O PT está querendo o impossível: fazer oposição ao prefeito João Henrique (PMDB), como diz seu presidente Jonas Paulo, "de maneira firme, ativa e dialogando com a cidade", e ter o apoio do PMDB na Assembléia Legislativa, ao governo Jaques Wagner.

  Ora, em política, esse tipo de acordo não existe. Ou um partido se alinha ao outro de maneira integral; ou cada um vai para o seu lado.

   João Henrique é a jóia mais preciosa da coroa peemedebista, o político mais importante no Estado depois do ministro Geddel Vieira Lima, e não um vereador ou prefeito de Condeúbas, com todo respeito àquela comunidade.

   Há um peso significativo em João e, certamente, o PMDB não vai aceitar esse tipo de proposta unilateral.

   Existe até um termo popular para expressar tal situação, impublicável no jornalismo, mas, compreensível aos mortais na prática do "sinimbu".

   Outra lógia expressa pelo PT após a reunião de sua Executiva municipal realizada hoje, em Salvador, dá conta de que o PT "fará oposição ao prefeito e sua administração, porém, não à cidade do Salvador".

   Ora, isso é muito vago e depende do ponto-de-vista de cada lado. 

   Veja o caso, por exemplo do PDDU: o PT considera que o projeto não atende os seus anseios e da população de Salvador. O prefeito e o PMDB acham que o PDDU é bom, adequado ao momento e não cabe reparações.

   Na prática, então, observando-se a ótica do PMDB e do prefeito, neste caso o PT estará fazendo oposição à cidade e sua população.

   Seria, pois, um debate interminável e que não prosperará, uma vez que o prefeito tem a maioria na Casa Legislativa e vai dialogar impondo seu ponto de vista, o que é natural a todos os governantes.

   Então, essa proposta do PT de fazer oposição ao prefeito e receber o apoio do PMDB no governo do Estado não cola.

   Ou o PT rever sua posição; ou a aliança com o PMDB terá mais um ingrediente para sua separação.