Todos os campuseiros da Campus Party Brasil 2011 sabem que a conexão no Centro de Exposições Imigrantes é segura, ainda mais com o uso experimental do novo IPv6, protocolo que tem a funcionalidade "segurança" embutida em seu sistema. Mesmo assim, um vírus verde brincalhão invadiu os pavilhões do maior encontro geek do mundo.
O vírus não pode falar. Ele se comunica por gestos e uma linguagem que, digamos, não é exatamente humana. Em vez de danificar e fazer mal, o vírus verde arranca sorrisos por onde passa e brinca com os campuseiros.
Quando perguntam qual é o seu nome, a campuseira Veluma, 24 anos, prontamente responde no lugar dele: "vírus não tem nome", e cai na gargalhada. Mas idade ele tem, e pede a ajuda da campuseira para "dizer com os dedos". Ainda assim, a mensagem ficou difícil de ser decifrada - bem à maneira dos vírus de computador.
Campus Party Brasil 2011
Nascida na Europa, em 1997, a Campus Party é um dos maiores eventos de tecnologia, entretenimento e cultura digital do mundo que, em 2011, chega a sua quarta edição brasileira. Além do Brasil, são tradicionais os encontros realizados na Espanha, na Colômbia e no México. A Campus Party Brasil acontece de 17 a 23 de janeiro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP).
Para este ano, são esperados mais de 6,8 mil participantes - ou campuseiros - sendo que dentre esses, mais de 4,5 mil ficam acampados no local. Além de atividades como oficinas e exposições, a Campus Party Brasil 2011 terá inúmeras palestras. Entre os confirmados, estão o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, Tim Berners-Lee, pai da "WWW", e Jon Maddog Hall, presidente da Linux International, e muitos outros.
MARINA SILVA
Um ano depois de ter passado por um "batismo digital" na Campus Party, a ex-candidata à Presidência da República Marina Silva volta ao Centro de Exposições Imigrantes, local do evento de tecnologia, para fazer um balanço do uso das mídias sociais em sua campanha.
Acompanhada pelo estrategista de mídias digitais Caio Túlio Costa, que participou de sua caminhada eleitoral, Marina iniciou a fala lembrando da desvantagem que tinha no tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão em relação a José Serra e Dilma Rousseff. Essa desvantagem, segundo a ex-candidata do PV, também se refletia na infraestrutura financeira, o que levou a uma exploração efetiva dos meios de produção de conteúdo colaborativo no ciberespaço.
No início da campanha, em 6 de julho de 2010, o movimento Marina Silva contava com 30 mil colaboradores que somavam prática no uso de ferramentas digitais comunicacionais. Isto teria auxiliado, segundo a ambientalista, a chegar à marca de quase 20 milhões de votos no primeiro turno.
"Fizemos a opção por uma interação viva com as pessoas, não que as mídias sociais fossem espaços apenas para falar, para fazer propaganda, mas para ter um diálogo de verdade", diz a ex-candidata. Marina afirma que, no Twitter, por exemplo, a fala sempre foi dela própria. "Outra opção foi de que nunca fosse outra pessoa. Quando era a minha equipe que digitava, isso era dito", afirma.
A inovação na política, segundo Marina Silva, passa pelo uso de mídias sociais no contato dos governantes com o público. "É possível ser inovador na política, mas não adianta ser só por um pouco tempo e, depois, ser conservador outra vez", diz.
A visão de Marina em relação às mídias sociais e, especialmente, ao Twitter é de uma mídia que ainda pode crescer. "Mostramos a força de uma ferramenta que está só começando."