O "velho" voltou a ser comentado na política baiana
Foto: G1 |
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É ele, o "velho", amado e odiado, mas, vivo e citado nesta campanha de 2010 |
Tudo o que se diz de ACM, ele mesmo, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, tem fundamentos de verdade e de mentira. Amado, odiado, sem papas na língua, ousado, autoritário, vaidoso, populista, são tantos os adjetivos colocados para definir sua personalidade que daria para encher laudas de papéis. O certo é que a Bahia teve em ACM, quer queiram; quer não seu mais importante político do final do século passado e início deste século.
O curioso é que, apesar de toda essa importância e das derrapagens políticas que deu nas proximidades do final da vida, nas campanhas de 2006, com Paulo Souto; e 2008, com ACM Neto a prefeito de Salvador o "velho", o "cabeça branca" e outros epitetos que lhe colocaram, foi rifado desses momentos políticos, atitudes certamente alinhavadas pelos marketeiros de plantão, como se atrapalhasse o desempenho desses candidatos.
Um erro palmar, pois, mesmo que não associassem as imagens dessas campanhas a ACM estavam de certa forma implícitas que não tinham para onde correr. Ao contrário, deveriam ter colocado a imagem do "velho" à frente de suas propostas, o que não aconteceu.
Evidente que não foi esse fator, ACM, determinante da derrota de ambos. No caso de Souto tem até algum sentido, a chamada "fadiga de materiais", o continuismo que vinha de 1991, e, de certa forma havia um desejo da população em mudar e essa mudança estava encarnada em derrubar o comando de ACM e no novo fator Lula da Silva e o PT.
Eis que, agora, em 2010, ressucita-se ACM e sua imagem, este como "inesquecível político", "exemplo de homem público", "comprometido com valores da Bahia", "aquele que tem o verdadeiro amor à Bahia", frases ditas pelo ex-governador Paulo Souto, na presente campanha.
Ou seja, o "velho" volta como uma peça importante na campanha de 2010, ainda que muitos digam que o "carlismo" ou "forças políticas vinculadas a ACM" tenham morrido.
Pode até ter modificado comandos e intenções em muitos municípios, mas, a figura de ACM, o jeito dele de fazer política, seu amor a Bahia estão vivíssimos. E, agora, então, mais vivos do que nunca porque se associa a imagem dos "carlistas" gestores em comparativos com o governador atual.
Evidente que Souto, em sí, não representa o mais autêntico "carlismo". Mas, percorrendo o estado, ouvindo a população, o chamado sentimento popular, deve ter verificado que a imagem do "velho" continua viva, firme, e está disposto a se apropriar desse atributo e usá-lo na campanha, como aliás fez desde a Convenção do DEM/PSDB com a presença de Serra na Bahia quando citou o exemplo de ACM presente todo o tucanato nacional em Salvador, muitos dos quais, desafetos do "velho", inclusive Serra.
É isso. O "velho" volta ao seu lugar. Wagner, no Congresso do PT assocoiu-o a Geddel; Geddel, na última conversa com os jornalistas diz que foi para o embate com ele (ACM), mas, não tem seu perfil autoritário. É afirmativo. Vê-se, pois, que ainda vamos ouvir falar muito do "cabeça branca" nesta campanha.