A Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, presidida pelo deputado federal Luiz Alberto (PT/BA), em parceria com o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), realizará na próxima quarta-feira, 20 de março, um Café da Manhã de lançamento da publicação “Parlamento e Racismo na Mídia”, as 8h30, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A publicação é fruto da parceria do INESC e da ANDI – Comunicação e Direitos, e tem o objetivo de traçar um retrato apurado da maneira como as redações de veículos das diversas regiões brasileiras acompanham o envolvimento de parlamentares na pauta específica da questão racial. O material também traz informações importantes para o desenvolvimento de ações parlamentares que avancem no combate ao racismo e às desigualdades raciais.  A jornalista baiana Cleidiana Ramos, do jornal A Tarde, estará presente para debater a temática.

“Infelizmente, são muitos os pactos e os interesses negociados com as emissoras em todo o país por parte de determinadas frentes conservadoras no Congresso. Portanto, quaro parabenizar o INESC e a ANDI pelo lançamento de uma publicação tão importante para a sociedade brasileira”, destacou o parlamentar baiano.

Para Luiz Alberto, é importante fortalecer as discussões relacionadas à mídia e o racismo no parlamento. Segundo o petista baiano, o debate no Legislativo federal ainda é muito camuflado e restrito a poucos deputados. Também lembrou a audiência realizada em 2012, nas Comissões de Direitos Humanos e Minorias (CDH) e de Ciência e Tecnologias, para debater a dignidade humana e os meios de comunicação, solicitada por ele.

Na ocasião, foi debatida amplamente a reportagem intitulada “Chororô”, exibido pela TV Bandeirantes da Bahia, produzida pelo programa “Brasil Urgente Bahia” e reprisada nacionalmente na emissora e comentada pelo apresentador Uziel Bueno [hoje, deputado estadual] no estúdio. A matéria mostra um rapaz negro, preso em uma delegacia, suspeito de estupro, sendo alvo de uma repórter que dá gargalhadas devido à dificuldade do detento em se expressar.

“Esse caso é emblemático para este debate. É mais um exemplo vergonhoso de como os meios de comunicação podem ser instrumentos cruéis de manutenção de racismo e da violação dos direitos humanos. A nossa expectativa é que ações como: a audiência, a intensificação do tema e as denúncias, possam contribuir para forçar um posicionamento do Legislativo”, disse o petista.