A vitória do deputado Walter Pinheiro nas prévias do último domingo visando a escolha do candidato a prefeito de Salvador, concluidas agora há pouco, abre uma nova perspectiva para o PT no pleito municipal da capital, oxigena o partido e instala na cabeça da chapa um candidato competitivo.

   Pinheiro além de representar o novo como candidato a prefeito, embora já com longo percurso na condição de deputado, tem o apoio da cúpula partidária e do governador Jaques Wagner, o que significa, sem dúvida, um grande reforço.

   O PT, ademais, não é de trincar após disputas internas e, certamente, Pelegrino vai acatar a decisão e se integrar na campanha como soldado da milícia.

    O resultado também foi ruim para seus adversários de primeiro turno na medida em que, sendo o novo e ainda sequer testado numa disputa majoritária, trata-se de um político que poderá surpreender nas propostas, nos debates e nas idéias para a cidade.

   Pelegrino, como todo respeito que se tem a ele, já era conhecido, com cacoetes que vêm se repetindo desde 1996 quando tentou ser prefeito pela primeira vez. Não mudou muito de lá pra cá e tinha um discurso manjadíssimo.

   A tarefa de Pinheiro até a convenção é organizar o arco de alianças na composição do seu grupo, como conversas que se darão a partir desta segunda-feira, com PSB, PCdoB, PV, PR e PP. Nada está descartado, salvo, evidente, em primeiro turno, alianças com o PMDB, PSDB, PDT e PPS, partidos que já se organizaram em torno de candidaturas próprias.

   Imaginar que Pinheiro dará mole ao prefeito João Henrique, embora distante da proposta de Pelegrino do rompimento com a administração municipal, nem pensar. A política é feita de vitórias e derrotas e ninguém gosta de perder.

   Hoje, da forma como está configurada às eleições em Salvador, uma vitória de Pinheiro é vitória de Wagner; e uma vitória de João, vitória de Geddel.

   Ambos líderes partidários vão trabalhar nessa direção, pois, os limites demarcatórios estão bem definidos.

   Uma vitória de João, em segundo turno. como apoio do PT e do governador na hipótese de um confronto PMDB x PSDB; ou PMDB x DEM, representa, no caso de vitória de JH, êxito de Geddel.

   Da mesma forma, uma vitória do PT com apoio do PMDB contra o PSDB ou o DEM será uma vitória de Wagner. 

   Daí que, o PT vai fazer todo esforço possível para levar seu candidato para o segundo turno; assim como o fará o PMDB.   

   O que vai acontecer ainda é cedo para se saber, até porque, o jogo, a partir desta segunda-feira, ganhou esse novo ingrediente, e as configurações das alianças poderão ser modificadas.

   De toda sorte, Pinheiro, no momento atual é muito mais competitivo do qjue Pelegrino. Os adversários, portanto, que ponham suas barbas de molho.