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Morre segundo missionário com ebola repatriado para Espanha

Ele tinha retornado nesta segunda-feira para Madri, depois de infectado
G1 | 25/09/2014 às 10:37
Manuel Garcia Viejo chegando na base aérea de Madri
Foto: Spanish Defence Ministry/AFP

O missionário católico Manuel García Viejo, de 69 anos, repatriado na segunda-feira para Madri, depois de contrair o vírus do ebola em Serra Leoa, morreu nesta quinta-feira (25), informou um porta-voz do hospital La Paz, de Madri.

Especializado em medicina tropical, o missionário, que trabalhava na África há 30 anos, era membro da Ordem Hospitalar de São João de Deus, à qual também pertencia o padre espanhol Miguel Pajares, de 75 anos, que em agosto passado se tornou o primeiro europeu infectado pela epidemia a ser repatriado.

Tratado com o soro experimental americano ZMapp, que não foi testado em humanos antes de ser administrado, em agosto, em dois americanos infectados na Libéria, Pajares morreu em 12 de agosto.

García Viejo não pôde ser tratado com ZMapp, utilizado agora com vários pacientes, porque os estoques esgotaram.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que 2.917 pessoas morreram de ebola dentre 6.263 casos em cinco países do oeste africano afetados pela doença, até 21 de setembro.

Comparado ao número atualizado anterior da OMS, os últimos dados mostraram 99 mortes a mais na Libéria desde 17 de setembro, mas apenas algumas a mais em Serra Leoa desde 19 de setembro e apenas três novas mortes em Guiné desde 20 de setembro.

A proporção de casos que ocorreram nos últimos 21 dias - o período de incubação do vírus - também caiu em todos os três países, sugerindo que a difusão da doença pode estar desacelerando.

“A tendência de crescimento da epidemia continua em Serra Leoa e mais provavelmente na Libéria”, disse a OMS. “No entanto, a situação na Guiné, embora ainda de grave preocupação, parece ter se estabilizado: entre 75 e 100 novos casos confirmados foram relatados em cada uma das últimas cinco semanas.”

Nesta quinta-feira, o Banco Mundial deu um novo impulso à luta contra o ebola, ao aumentar de 230 a 400 milhões de dólares sua ajuda à campanha contra o vírus que deixou quase 3.000 mortos na África Ocidental.

O Banco Mundial (BM) já havia mobilizado 230 milhões de dólares, aos quais agora se somam 170 milhões para ajudar a combater a febre hemorrágica que se propagou rapidamente na Libéria, Guiné e Serra Leoa.

A instituição disse que o aporte será dirigido ao incremento do número de trabalhadores de saúde no local e para o material necessário ao tratamento dos pacientes nos países mais atingidos.

O anúncio aconteceu enquanto o presidente do BM, Jim Yong Kim, participa de uma sessão especial sobre a crise do ebola na sede da ONU em Nova York.

"A comunidade mundial está respondendo com urgência e com a escala necessária para reverter essa inédita crise do Ebola", disse Kim.

O Canadá ofereceu nesta quinta-feira uma contribuição de 27 milhões de dólares para ajudar as Nações Unidas e agências não-governamentais no combate ao vírus.