Uma proposta de ensino diferente. Um kit com equipamentos eletrônicos danificados, tem auxiliado a educação de crianças de escolas públicas em algumas capitais do país e pode ser adotado em Salvador.
A idéia é transformar o equipamento tecnológico velho, considerado lixo, em robôs que estimulem a criatividade das crianças e possam servir de modelo para exemplos práticos em sala de aula.
A proposta, desenvolvida pelo Núcleo de Arquitetura de Computadores e Sistemas Operacionais (ACSO) - da Uneb, também está sendo colocada em prática no laboratório de Robótica Livre, iniciado ontem como parte da programação da VIII Escola Regional de Computação dos Estados da Bahia, Alagoas e Sergipe, o Erbase, que acontece até a próxima sexta-feira, no Campus de Ondina da Ufba.
DISSEMINAR
IDÉIAS
Durante três dias, os estudantes participantes do evento trabalharão na elaboração de robôs que serão apresentados na manhã do último dia do Erbase 2008. O curso, oferecido por dois professores, com o auxílio de quatro monitores, tem como intenção disseminar a idéia de reaproveitamento do lixo eletrônico.
"Quase tudo pode ser reaproveitado, é uma parte do mouse que serve como as rodinhas que darão movimento ao robô, é uma caixa que dará a forma do corpo, muita coisa serve para nós e pode ganhar uma nova utilidade", disse um dos monitores do laboratório e aluno do curso de Sistema de Informação, Adailton Cerqueira.
De acordo com o professor do laboratório, Marco Simões, o trabalho é como um brinquedo de montagem. "O que fazemos aqui é juntar algumas peças e transformar em algo novo, é como aqueles brinquedos de encaixe, onde se tem a liberdade de criar qualquer coisa e, neste caso, criamos robôs", afirmou.
Projetos desse tipo, considerou Simões, são ainda capazes de evitar o descarte irresponsável do lixo eletrônico. "O problema é que muitas pessoas não sabem o que fazer com o lixo eletrônico, que não é só o computador, é também o aparelho celular, o ferro de passar roubas, as pilhas e etc. A idéia aqui é aproveitar o máximo possível desse lixo", acrescentou.
LIXO ELETRÔNICO
Outra questão importante, recordada pelo professor Danilo César - que também ministra o laboratório, é o descarte responsável do lixo eletrônico. "O reaproveitamento contribui muito para a diminuição do lixo eletrônico, porém esse reaproveitamento não consegue ser 100%. Desse modo, é preciso ainda desenvolver nas pessoas a idéia do descarte responsável, pois - para se ter uma idéia uma bateria - uma bateria de celular leva mais de 500 anos para se decompor", afirmou.
Uma dica é a devolução do material eletrônico desgastado para o fabricante. Conforme os professores, diversos métodos de descarte responsável ainda é estudado e a legislação tem avançado no sentido de aumentar a responsabilidade das empresas quanto ao recolhimento do lixo eletrônico.