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Tasso Franco

INDECISÕES NO ANÚNCIO DA CHAPA GOVERNISTA IRRITA ALIADOS DE RUI (TF)

Afinal, quem será o cabeça da chapa: Otto Alencar ou Jaques Wagner?
26/02/2022 às 11:55
    A medida em que o tempo passa e as lideranças da base governista do governador Rui Costa (PT) não se entendem e adiam o anúncio da chapa majoritária, divididos que estão entre o ex-governador Jaques Wagner (PT), que se lançou pré-candidato a governador com o apoio do PT estadual, e uma possível mudança na cabeça da chapa dando lugar ao senador Otto Alencar (PSD) abrindo espaço para o governador Rui disputar o Senado e apaziguando João Leão, o qual seria governador tampão por 8 meses, as insatisfações crecem e veem a público.
 
  Neste sábado, o presidente estadual do PCdoB, Davidson Magalhães, secretário de Estado que também é, emitiu uma nota revelando que os comunistas estão isolados, não foram ouvidos pelo governador Rui, que é a maior liderança petista no estado e comanda a sua própria sucessão, pelo menos, em tese, e estão sendo informados sobre as prováveis chapas da base governista pela imprensa.

  Davidson diz que o PCdoB não trabalha com a hipótese de vetos a nomes, mas, quer comprtilhar, ao menos, das discussões da composição da chapa. Diplomaticamente, até porque integra quadro importante no governo desde 2019 Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia, acentua na nota que é "inadequado" debater a chapa através da imprensa. Tem absoluta razão, até porque a imprensa está trabalhando diante rumores, sujeita a erros, uma vez que Rui está fechado em copas e os debates com os partidos ainda não se iniciaram, salvo com PP e PSD.
  
  O presidente estadual do PT na Bahia, Éden Valadares também emitiu uma nota dizendo: "É natural que as especulações aumentem nesse período de definição de chapa. Temos dialogado muito com os nossos aliados, com os partidos e parlamentares. Eu, enquanto presidente, mas também Wagner e Rui que são nossas maiores lideranças, temos feito o exercício de ouvir bastante, projetar cenários e volta e meia isso vira alvo de especulação. É natural. Mas o PT é um partido grande, plural, que prima muito pelos processos coletivos e respeito às instâncias. Qualquer definição ou atualização da nossa tática eleitoral será discutida e aprovada nos fóruns adequados”.

  A nota, em sí, não diz nada diante do dilema Wagner ou Otto na cabeça da chapa. E, pelo exposto pelo PCdoB, não está havendo "esse exercício de ouvir bastante", citado por Valadares. 

  A ala Wagnerista do PT está sendo bem objetiva a transparente em suas posições: os deputados federais, Jorge Solla, Valmir Assunção, e o deputado estadual Paulo Rangel, atual presidente interino da ALBA, defendem abertamente o nome de Wagner a governador e não aceitam mudanças. A deputada Lidice da Mata, do PSB, falando por ela, disse que também está com Wagner. Já outros parlamentares entendem que Otto é um grande nome e fiel aliado, dito por José Neto, deputado federal por Feira de Santana, e pastor Isidório, do Avante.

  Ou seja, neste momento, a base está dividida. Pode ser que, ao ser anunciada a chapa essa divisão desapareça e todos marchem unidos, dentro da tradição petista. Todo esse jogo que está em dabete pela imprensa - como bem acentuou Davidson - nasceu na reunião de São Paulo com Lula, Rui, Wagner, Leão e Otto. A partir daí é que surgiu a informação referendada por Gilberto Kassab (PSD), de que Otto seria o cabeça da chapa.

  Fala-se, também, que Lula virá a Bahia, no inicio de março para anunciar a chapa. Não acredito nisso. Seria uma desgaste, salvo se for mantido Wagner na cabeça da chapa. Caso contrário, muitos petistas, irão trorcer o nariz para ele, como estão se comportando assim diante de Otto. (TF)