MENSAGEM:
Não sei se é só impressão, mas o verão baiano de uns anos para cá, mudou de face. Bares abriram, bares fecharam, o mesmo com boates, os ensaios tradicionais, já não são mais tão tradicionais assim, e os lugares inimagináveis se tornaram palco de festas ‘a La Bahia'.
E todo aquele frisson das grandes festas, já não acontece mais. E os horários? Tudo começa tão cedo, e também têm acabado tão cedo. Creio que já tivemos um verão mais excepcional, mais agitado e mais baiano.
Falo por uma new generation que responde pelos movimentos, pelo dinamismo, pelo que não pára. E ao mesmo tempo somos influenciados pelo Caetano Veloso ou pelo Gilberto Gil, que quiseram ecoar suas vozes no Brasil e no mundo. Hoje, somente sinto que a nossa Bahia se encontra em um desnível: social, econômico, político, profissional, mercadológico.
E rezo ao Senhor do Bonfim, que não cheguemos ao desnível cultural, acredito e preciso acreditar que nosso DNA não permite isso.
Acordem empresários, políticos, artistas. Acorda Bahia. Vamos saber que o momento é
de up, vamos estacionar no Carnaval? Isso é tudo? E o Turismo? Nossa Bahia tão linda, sendo tão pouco valorizada. Por quê? Simplesmente porque estamos parados. Nossa política social não impõe uma realidade business vitalícia. Voltamos ao estado do ‘já foi', do ‘já teve'.
Tragam hotéis, tragam empreendimentos, nos dêem uma orla de verdade, não essa favela com areia e mar que temos hoje. Tragam mais shoppings, mais lojas, mais fábricas. Chega de perder investimentos.
Chega de tanta burocracia, tanta hipocrisia.
Imponham os serviços com extensos horários, os cafés 24h, os restaurantes que só fecham quando o último cliente vai embora, não entreguem imensas áreas urbanas aos espaços patéticos e marginalizados. Artistas baianos: valorizem essa terra, façam daqui o seu maior chão.
A imprensa precisa gritar mais alto: não estão ouvindo, e não querem ouvir. E nós baianos, cobremos, vamos gritar a indignação. É tão difícil perceber que estamos na contramão do crescimento? Até quando todas as naturalidades brasileiras terão que fazer por nós, o que não fazemos?
Há um pedaço de terra litorâneo no sul da Bahia, onde as coisas realmente funcionam com muito profissionalismo, muita qualidade premium. Temo que sejamos obrigados a fugir para Trancoso, ou para qualquer desses lugares, onde os internacionais, os endinheirados nacionais, sabem fazer as coisas. Porque dessa forma, não há baianidade que resista. (Tamyr Mota, por e-mail)