Novo laboratório da EBDA é destinado à biotecnologia
O laboratório de Ecologia Química (LEQ) desenvolverá suas ações de pesquisa voltadas ao desenvolvimento de produtos biotecnológicos para o controle de pragas
Ascom Seagri , da redação em Salvador |
24/10/2013 às 14:46
Laboratório da EBDA fica em Ondina, Salvador
Foto: Seagri
A Central de Laboratórios da Agropecuária (CLA), da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA- vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri) - localizada no bairro de Ondina, em Salvador, começa a consolidar as atividades da sua mais nova unidade, o Laboratório de Ecologia Química (LEQ).
A unidade, que ampliará os trabalhos de pesquisas desenvolvidos na CLA, composta por mais 13 laboratórios, vai executar pesquisas voltadas ao desenvolvimento de produtos biotecnológicos para o controle de insetos pragas, visando um menor uso de agrotóxicos nos sistemas produtivos.
O LEQ iniciou suas atividades em junho deste ano. Idealizado há dois anos, a partir de uma parceria da EBDA com os Institutos de Biologia, Química e Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e a Embrapa Mandioca e Fruticultura, foi instalado com recursos oriundos de projetos de pesquisa elaborados em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), e tem ainda outros parceiros como a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB).
De acordo com o pesquisador da EBDA, Frederico de Medeiros Rodrigues, para seu pleno funcionamento, o Laboratório de Ecologia Química necessita interagir com outras três unidades da Central, sendo elas: Laboratório de Análise de Resíduos de Agrotóxicos e Compostos Orgânicos Voláteis (COV), cujas pesquisas dependem de equipamentos de cromatografia gasosa e da infraestrutura necessária para extração dos COV disponíveis nessa estrutura; Laboratório de Entomologia responsável pela criação de moscas das frutas e flebótomos (insetos que transmitem a doença Leishmaniose) e o Laboratório de Biologia Molecular, responsável por análises complementares dos insetos.
Frederico de Medeiros explica que o LEQ, logo após a criação, necessitou da aquisição de equipamentos de última geração muitos deles importados -, além da construção de um túnel de vento, arenas e olfatômetros, essenciais para os estudos de atração, com os insetos. A mais nova aquisição do laboratório é um detector eletroantenográfico, que utiliza as antenas dos insetos como biodetectores de COV, atratores dos insetos praga. O detector está sendo importado da Alemanha, e será o primeiro equipamento deste tipo na Bahia.
Medeiros ressalta que só existem cinco laboratórios com estrutura funcional e equipamentos dessa qualidade, no Brasil. Estamos aplicando os procedimentos metodológicos e fazendo estudos para poder evoluir cada vez mais, colocando o LEQ/CLA e a Bahia no circuito dos grandes centros de pesquisa, enfatizou o pesquisador.
Contribuição acadêmica
As atividades do LEQ, desde o seu planejamento, têm contribuído para consolidar um grupo interinstitucional, na Bahia, e capacitar pessoas no equacionamento de problemas relativos ao controle de insetos praga, que provocam prejuízos ao sistema agropecuário produtivo e à saúde pública.
Nesse aspecto, desponta a parceria para a realização da tese do doutorando em Química, Paulo Roberto Ribeiro de Mesquita, que vem desenvolvendo ações no sentido de identificar os COV emitidos pela manga (cairomônios) e que funcionem como atratores da mosca das frutas (Anastrepha obliqua), buscando novos métodos de controle da praga e, consequentemente, uma menor utilização de agrotóxicos. Este projeto visa a sustentabilidade do sistema produtivo de manga, a preservação do meio ambiente e da saúde pública, objetivando criar, no estado, uma nova vertente de produção de produtos biotecnológicos a serem utilizados na agropecuária.