A intenção é de que, até 2020, pelo menos 90 áreas da capital tenham as condições de acessibilidade melhoradas.
Da Redação , Salvador |
14/05/2018 às 18:25
Encontro com intenso debate
Foto: PMS
Da plateia, engenheiros, técnicos e gestores de diversos órgãos da Prefeitura ouviam atentamente as orientações da arquiteta e cadeirante, mestre pela USP em Desenho Universal com foco em Acessibilidade, Silvana Cambiagh. Aos poucos, erros sutis em projetos públicos e privados, exibidos por meio de fotos, eram desvendados em escadas, rampas, calçadas, banheiros e condomínios.
Assim, de maneira leve, as normas previstas na Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) foram revisadas e discutidas nesta segunda-feira (14), durante o 1º Workshop Acessibilidade e Desenho Universal Segundo a Lei Brasileira de Inclusão. Promovido pela Prefeitura, por meio da Unidade de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (UPCD) e órgãos parceiros, o evento foi realizado durante o dia todo no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), no bairro do Stiep.
O encontro é um ponto de partida para uma série de vistorias a serem realizadas em equipamentos públicos da capital. A intenção é de que, até 2020, pelo menos 90 áreas da capital tenham as condições de acessibilidade melhoradas.
A programação teve também uma ação de vivência no entorno da Fieb. A inciativa envolveu os palestrantes e participantes do evento para que todos pudessem, por um momento, ter a experiência de uma pessoa com mobilidade reduzida, enquanto se deslocavam pelas calçadas e ruas próximas. “Foi uma experiência e tanto. Passando por uma pessoa com deficiência, os participantes puderam sentir na pele os aspectos positivos e negativos no desenho urbano do local da dinâmica”, disse Silvana.
O workshop contou ainda com a palestra do engenheiro civil e auditor de acessibilidade da ABNT, Osvaldo Fantini. “Estamos aqui para conversar sobre a Lei Brasileira de Inclusão, a aplicação dela na acessibilidade da cidade, no desenho universal em todos os campos, seja na área de edificações, do meio físico, do transporte. Por exemplo, o que diz a lei e como a Prefeitura pode continuar mais e mais a realizar ações e fazer com que, realmente, Salvador seja uma cidade acessível para qualquer usuário em todas as esferas? Esses foram alguns dos questionamentos apresentados”, disse.
Seguir a legislação - Para Risalva Telles, diretora da UPCD, um dos principais objetivos do evento é conscientizar sobre a importância de respeitar a legislação. “A pessoa com deficiência precisa desse respeito em todas as ações da Prefeitura. Hoje temos a presença de uma pesquisadora de reconhecimento internacional, que já foi premiada em outros países, e que está compartilhando um pouco do seu conhecimento com os profissionais da Prefeitura e demais pessoas engajadas. Esse é o nosso papel”, afirmou.
Presente no workshop, o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal), Marcílio Bastos, disse ter somado conhecimentos importantes. “A palestra fez notar que algumas adaptações poderão ser feitas nos espaços de lazer da cidade. Vamos melhorar a comunicação nas escadas para que pessoas com perda parcial de visão possam identificar melhor a diferença de degraus através da diferença de cor. Como a Desal tem fábrica própria, em dezembro já pretendemos criar um produto nesse sentido no nosso pré-moldado”.