Foto: Revista da Bahia

Opões para 2014: Projeto Lula/Wagner com PT à sucessão; e mesmo projeto com Otto

  Ainda é muito cedo para se tratar da sucessão estadual de 2014. Isso é consensual no meio político baiano, sobretudo levando-se em consideração que o governador Jaques Wagner ainda não concluiu sequer sua equipe do segundo governo.

  Mas, como Wagner nomeou o vice-governador Otto Alencar para a Seinfra, a podesora Secretaria de Infra-Estrutura do Estado, o assunto chega à pauta de forma prematura, pois, sendo Otto um político-nato, e com uma máquina dessa em mãos, passa a constituir-se num eventual candidato a governador, em 2104.

  Natural que assim seja, até porque, nessa época, Wagner não poderá mais concorrer à reeleição e terá, caso queira candidatar-se ao Senado, também caminho natural, desincompatibilizar-se do governo em 3 abril, passando o cargo de governador a Otto por 8 meses.

  É exatamente nesse período que reside a questão já levantada por alguns políticos mais experientes da ALBA, questionando se Otto fará o papel de conduzir o projeto Wagner/Lula/Dilma apoiando um nome indicado pelo PT; ou se conduzirá esse mesmo projeto sendo candidato à reeleição, pelo PP, partido alinhado com o governo federal.

  O questionamento é extemporâneo, claro, mas factível em suas duas possibilidades. A política, tendo dito neste site, não é uma ou duas linhas retas. Se assim fosse, imagina-se que Otto está eleito vice-governador e posto secretário, com a missão única e exclusiva de servir ao projeto do PT. Pode até ser e imagina-se que esse fundamento tem toda a lógica.

  O sagaz Sebastião Nery, gosto de suas citações e observações em "A Nuvem", seu livro autobiográfico, diz que a política muda da água para o vinho, e a viagem na nuvem original nem sempre chega ao destino com a mesma trajetória. Há inúmeros fatores, inclusive no plano material da vida, e outros de natureza político-administrativo, que fazem com que esses caminhos sejam imprevisíveis.

  Otto Alencar é um ser político. Se assim não fosse teria encerrado sua carreira no TCM, aposentadoria generosa, mas, voltou às lides da política porque essa é a sua estrada. E estando na estrada, por coincidência uma das atribuições da Seinfra, voltará a ser apontado, em breve, pela força do municipalismo, um candidato a governador ou à sua reeleição, caso Wagner almeje o Senado.

   Então, meus caros, o governador colocou essa peça nova no tabuleiro sucessório, certamente sabendo todos os riscos que corre. Riscos calculados, diria.

   Existem outros partidos, outros quereres, outros questionamentos que vamos colocando ao longo do tempo.

  Agora, com Otto na Seinfra e Mario Negromonte no Cidades, o PP baiano ganha musculatura. São as bolas da vez. Mais adiante, sabe Deus o que poderá acontecer. Mas, estão no jogo e bem.