHIA

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| 02/08/2010 às 11:44
Próximo da Rampa do Gato mochileiro contempla o Vale do Capão
Foto: BJÁ
 

O Vale do Capão na Chapada Diamantina, município de Palmeiras, é uma das sete maravilhas da Bahia.


Ao longo dos séculos, diz-se que o local já foi mar, a natureza esculpiu um dos recantos mais belos da Bahia com cânions, cachoeiras, grutas, montanhas, cavernas, uma flora encantadora, clima agradável, água puríssima das nascentes, paisagens deslumbrantes, algo de deixar qualquer pessoa inebriada.


Destaco de cara três vantagens agradáveis de uma visita ao Capão: a primeira delas é que ninguém fala de violência. Não há violência. No território do vale, entre Palmeiras e o povoado da Bomba já nos contrafortes do Patí (prolongamento do vale) reina a paz.

Comunidades alternativas, pousadas, a vila do Capão Grande (ou simplesmente vila, hoje, Caeteaçu), silêncio e meditação.


Você pode deixar seu carro na beira da estrada e tomar rumo na trilha do Riachinho, banhar-se na cachoeira, passar à tarde que seja, e retorna e encontra seu carro intacto, sem guardadores, sem ninguém para lhe pedir um trocado. Nada.


A segunda vantagem é que, no vale, celular não funciona. No máximo, até Palmeiras. Daí em diante, zero call. Não há jornais, rádios só algumas da região, televisão assiste-se só Rede Globo e Educativa, com dificuldades, e internet com plugs nos apartamentos de pousadas são raríssimas. Há acesso à internet em várias pousadas. Mas, restrito a um Center com um ou no máximo dois computadores.


Então, meu caro, é tranqüilidade total. Desligar-se do mundo.


A terceira vantagem é a consciência coletiva da população nativa e estrangeira em relação ao meio ambiente. Nunca vi nada igual.

Passarinho em gaiola é raridade. Caçar de espingarda ou outro artefato, alternativa zero. Jogar lixo nas trilhas, incomum.

Preservação da natureza como ela se encontra é a palavra de ordem. Ninguém sobe nos morros e retorna com ramalhetes de flores. No máximo, uma plantinha para fazer um chá e olhe lá. Pela exuberância da flora local imagina-se que deveriam existir algumas floriculturas locais. Ledo engano. A natureza é para ser apreciada, fotografada, cheirada e ponto final.

Banho de cachoeira é permitido e uma obrigação, mas, ninguém leva uma galinha com farofa para se banquetear nas proximidades.


O Vale do Capão integra o Parque Nacional da Chapada Diamantina e é o ponto de partida para uma visita a Cachoeira da Fumaça, ao Vale do Patí, o Gerais do Vieira, Morrão, trilhas no Rio Preto, Águas Claras, Riachinho, Conceição dos Gatos, Contagem, Sossego e outros.


É também um vale traiçoeiro. Recomenda-se, aos visitantes, utilizar-se de um guia.
Paga-se, por um deles, R$70, a diária. Existe uma associação que abriga esse pessoal também responsável por resgates e combate a incêndios.

Existem dezenas de histórias de visitantes que se perderam nas gerais, nas trilhas, nas montanhas e nos riachos. Casos de morte são citados com freqüências pelos guias. Uns para se valorizarem; outros, reais.

De toda sorte não é bom brincar com a natureza. Às vezes, imagina-se uma nascente ou riacho sem profundidade e está ali o perigo.


Também não se deve mexer e tocar ou cheirar a flora. Existem muitas plantas venenosas e outras espécies que provocam inflamações na pele ao menor contato.


No Capão existem várias pousadas com preços de hospedagem que variam de R$70, a R$500, a diária. Evidente que isso vai de acordo com o cliente. O mais adequado é consultar a internet ou alguma pessoa que já foi ao local e tem referências.

Reservas pela internet são confiáveis desde que o hóspede pague 50% antecipado. É preciso ter cuidado com algumas fotos e paisagens postas na internet sobre determinadas pousadas que não correspondem à realidade.


O local tem bons restaurantes à disposição de visitantes. Isso vai da comidinha caseira e nativa a pratos italianos, nacionais e franceses. As cartas de vinhos dos restaurantes são limitadas.

Alguns cobram R$20,00 por rolha caso você leve seu próprio vinho. Outros concordam, gratuitamente. Os preços das comidas variam entre R$25, a R$45, por prato. Vários aceitam cartões de crédito.


Nesta época do ano a temperatura cai às noites. Bom para um encorpado tinto. Leve agasalhos. Na baixa-estação, que começa agora em agosto, os preços caem.

O pastel de palmito de jaca e o suco de maracujá do mato são os petiscos nativos mais apreciados.


Se você não for de carro próprio existem rurais e outros veículos que fazem a rota Palmeiras/Vale do Capão. Se v é trilheiro a caminhada atinge 20km.


Boa viagem. (TF)