Colunistas / Política
Tasso Franco

Delações da Odebrecht abalaram a República e mexeram com a Bahia

Vários políticos baianos são citados
12/12/2016 às 14:38
1. Todo mundo já esperava que as delações premiadas da Odebrecht abalariam os alicerces da República. A primeira delas, do vice-presidente de Relações Institucionais, Cláudio Melo Filho, revelam em 82 páginas entregues à Procuradoria Geral da República que a empresa baiana comprava os politicos da República. É uma coisa tão vergonhosa que dá asco.

  2. A Odebrecht era suprapartidária e só para se ter uma idéia dos seus tentáculos, na Bahia, são citados , por enquanto, Jaques Wagner (PT), Geddel Vieira Lima e seu irmão Lúcio (PMDB) e Daniel Almeida (PCdoB). E, no Brasil, citações a Miochel Temer, Eliseu Padilha, Renan Calheiros, Romero Jucá, Rodrigo Maia, um assessor de Dilma, governador do Rio, Pezão, prefeito Paes Andrade e outros.

   3. Vive-se, pois, numa República apodrecida, com políticos da alta cúpula do poder que não merecem a estima dos seus cidadãos. A maioria, de acordo com a imprensa nacional, nega que o recebimento das 'propinas' tenha sido de Caixa 2 e que estaria tudo registrado como doações nos livros contábeis de suas campanhas eleitorais. Mas, a Justiça não é boba e está bem aparelhada para separar o jóio do trigo.

   4. Esse CEO da Odebrecht, Cláudio Melo, dirigia o que se denominou de 'Departamento da Propina' e a empresa baiana participava de um jogo que, não sejamos hipócritas, vinha exitindo no Brasil há decênios, desde a República Velha. Mas, a sociedade mudou. A Justiça mudou. A Lava Jato é uma Operação de dimensão internacional e propcuradores e juizes jovens passam o Brasil a limpo. 

   5. E os politicos parecem que não estão nem aí. Quando vê-se um politico como o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, sendo citado por receber capilé de campanhas para a sua e a de Rui Costa, em caixa 2, e mais um relógio - mimo pessoal - de 25 mil dólares, é lamentável por sua pregação sempre foi de moralidade.

   6. A Odebrecht já pediu desculpas públicas dos seus erros. O CEO principal, Emílio Odebrecht, deverá cumprir 4 anos de prisão domiciliar e seu filho Marcelo está preso há algum tempo, condenado a 11 anos de cadeia. Que todos paguem por seus erros e que alguns desses políticos sejam banidos da vida pública nacional.
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