A Internet tem futuro, o problema é saber qual. A afirmação é do professor José Augusto Suruagy Monteiro, da Unifacs, em palestra realizada no primeiro dia da oitava edição da Escola Regional de Computação dos Estados da Bahia, Alagoas e Sergipe, ERBASE.
O evento acontece até a próxima sexta-feira no Instituto de Matemática da Ufba, no Campus de Ondina. De acordo com o especialista, a Internet foi projetada para pesquisas e para usuários bem comportados, mas passados 30 anos o cenário é outro. E o grande desafio é garantir uma Internet segura, sem as armadilhas e os perigos que ela oferece hoje.
O professor Suruagy destacou ainda a preocupação de se ter uma rede verde, ou seja, Internet com transmissão total via fibra ótica, como acontece hoje entre os provedores. A idéia é a Internet que hoje chega às residências via cabos telefônicos ou via cabos de TV chegue via fibra ótica. Essa é a realidade em muitos países da Europa, onde a velocidade de acesso é de 100 Mega-Bites, enquanto no Brasil vivemos no contexto de banda larga, mas com velocidade de transmissão de apenas 1 Mega-Bite.
ALTA VELOCIDADE
O professor anunciou que ainda este ano deverá ser implantada em Salvador a Rede Metropolitana de Alta Velocidade, Remessa, totalmente de fibra ótica, ligando os institutos de pesquisas e as faculdades. A rede vai possibilitar o desenvolvimento e uso de novos aplicativos, e agilizar a troca de informação entre as instituições de pesquisa.
ABERTURA
A abertura oficial da oitava edição da Escola Regional de Computação dos Estados da Bahia, Alagoas e Sergipe, aconteceu às 17 horas de ontem, com a palestra do presidente da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), José Carlos Maldonado, sobre o tema central do evento, "Problemas ambientais do lixo tecnológico".
De acordo com ele, "não há como mensurar a quantidade de lixo tecnológico hoje existente no Brasil, porém não temos dúvida de que é uma quantidade muito grande. É preciso, aliado às políticas públicas eficientes de uso dos aparelhos tecnológicos, mudar a consciência das pessoas. Considero de fundamental importância conscientizar a população quanto à questão do lixo tecnológico, quanto aos prejuízos à natureza, mas isso é difícil.
Tão difícil quanto evitar que as pessoas joguem papel de bala no chão, pois é uma questão de cultura. Acho que a partir do momento que as pessoas mudarem suas atitudes e desenvolverem um pensamento voltado às questões ambientais o problema do lixo tecnológico também poderá ser melhor tratado".