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COMO SE UTILIZA O METRÔ DE PARIS COM SUAS MAIS DE 300 ESTAÇÕES (TF)

Sistema inaugurado em 1900 conta com 16 linhas todas bem sinalizadas e tudo é automatizado
Tasso Franco , Paris | 14/06/2022 às 05:18
Estação Madeleine, trens totalmente automatizados, movidos por computadores
Foto: BJÁ

Alguns leitores têm me perguntado se é fácil andar de metrô em Paris? 

   Diria que é preciso ter somente atenção às sinalizações internas nas estações que se consegue, ao menos, o básico para percorrer os locais mais importantes da cidade. 

   Todo o sistema é automatizado e algumas linhas, as mais modernas, os trens sequer têm metroviários e são movidos pelos computadores. 

   Mas, tudo funciona e bem das 5h30min até à 1h num emaranhado de 16 linhas nos 20 distritos da capital e nos arredores. O bilhete custa 1.9 euro, algo em torno de 11 reais. É integrado a rede de bus e o passageiro pode fazer transbordos nas estações mães. Ou seja, usar mais de uma linha com o mesmo bilhete desde que não saia do metrô.

  Paris é uma cidade enorme com 20 distritos chamados de arrondissement. 

  Todo o sistema metroviário urbano está interligado a rede ferroviária interestadual e a internacional. Por exemplo: Usa-se o metrô para acessar a Estação Ferroviária de Monteparnasse base para os trens a Bordeaux, Rennes, Saint Malo, todas regiões da Bretanha e Sudoeste da França; ou acessar a Gare du North - a maior da Europa - que serve ao Norte do Pais, Reino Unido, Paises Baixos e Bélgica. 

  A maneira mais econômica de se locomover em Paris é usando o metrô (Metropolitano). Mais fácil do que usar os ônibus (bus) e muito mais barato do que táxi. 

   O sistema tem 16 linhas identificadas por números de 1 a 14, com duas linhas menores - 3 bis e a 7 bis. É o terceiro maior sistema de metropolitano da Europa, após os metrôs de Londres e  Madrid. Tem 225,1 km de linhas, com mais de 300 estações. 

   Algumas estações tem um emaranhado de escadas rolantes e é preciso tem atenção nas sinalizações. A palavra sortie (saída) aponta os locais para ter acesso às ruas. Também deve-se ter cautela e atenção redobrada, pois, as sinalizações internas indicam ruas onde estão os museus. 

   Volta a pergunta: 

   É fácil usar o metropolitano? 

   Para um turista que vai passar poucos dias na cidade é complicado, mas pode usar as linhas bases nas proximidades onde esteja hospedado. Para quem mora na cidade ou passa uma temporada (como é meu caso) aos poucos vai se tornando fácil, ainda que haja alguns estações de transbordo bastante complicadas.

    As estações mais modernas são totalmente automatizadas - sem metroviários e portas dos trens que abrem e fecham sem o passageiro usar as mãos para abri-las - há uma sinalização computadorizada que indica onde você está e o local que você deseja ir.

    O passageiro teclando nos computadores aparece o lugar que pretende ir e as máquinas mostram a linha a ser usada. Em seguida é só seguir as sinalizações nos corredores internos e pegar o trem. 

   Muitas vezes é necessário fazer transbordos porque a linha que você está usando não chega ao seu destino e é preciso pegar outro trem. Então você tem que saltar nesta estação de transbordo (sem sair da estação) e pegar outra linha. 

  Um exemplo, no meu caso: Eu estando no Arco do Triunfo para chegar na minha casa preciso pegar o trem na estação Charles de Gaule-Étoile (M1 amarela, estação grande, mãe) e dai eu sigo até a Concorde (estação de transbordo secundária) onde salto e pego a M12, verde, até a estação Convention (70 metros donde resido). Uso o mesmo bilhete que é integrado. 

   Se eu quiser posso saltar na Concorde e pegar um ônibus com o mesmo bilhete, mas, isso é mais complicado. 

