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ADEUS X: 22 MILHÕES DE USUÁRIOS NÃO TÊM MAIS O APLICATIVO NO BRASIL

Até os governos dos estados e federal usavam o X para enviar mensagens e anunciar novidades
Tasso Franco ,  Salvador | 31/08/2024 às 11:08
Alexandre de Moraes
Foto: STF
  O X, também conhecido como Twitter, não está mais disponível no território brasileiro. Com mais de 22 milhões de usuários no Brasil, a plataforma do bilionário Elon Musk começou a sair do ar por volta das 0h deste sábado (31/8) para algumas operadoras de telefonia.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão da rede social. A medida vale até o X pagar as multas e indicar um representante no Brasil. O ministro determinou ainda a aplicação de multa de R$ 50 mil para quem usar VPN para acessar a rede social.

A decisão foi tomada após o X não cumprir a decisão do ministro de indicar um representante legal no Brasil. O pedido de Moraes visa garantir que o X respeite as leis brasileiras e que a empresa pague multas que foram impostas pela Justiça. O Código Civil proíbe que empresas estrangeiras atuem no Brasil sem um representante legal no país. 

Na quinta-feira (29/8), Moraes determinou o bloqueio das contas no Brasil da empresa Starlink, do bilionário Elon Musk. O objetivo da decisão é garantir recursos suficientes para o pagamento de multas aplicadas ao X (antigo Twitter) em ações na Justiça.

A suspensão do serviço não acontece instantaneamente. As operadoras têm que impedir o acesso dos clientes a todos servidores da rede social, incluindo tanto o que é acessado pelo navegador quanto o que é armazenado no celular.

Para alguns usuários que já estão sem acesso, o site ou aplicativo chegam a mostrar o template do X, mas não carrega as postagens e perfis.

Comprado pelo bilionário Elon Musk em 2022, o X, que até pouco tempo era chamado de Twitter, não divulga o seu número de usuários. Mas consultorias estimam que sejam 20 milhões no Brasil, um dos principais mercados da rede social no mundo.

Às 3h46, Musk usou o X para dizer que vai começar a publicar no domingo (1º) o que ele chama de "longa lista de crimes" do ministro do STF. "Obviamente, ele não precisa obedecer às leis dos EUA, mas precisa obedecer às leis do seu próprio país. Ele é um ditador e uma fraude, não um juiz", atacou.

Os capítulos até a suspensão

17 de agosto: em um post no X, a rede social anuncia o fechamento do seu escritório no Brasil, alegando que Moraes ameaçou prender a então representante legal da empresa no país.

28 de agosto: em seu perfil no X, o STF responde ao post da rede social com uma intimação de Moraes, exigindo que um novo seja apontado um novo representante da empresa no Brasil em 24 horas. E marca o perfil de Musk. A intimação via rede social é algo inédito, segundo o tribunal.

29 de agosto: Moraes determina o bloqueio das contas da Starlink, outra empresa de Musk, que provê internet via satélite, para garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça contra o X.

No mesmo dia, após o fim do prazo de 24 horas, o X posta que não seguiria "ordens ilegais e secretas" de Moraes e que esperava ser bloqueado "em breve" no Brasil.