Postagem de vídeo no YouTube é alvo de uma sindicância para apurar ilegalidades no IML baiano
Foto: Reprodução YouTube/Divulgação
A Corregedoria do Departamento de Polícia Técnica (DPT) da Bahia vai instaurar, nesta sexta-feira, uma sindicância para apurar a divulgação de um vídeo com imagens filmadas dentro do Instituto Médico Legal (IML) de Salvador (BA) do corpo de Kelly Sales Silva, 22 anos, jovem que teria tido envolvimento com o tráfico e ficou conhecida como Kelly Cyclone por ajudar a organizar festas regadas a cocaína e namoros com chefes de quadrilhas.
A medida foi tomada após a família da vítima declarar que pretende processar o Estado da Bahia pela publicação das cenas do site YouTube.
Segundo o DPT, as imagens estão sendo analisadas, mas ainda não há informações oficiais sobre quem seria o autor das filmagens realizadas em um local de acesso restrito a agentes da segurança pública. O vídeo, que até as 10h45 seguia publicado no YouTube, mostra o corpo de Kelly com uma camisa da Argentina, e os detalhes das inúmeras tatuagens da jovem. Outros cadáveres que estavam no IML também foram filmados.
A vídeo postado com o título "Kelly Cyclone morta no IML", tem 1 minuto e 56 segundos. Até agora, o DPT não confirmou se o Governo da Bahia pretende solicitar a exclusão da postagem.
Kelly foi morta a tiros na madrugada do dia 18, quando estava dentro do carro de um jovem de 26 anos, filho de policial e apontado como suspeito pelo crime, nas proximidades da praça central de Lauro de Freitas. Em interrogatório realizado na semana passada, o jovem negou qualquer participação no assassinato e garantiu que os disparos partiram de tripulantes de um automóvel Focus que teriam interceptado o carro dele, e fugido em alta velocidade após o crime.
Ontem, três pessoas que estavam nas imediações da cena do crime foram ouvidas, mas o conteúdo dos depoimentos não foi revelado.
Familiares de Kelly ainda negam que a jovem tenha ligações com tráfico ou quadrilhas de assaltantes. A notoriedade dela ganhou força em fevereiro de 2010, durante um evento que ficou conhecido como a "festa do pó na Boca do Rio". Na época, ela foi apontada pela polícia como um dos seis traficantes detidos no local. A jovem trazia no corpo tatuagens que chamavam a atenção, como um dragão que cobria a perna, a inscrição "Vida Loka" e o nome de um ex-namorado.
Dançarina de pagode, ela chegou a declarar que pensava em disputar uma vaga na Câmara Municipal de Vereadores de Salvador em 2012.