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Só nos blocos de matriz africana o governo está investindo R$4.2 milhões

   As declarações do prefeito João Henrique sobre a falta de apoio do governo ao Carnaval de Salvador, à semelhança de outras atitudes no mesmo modelo já utilizadas pelo chefe do Executivo Municipal, revelam o que a imprensa baiana já está cabeluda de saber, o artifício do factóide e do marketing político para encobrir realidades. 

   Toda vez que o prefeito se sente fora da midia, como acontece agora com o Carnaval e aconteceu recentemente com Pituaçu e os iniciais entendimentos para Salvador sediar jogos da Copa do Mundo, ele apela para esse tipo de artifício, tentando encobrir as suas inseguranças e momentos da administração.

   Ora, o prefeito sempre foi apoiado por este e pelo governo de Paulo Souto, e só precisa lembrar da época em que Souto ajudou a pagar gasolina de carros paralisados em sua primeira gestão. Agora, então, o governo está socorrendo as entidades da matriz indo-euro-afro-baianas, com matrilínea africana com recursos que superam R$4 milhões.

   Ademais, no global, passa de R$35 milhões (R$45 milhões em todo estado) os investimentos do Estado no Carnaval de Salvador, fora a ajuda direta de mais R$2.7 milhões a Prefeitura.

   O que está acontecendo, em verdade, é que o prefeito João Henrique perdeu o comando da festa para o governador Wagner, na medida em que, este, como já dito aqui neste site, investiu pesado, colocou seus secretários da Cultura, do Turismo e da Segurança para falarem na midia, está gastando em publicidade, e ofuscou a Prefeitura.

   Veja o que aconteceu hoje, por exemplo: o governador reuniu a imprensa no Pestana, colocou toda sua equipe de plantão, mobilizou a midia, e deixou a Prefeitura de fora. Nem o prefeito, nem nenhum dos seus secretários estiveram no evento.

   Daí que, ao invés de "chorar" e ficar criando factóides, o prefeito deveria, isto sim, colocar seu pessoal também em campo para contrapor a ofensiva do governo.

  Recursos existem porque o prefeito está em seus 5º ano de governo. E, se existe um mínimo de planejamento na Prefeitura, alguém teria reservado essa verba porque o Carnaval acontece todos os anos e tem até os dias e o mês certo para ser realizado, a cada ano.