Colunistas / Política
Tasso Franco

A SEGUNDA PESQUISA DATAFOLHA

Tasso Franco é editor deste site
25/08/2008 às 14:05
  É preciso ter cautela ao analisar os números do DataFolha sobre as eleições de Salvador publicados no último domingo pelo jornal Folha de São Paulo.

  Sem dúvida, houve um crescimento de Walter Pinheiro (PT) na espontânea e na estimulada de 3% para 8% e de 7% para 13%, respectivamente, revelando que o candidato passou a ser mais conhecido e identificado como candidato do PT.

  Houve influência do horário eleitoral na TV? Não porque o campo da pesquisa se realizou dias 21 e 22 e, até essa data, só foi exibido um programa na mídia de massa do grupo majoritário. 

  O avanço de Pinheiro se deve a campanha de rua. Ele era o candidato menos conhecido do eleitor desde que se iniciou a jornada política oficial, dia 8 de julho, e nesses 45 dias de corpo-a-corpo, gastando sola de sapato, conseguiu colocar na sua sacola os votos dos petistas e socialistas que estavam adormecidos.
 
  Ainda assim, apesar da euforia exagerada da assessoria de Pinheiro pondo no seu site avanços de 165%, o candidato do PT ainda precisa de mais 8% para igualar-se ao número que Nelson Pelegrino obteve em 2004. 

  E, observando-se os votos amealhados por Nelson (21.3%) mais os de Lídice da Mata (10%) também mirando-se às eleições passadas, um total de 31.3% se somados PT+PSB, Pinheiro ainda tem que conseguir mais 18% dos votos para chegar a esse patamar.

  De toda sorte, Pinheiro cresceu (o que já era esperado e temos comentado isso neste site) e deverá crescer mais ainda. O percentual é impossível saber-se.

  Os candidatos ACM Neto, o líder na pesquisa (26%); e Antonio Imbassahy, o vice-líder (24%) tem eleitorados consolidados. Não se movimentam em direção a Pinheiro, nem para João Henrique. E, mais curioso ainda, Imbassahy não consegue tirar votos de Neto e vice-versa.

  Onde então Pinheiro poderá crescer ainda mais? No eleitorado de João Henrique (PMDB) que está com tendência de queda, nos indecisos (apenas 6%) e na sensiblização do branco/nulo/nenhum 12%. 

  Historicamente o branco/nulo/nenhum se situa na faixa de 10% daí que a conquista dos votos nessa faixa é estreitíssima. No caso dos 6% dos indecisos os percentuais poderão ser fragmentados entre vários candidatos. Ninguém teria a capacidade de abocanhar, sozinho, os 6%.

  O horário eleitoral vai modificar esse panorama? Não acredito. Pode haver pequenas variações. 

   O candidato do PMDB acha que poderá melhorar sua performance com os horários no rádio e na TV. Se conseguir esse objetivo, pior pra Pinheiro. Com uma rejeição muito alta é provável que João Henrique consiga parte desse objetivo, mas, não há mais tempo (40 dias para o pleito) para isso.

  Pinheiro também acha que cresce com o horário e a identificação de Lula/Wagner ao seu lado. Acontece que, tanto Neto; quanto Imbassahy dizem que o horário eleitoral os benerficiará.

   Esse é o quadro. Por ora, não permite euforia de ninguém. 

   O negócio, independente do rádio e da TV é gastar mais sola de sapato e ir de encontro ao eleitorado no corpo-a-corpo, olho no olho. Manter a pegada de rua, importantíssima nesse momento.

   O eleitorado ainda não se apaixonou por ninguém. E, isso só acontece em setembro.