Colunistas / Política
Tasso Franco

OS NÚMEROS DO PNAD

Governador destaca números do IBGE
04/11/2009 às 08:20
 Os números da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD), do IBGE, independente da polêmica provocada pelo artigo do governador Jaques Wagner em A Tarde, na última segunda-feira, 2, revelam indicadores da vida baiana entre 2006 e 2008, os quais, no seu contexto, devem ser creditados a políticas públicas e privadas de diferentes segmentos incluindo governos em três esferas e um conjunto de ações de médio e longo prazos.            

Óbvio que Wagner não colocaria brasas nas sardinhas dos outros. Isso faz parte da cultura política brasileira tanto que, o presidente Lula, beneficiário do Plano Real e seguidor das suas diretrizes, nunca exalta o ex-presidente FHC. Em Salvador, outro exemplo, o atual prefeito pegou o bonde do Metrô andando, com mais de 65% das obras físicas concluídas, mas, diz que é responsável por seu resgate, uma obra que tem recursos maiores do governo federal e Banco Mundial.


            Wagner, portanto, fez sua parte e manteve intacta essa cultura, o que é perfeitamente compreensível. Agora mesmo, inaugura-se obra na linha Itacaré-Camamu que vêm do governo Souto e, como se tratam de políticos adversários, as diretrizes governamentais publicitária e política se baseiam na exaltação ao governo petista. Em tese, a obra é do Estado. Mas, o carimbo é de Wagner.


            Cabe a oposição, como está fazendo, criticar a postura do governo. E, no contraditório, reserva-se ao governo ter seus argumentos de defesa. Isso faz parte do jogo político desde a época de Tomé de Souza. ACM, nomeado governador pela segunda vez pelo regime militar, em 1979, passou uma borracha nos feitos do então governador Roberto Santos, os quais, estão sendo relembrados e postos nos seus devidos lugares somente agora, 30 anos depois.

           

Voltando aos dados do PNAD para que os leitores tenham uma idéia da transversalidade das ações, o aumento de 79.8% do total de domicílios com acesso à Internet, saltando de 7.5% para 13.5%, é um exemplo de contexto contemporâneo que independe até de governos. Exemplos idênticos podem ser citados com percentuais de domicílios com rádio e TV que atingiram 83.5% e 89.9%.


            Agora, existem dados que o governador não deixou passar em branco, como nenhum governante deixaria, tais como um decréscimo da taxa de analfabetismo das pessoas com 15 anos ou mais (urbana e rural) com -20.7%; e o incremento de 3.2% na proporção de domicílios com abastecimento por rede geral de água, entre outros.


            A política é assim mesmo. Ao governo cabe difundir suas boas ações e a oposição tem o direito e dever de fazer as críticas e apontar mazelas. Agora, imaginar que a atual oposição se chegar ao poder, em 2010, vai lembrar e exaltar feitos de Wagner, isso, nem por sonho.