Turismo

EXCLUSIVO: COMO A MÁQUINA PARTIDÁRIA ESTÁ DESESTRUTURANDO O TURISMO

A Bahia é um dos maiores centros de turismo do Brasil
| 14/04/2007 às 21:24
Salvador é o portal de entrada do turismo na Bahia (Foto? Google)
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    Vocês vão conhecer, agora, como se faz política partidária com o turismo na Bahia do governador Jacques Wagner, desmantelando uma estrutura que vinha funcionando com sucesso. A Bahia tem uma das melhores políticas de captação de turistas do país e o Estado criou uma infra-estrutura invejável em relação aos seus competidores no Nordeste brasileiro.

    Desde 2003 que a PNT (Política Nacional de Turismo) criou os Fóruns Estaduais e suas Câmaras e Consellhos com o intuito de descentralizar as discussões do PNT e compartilhar as decisões com toda a cadeia produtiva do turismo.

    O desafio da PNT é estruturar o seu núcleo estratégico e os colegiados para a gestão descentralizada consolidando-os e organizando-os para a composição do Sistema Nacional do Turismo.

     As reuniões do Fórum com aproximadamente 100 participantes entre conselheiros e convidados era dividido em duas partes. A primeira com informações pertinenetes do governo federal e estadual sobre as novas ações no turismo e apresentação do calendário de feiras nacionais e internacionais que o Brasil e a Bahia participariam.

    Em tempos idos, durava cerca de uma hora a uma hora e trinta. A segunda parte era dedicada a apresentação dos projetos que seriam ou não chancelados pelo Fórum e encaminhados para o Ministério de Turismo com seu plano de trabalho. documentação etc. Só demoravam mais as que tinham discussão de grupos e votação de conselheiros.
     Antes da apresentação dos projetos no Fórum, eles passam por uma avaliação da Câmara de sua região (legalmente constituída), para discussão da pertinência regional do projeto. Só vai para o Fórum se for aprovado na Câmara.

     Esta foi uma decisão que consta em ata de novembro de 2006. A segunda parte durava de uma hora e meia a duas horas. A maioria dos participantes (80%) vêm do interior do estado bancando seus próprios custos.

O DESMONTE

   No dia 9 último ocorreu a 13a reunião. Marcada para iniciar às 14 horas, o secretário de Turismo, Domingos Leonelli e ssua equipe só chegaram às 14h45m e ficaram esperando pela Deputada Lídice da Mata para iniciar a reunião.

    Ora, como se sabe, a deputada Lídice é presidente da Comissão de Turismo da Câmara, mas, não faz parte da equipe de governo do Estado. Daí, porque esperar a deputada para uma reunião dessa natureza? Essa foi a primeira surpresa.

   Após a chegada de Lídice a reunião começou e houve um desconforto no plenário (aproximadamente 100 pessoas),pois, a reunião só se iniciou às 15 horas.

    O mestre de cerimônias foi o secretário Leonelli, o qual, segundo uma pessoa presente a reunião toda hora parava para anunciar a chegada de uma autoridade. Em seguida, Leonelli faz um discurso político de aproximadamente 40 minutos. Chega a deputada e a palavra vai para ela que faz outro discurso.

    Depois o secretário volta a falar. Na sequência é a vez da representate do Ministério do Turismo (falou tecnicamente por 20 minutos com a mesma apresentação feita em novembro passado), em seguida a palavra política foi da presidente da Bahiatursa, seguida do discuros do representante do Banco do Nordeste. Até às 18 horas só discursos.

      Após o coffee break metade do público já havia ido embora. Começa a discussão da aprovação dos projetos e o Leonelli sugere que seja criada uma comissão na Secretaria de Turismo para avliar os projetos e que seria esta comissão que aprovaria ou não. O plenário reage, dizendo que isto era jogar fora todo o trabalho destes 4 anos. O secretário volta atrás, mas não quer colocar os projetos para aprovação.

    Finalmente (19 horas) resolve chancelar os que foram aprovados pelas câmaras e marcar uma reunião extraordinãria para apresentação dos outros projetos. A platéia reage. Muita discussão em paralelo. O plenário se esvazia e o secretário resolve verificar o quorum (19h45m) e anuncia que não tem quorum para aprovar nada e dá por encerrada a reunião, saindo da sala debaixo de muita reclamação. Vinte horas. Nada do que se discutiu nos último 3 meses foi aprovado. Foi com se a reunião não tivesse existido.