Isolar um governador numa campanha política é um ato que tem troco político severo
Chega-se a semana final para a formatação das alianças dos partidos na sucessão de Salvador com data final para que isso aconteça, dia 16 de setembro, das convenções.
Ainda há, ao menos, duas pendências a considerar, se de fato, a deputada federal Lidice da Mata (PSB) levará sua candidtura adiante ou se apoiará a chapa do PT e/ou a do PCdoB; e de Bacelar, do Podemos, se também manterá sua disposição de disputar, ele que está praticamente sozinho.
Informes dão conta de que Lidice vai se reunir hoje com a Executiva Nacional do seu partido e exigir recursos do Fundo Partidário para seguir adiante. Está escaldada com o que aconteceu, em 2014, quando foi candidata a governadora e teria ficado com pendências financeiras a pagar, em especial ao pessoal do marketing, teve que se virar com os seus na aldeia local para sanar os compromissos, e não deseja entrar numa outra situação assemelhada.
Uma campanha majoritária em Salvador exige dinheiro, recursos e campanha, mesmo que um (a) candidato (a) diga que vai gastar pouco, que vai usar o discurso como forte, a internet como recurso, ainda assim gasta-se muito.
Tem os programas de rádio e TV, os comerciaia a serem produzidos, o uso da internet existe a contratação de técnicos especializados na matéria, há o movimento de ruas, das bandeiradas, caminhadas e outros, tudo de acordo com lei eleitoral e isso exige muito dinheiro.
Se conseguir sensibilizar a executiva nacional, o PSB quer lançar candidatas em todas as capitais, segue adiante. Se não, deverá apoiar ou Denice Santiago, PT; ou Olivia Santana, PCdoB.
A escolha é dificil. Ao PT, há resistência da Executiva Nacional diante da disputa em Recife, entre o filho de Eduardo Campos (PSB), a quem Lidice apoiou para presidente; e a neta de Miguel Arraes, PT.
Ao PCdoB, Marcelo Nilo, hoje aliado de Lidice e deputado federal, se mostra contra porque este partido o teria traido na sua reeleição à presidência (eterno) da Assembleia, com o apoio a Angelo Coronel, do PSD, o eleito.
Ademais, tem Leonelli, voz atuante no PSB, que praticamente foi rifado em participar do governo Rui, e tem defendido não o apoio de Lidice a Denice e sim o inverso, o apoio de Denice (vice) a Lidice (na cabeça da chapa).
Aí entra outro impasse: seria a desmoralização de Rui, o qual desagradou todos os petistas históricos para bancar a candidatura de Denice, uma neófita em política.
Portanto, muita conversa vai acontecer nas próximas 24 h.
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A segunda questão é do deputado Bacelar, do Podemos, que insiste em ser candidato, ele que é o último colocado na pesquisa Paraná, da turma da base ruitas, com 4%.
O Podemos, a considerar, tem vereadores na CMS. Bacelar pode ser pressionado a ir para a chapa de Denice, não necessariamente ele, mas um nome do partido; ou ficar como está, deixando seus vereadores livres.
Vale notar, que vereador quando vê o circo pegando fogo, deseja reeleger-se e alguns deles já estiveram em eventos DEM de Bruno Reis. E, também, é bom citar, que, em Feira de Santana, o Podemos de Carlos Geilson, candidato a prefeito, tem o apoio do demista Targino Machado.
É uma questão a resolver nas próximas 48 horas.
Enquanto isso, o Avante do sgt e pastor Isidório, faz sua convenção hoje, com aliança do PSD e PMB; e Bruno Reis anuncia seu (sua) vice na quinta feira.
No andar dessa carruagem, se o PT não conseguir os apoios do PSB e Podemos, significa dizer que o governador Rui Costa ficará isolado e terá que bancar a candidatura de Denice sozinho.
É, também, importante ressaltar, que o governador é a autoridade maior do estado e está bem avaliado nas pesquisas como administrador e isolar um político desse porte, tem consequências severas. Mas, também é bom situar, foi o próprio Rui que criou essa situação ao impor Denice.
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Por fim, um adendo apenas: A Tarde anuncia pesquisas para Salvador e outros municípios nesta semana, a partir da quinta. Creio que, no caso de Salvador, se houver uma mexida nas chapas, a pesquisa fica sem validade.