Colunistas / Política
Tasso Franco

GOVERNADOR WAGNER TEM IMAGEM DESGASTADA NA GREVE

E ainda confessa de público que estava mal informado
06/02/2012 às 19:18
1. A greve da PM ainda não se encerrou, mas, de antemão, pelo sentimento que se espalhou pelas redes sociais e no seio da população (os programas de rádio demonstram isso, tb) o governador Jaques Wagner sofre um imenso abalo em sua imagem, sendo, provavelmente, o maior perdedor dessa parada. Na outra ponta, evidente, o segundo grande perdedor é a população que se vê desamparada e não sabe mais a quem recorrer.

  2. Há outros perdedores. No entanto, vamos nos atear, nesse comentário, ao governador e ao povo. As críticas a Wagner são muito contundentes em todos os segmentos da socidade e o governo não organizou uma contra-partida, no plano político, para proteger o governador e foram poucos aqueles que emitiram opiniões nessa direção. E, quando fizeram, não foram enfáticos. Deram aquelas opiniões do tipo politicamente corretas e pronto.

  3. Wagner, me parece, sozinho. Impressionante que nenhum dos seus secretários tenham se posicionado nesse episódio em defesa do chefe do executivo, mesmo aqueles que ocupam as áreas consideradas politicas. E, há perda de autoridade visivel no comando da operação mano-militare conferida a um general. A população está enxergando um exagero enorme a operação ocupação da Assembleia, ainda sem uma previsão do que possa ocorrer de mais grave.

  4. O governador está inflexível em não negociar com "bandidos", o que tem sentido e razão. Mas a questão é que a greve se ampliou muito, há adesões de batalhões no interior do estado, o que significa que extrapolou o poder de mobilização da Aspra e se irradiou por outras associações dos militares. Urge, portanto, uma negociação mais ampla, cada qual cedendo o que pode, sem prejuizo da autoridade governamental, para se chegar a bom termo.

  5. Querer direcionar aspectos da greve para o plano nacional, a PEC 300 e o envolvimento de outras policias num plano macro previamente concebido a partir de lideranças politicas, parece-nos um exagero embora possa ter algum viés nessa direção. A questão baiana, como disse o coronel da Força Invicta é que, dos quase dez pontos pactuados em 2009, o governo só atendeu 1 deles.

  6. Em entrevista coletiva à imprensa no final da manhã desta segunda-feira (6), o Comandante Geral da Polícia Militar da Bahia, Coronel Alfredo Castro, reafirmou que o momento atual é de negociação, descartando a possibilidade de confronto e sim de diálogo. Informou que o Alto Comando da Corporação está empenhado em solucionar esta situação de forma equilibrada e pacífica. 

  7. Completamente despropositada essa declaração. Como se faz algo de forma pacífica com tiros de borracha, blindados, helicópteros, tropas de elite, FAL, metralhadores e assim por diante. Não tem sentido. O que o governo precisa, de fato, e agora passou a ter uma urgência maior, o dia D foi domingo, e já chega à terça-feira, é negociar na mesa com a Sefaz e a Saeb.