Tecnologia

FECOMÉRCIO: PIRATARIA NA REDE É TEMA QUE PREOCUPA ESPECIALISTAS

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| 04/08/2011 às 20:02
Natan Schiper revelou a expansão acentuada da rede web no Nordeste
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Realizou-se ontem (03/08) em Salvador, na Casa de Comércio, o projeto Empreendedorismo Digital, uma iniciativa nacional da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Como afirmou o presidente da Federação de Comércio da Bahia (Fecomércio-Ba), Carlos Amaral, o objetivo do evento é aperfeiçoar o empreendedorismo digital, oferecendo novas oportunidades de negócios ao pontuar as potencialidades das novas tecnologias.


Na ocasião, foi assinado um convênio de cooperação entre Fecomércio-Ba e Sebrae para a implementação de duas pesquisas fundamentais para o empresariado baiano: a primeira consiste em mensurar a intenção de compras (ICF) e a segunda vai avaliar o grau de endividamento e inadimplência das famílias (PEIC). Sem estas, a atividade empresarial não pode oferecer melhores bens e serviços, que se adequem ao perfil consumidor do estado. "É um passo à frente. Com essa pesquisa, nós vamos poder entender fatores muito importantes para a atividade empresarial", declarou Carlos Amaral.


Pirataria e Consumo.
 
Composto por palestras, workshops e rodada de negócios, o projeto Empreendedorismo Digital trouxe discussões relevantes do cenário tecnológico e de negócios mundiais. Entre explicações didáticas sobre certificação digital, mídias sociais, blogs e notas fiscais eletrônicas, houve destaque para a palestra "A Pirataria na Era Digital", ministrada pelo representante da CNC no Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) do Ministério da Justiça, Natan Schiper.
 
De acordo com Schiper, a penetração da internet no Nordeste por volta de 2009 já atingia em torno de 40% da população, já tendo passado hoje dos 100 milhões de usuários. "Só em 2008, vendeu-se mais computadores do que aparelhos de televisão no Brasil. O brasileiro médio passa três vezes mais tempo na internet do que vendo TV", pontuou.


Nesse contexto, as compras pela internet constituem 25% de todo o consumo e por isso seria importante monitorar a pirataria, visto que esta dificulta o crescimento econômico de uma forma primordial. "Em 2006, 56 milhões de brasileiros praticavam pirataria. Em 2010, o número havia saltado para cerca de 70 milhões, ou seja, um crescimento de 11%", completou Schiper.


Para estudar, compreender e combater a pirataria, em 2004 foi criado o CNCP que, até 2007, era constituído apenas por entidades governamentais. Posteriormente, abriu-se para a sociedade civil organizada e passou a acolher associações nacionais e internacionais. Vale ressaltar que o Brasil assumiu uma postura ativa na questão da pirataria após pressões internacionais da Organização Mundial de Comércio (OMC).


Hoje, a CNCP compreende a pirataria em um contexto amplo, vinculado ao crime organizado e à sonegação de impostos, trabalhando em conjunto com entidades como a Polícia Federal, a Receita Federal, o Ministério da Fazenda, o da Educação e o da Cultura, o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e até com o próprio Banco Central. Adota, assim, uma postura que é ao mesmo tempo repressiva, educativa e econômica, visando à preservação dos empregos formais e o crescimento econômico sustentável do Brasil.