   Você só precisa usar um novo bilhete que custa 1.9 euros se sair da estação e tentar entrar de novo. Tem estações de transbordo bastante complicadas (Monteparnasse, Du North, Chatelet, etc) que ligam o sistema metroviário urbano ao ferroviário para a região metropolitana, para o interior da França e para o exterior. Essas estações são movimentadíssimas embora todas bem sinalizadas.

   O que mais se vê são pessoas procurando encontrar seus caminhos nos corredores do metrô. É bom observar que não existem monitores (humanos) nessas estações nem nas outras. Eventualmente encontra-se a Policia. O passageiro que se vire sozinho. 

   As máquinas das vendas dos ticketes tem legendas em francês, inglês, alemão e espanhol. Nada em português. Algumas (poucas) tem vendas com humanos, mas, só aceitam cartões. As automatizadas aceitam moedas e cédulas e passam o troco. São fáceis de serem manuseadas, muito parecidas com essas máquinas que se compram garrafas de água, refrigerantes, chocolates e outros

  Os trens do Metropolitano são pintados de verde e há vagões mais antigos e os mais modernos. Nos antigos, o passageiro tem que mover uma manivela para cima e abrir as portas dos vagões quando o trem para nas estações. No mais é sair rápido ou entrar rápido. 

   O uso de máscara contra a Covid é obrigatório mas não existe fiscalização e muita gente não usa. Nas estações mais modernas as portas abrem e fecham automaticamente e há portais de vidro que não permitem que os passageiros fiquem próximos as plataformas dos trens. É uma boa proteção.

   O sistema de som interno é horrível e nem sempre funciona. Você que olhe no mapinhas internos dos vagões onde pretende saltar. Nas composições antigas os vagões são estanques, o passageiro não passa de um para o outro. Nos modernos é tudo aberto 

 A distância média entre uma estação e outra é de aproximadamente de 300 m a 500 metros. O bilhete individual custa 1.9 euros, mas, quando se compra um pacotinho com 10 bilhetes o preço baixa para 1.69 euros. Você pode também comprar um card mensal (ou semestral) que custa mais barato. Mas, é claro, fica reservado aos moradores da cidade. 

   O tickete individual para o visitante é de papel e v insere na máquina que abre a catraca para v passar. Você deve mantê-lo consigo. A fiscalização é esporádica, mas, acontece. A multa é de 100 euros para quem burla o sistema. Isto é: entra sem pagar ou pulando a catraca. Em 45 dias que estou em Paris só fui interpelado por 1 fiscal uma vez. No sistema ferroviário é obrigatório mostrar o bilhete (no papel ou no iphone) aos fiscais dos trens, tanto no acesso a plataforma de embarque; quanto no interior do trem.

 A Linha 1 (Porte de Vincennes - Porte Maillot) é a mais antiga foi inaugurada em 19 de julho de 1900, para servir os ensaios dos Jogos Olímpicos de Verão de 1900 no Bosque de Vincennes. Pequenas seções das linhas 2 e 6 (na época 2 sud) foram completadas no mesmo ano para servir a Feira Mundial. Em 1929, as autoridades da Prefeitura do Sena decidiram a extensão do metrô ao subúrbio próximo com quinze eixos para permitir o transporte de uma população que então era quase tão numerosa para residir nos subúrbios (2,5 milhões) do que na Paris intramuros (3 milhões). A construção de três novas linhas também é decidida.

Dois eventos marcaram o ano de 1998: a extensão da linha 13 de Basilique de Saint-Denis (anteriormente Saint-Denis - Basilique) para Saint-Denis - Université, e a abertura da linha 14 de Madeleine para Bibliothèque François-Mitterrand. Esta linha foi estendida ao norte até Saint-Lazare em 2003, e ao sul até Olympiadas em 2007. Ou seja, o metrô segue em expansão.

A utilização diária do Metropolitano de Paris gira em torno de 6 a 8 milhões de pessoas. (TF)