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Fuzis contrabandeados para o Rio foram comprados legalmente nos EUA

SSP do Rio quer ficar com as armas
Da Redação , da redação em Salvador | 02/06/2017 às 13:04
Armas abasteceriam traficantes do CV
Foto: Extra
Um brasileiro que mora em Miami, nos Estados Unidos, é apontado pela Polícia Civil do Rio como chefe da quadrilha responsável por tentar entrar no Rio com 60 fuzis pelo Aeroporto Internacional do Galeão. Ele está sendo procurado por policiais norte-americanos. Nessa quinta-feira, a carga, avaliada em R$ 3 milhões, foi interceptada pelos policiais ao desembarcar na cidade. O armamento, que seria revendido para traficantes, estava dentro de filtros de piscina. As investigações da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e Delegacia Especializada em Armas, Munição e Explosivos (Desarme) apontam que os fuzis - modelos AK-47, G3 e AR-10 - foram comprados legalmente nos Estados Unidos.

O homem procurado é dono de uma empresa de importação e exportação de produtos e também lucra com a atividade lícita. Ele, no entanto, utiliza-se da empresa para entrar no Rio também com mercadoria ilícita. De acordo com as investigações da Polícia Civil, o suspeito não fornece as armas para uma facção específica. Seu interesse é o lucro, por isso ele negocia com quem estiver interessado nos produtos.

As investigações apontam ainda que a quadrilha possui diferentes motoristas para entregar as armas nas favelas de facções rivais - um deles é responsável pelas comunidades dominadas pelo Comando Vermelho, e o outro, por aquelas comandadas pelos Amigos dos Amigos e Terceiro Comando Puro. No Rio, o valor das armas varia entre R$ 50 e 70 mil.

A polícia acredita que o esquema mantido pelo chefe da quadrilha, nos Estados Unidos, seja grandioso, principalmente pela forma que os fuzis, que estavam novos, foram trazidos. Para o armamento ser transportado, foi preciso abrir os filtros de piscina e fechá-los novamente, já com o material dentro, para parecerem não ter sido alterados. As armas foram envoltas em fita isolante e havia ainda isopor no meio delas. Para envolver os filtros, foi usado papel alumínio.

A Secretaria de Segurança vai pedir à Justiça que as armas sejam usadas pela polícia do estado. No Rio, o AR-10 é utilizado pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Batalhão de Operações Especiais (Bope).