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PESQUISA REVELA O CRESCIMENTO DO JORNALISMO DE MARCA NA COMUNICAÇÃO

Novo conceito vem se tornando um importante recurso para marcas que desejam melhorar o engajamento com o público e abre espaço para contratação de mais jornalistas
Amelie Consultoria , Salvador | 28/09/2023 às 18:49
Pesquisa revela o crescimento do Jornalismo de Marca na comunicação empresarial
Foto: Divulgação

Uma disputa pela produção de conteúdo está em andamento, à medida que os investimentos na publicidade tradicional diminuem e gigantes da tecnologia como Google e Facebook dominam o mercado publicitário online. Nesse contexto, surge o Jornalismo de Marca, uma abordagem que mistura técnicas de marketing de conteúdo e formatos jornalísticos, que tem conquistado espaço na comunicação empresarial, de acordo com pesquisa pioneira no tema "Entre Fronteiras Editoriais e Comerciais: Mapeamento das Práticas de Jornalismo de Marca no Contexto Brasileiro" promovida por Michelle Matos Rubim, em dissertação de mestrado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O estudo mostra que o Jornalismo de Marca emergiu como uma substancial fonte de receita para sustentabilidade da indústria de comunicação e está presente em todas as regiões do país. O incremento na receita pode chegar a 40% para os aderentes da prática. Foram analisados os 40 jornais brasileiros auditados pelo Instituto Verificador de Comunicação (IVC) no ano de 2022, a partir de formulários e entrevistas, o que revelou também um maior aproveitamento de profissionais de comunicação, como jornalistas e editores, na produção de conteúdo para marcas. 

O Brasil segue uma tendência global ao criar equipes especializadas para a produção de conteúdo destinado a marcas e ao estabelecer laboratórios com esse fim, aponta a pesquisa. A pesquisadora responsável pelas análises faz parte do Centro de Estudo e Pesquisa em Análise do Discurso e Mídia - UFBA, e relaciona a adesão e crescimento no Brasil à combinação de fatores. "Ao adotarmos uma abordagem mais abrangente, nos permitiu explorar e compreender mais profundamente as práticas e a participação dos profissionais de comunicação em um novo cenário digitalizado. Além de ampliar as perspectivas de sustentabilidade dos negócios midiáticos, montar equipes multidisciplinares, também pode ser um catalisador de possibilidades inovadoras para as marcas", explica Michelle Matos Rubim, que reforça a necessidade de contar com bons profissionais e seguir parâmetros para que o produto não pareça apenas mais uma promoção da marca. 

Transparência e ética

Um dos principais pontos de discussão é a regulamentação da prática e a aplicação de mais transparência na divulgação do conteúdo ao público. Os estudos apresentam caminhos que podem contribuir na construção coletiva de boas práticas no uso do jornalismo de marca, como a criação e aplicabilidade de tags fáceis de identificar, bem como a diferenciação do conteúdo editorial, entre outras medidas. "O desafio está em encontrar o equilíbrio entre a produção de conteúdos sob medida para empresas e a integridade das equipes editoriais. A separação de serviços com a implantação de equipes exclusivas pode ser um caminho mais promissor, beneficiando tanto as marcas quanto os meios de comunicação e criando espaço para a contratação de jornalistas especializados”, enfatiza a pesquisadora. 

Sobre

Michelle Matos Rubim é Mestre em Comunicação em Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia, pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Análise do Discurso e da Mídia (CEPAD - UFBA), responsável pelo primeiro mapeamento brasileiro de jornalismo de marca em veículos de comunicação. Especialista em Comunicação estratégica e branding pela UFBA, também atua como coordenadora de comunicação e marketing governamental. Como consultora realiza trabalhos em Comunicação Estratégica, Jornalismo de Marca, Marketing Digital e relacionamento com a mídia, com experiência em trabalhos nas iniciativas pública e privada, e em veículos de comunicação. Fundadora da Amélie Comunicação e Branding, empresa baiana que apoia o fortalecimento do empreendedorismo feminino e a autonomia econômica da mulher.

 

Fotos:

Michelle Matos, Jornalista

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Foto 02: Guiga Mottas