Prefeito ACM Neto abordou tema da violência na coletiva de imrensa do sábado
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. A violência não é uma novidade no Carnaval de Salvador. Sempre existiu e ganhou as manchetes na época em que "Os Apaches", bloco de índios do Tororó, arrepiava na Avenida Sete, então, palco principal da folia. "Os Apaches" virou bode expiatório porque outros grupos também arrepiavam, mas, quem criou a fama foi o bloco do Tororó.
2. Ao longo dos anos, as forças de segurança do Carnaval, em especial a PM, se organizaram e se aparelharam para conter a onda crescente da violência. Conseguiu muitos avanços e também utilizou-se da força na repressão recebendo muitas criticas de parte da imprensa e de artistas. São notórios os casos e a briga mais difundida deu-se entre Igor Kannario, hoje, deputado federal, e a PM.
3. Em 2020, há uma nova explosão da violência em destaque no circuito Barra/Ondina o mais frequentado pelos foliões e, a despeito das barreiras de segurança que impede a entrada de foliões portando armas de fogo e armas brancas, o número de brigas e agressões cresceu a ponto do prefeito ACM Neto, na coletiva do sábado, dizer que havia recebido a promessa do comando da PM em reforçar a segurança neste circuito.
4. E, sintomático: Igor Kannário chegou a dizer no alto de um trio que se os foliões não parassem de brigar iria chamar a PM.
5. Sinais dos tempos. Na realidade, o que está acontecendo neste 2020 é que a PM mudou de comportamento e não age, como agia antigamente nos carnavais sentando à pua nos foliões e levando-os presos com mãos atadas. Com essa estratégia evita receber criticas de parte da imprensa e dos artistas permissivos que acham tudo poder.
6. Ontem, o cantor Bell Marques chegou a dizer que deveria haver "uma grade de proteção aos ambulantes" em determinada área de Ondina, próxima ao Clube Espanhol, para evitar choques com foliões exaltados, o espreme-espreme na muvuca e prejuizos com perdas de materiais.
7. Ora, melhor seria, até pela experiência deste artista que cantasse uma música menos agitada neste trecho da folia que o problema seria resolvido sem a necessidade de uso de grade. Anitta fez isso quando viu uma briga no seu bloco e mandou parar a música. Aliás, comportamento que muitos artistas utilizam, pois, o som eletrizado eletrônico dos trios é indutor da agitação desenfreada de foliões e que, às vezes, acaba em pancadaria.
8. Essa nova estratégia da PM é uma faca de dois gumes. Ainda não dá para avaliar (até porque ainda faltam 3 dias de Carnaval) se terá ganhos ou se a sociedade vai colocar nas suas costas essa responsabilidade pelo aumento da violência.
9. Há o fator político a ser considerado uma vez que dois nomes ligados a PM e a base governista poderão ser candidatos a prefeito da capital, um deles, o sgt PM isidório, já lançado pré-candidato; e o outro a major PM Denice Santiago ainda em análise.
10. Uma coisa parece certa: esse tema vai render politicamente. Disso não temos dúvida.
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11. Em Nota de sua ASCOM, a PM diz que "mais de 1,3 milhão de pessoas já foram abordadas pela Polícia Militar nos 42 portais instalados nos três circuitos (Osmar, Dodô e Batatinha) de acesso ao Carnaval 2020". Este dado é resultado de uma atuação ostensiva e preventiva desde o primeiro dia da folia até o início da noite deste sábado (22).
12. Duas pessoas foram flagradas com ecstasy nos portais de abordagem só neste sábado. Às 11h30min um homem foi preso com quatro comprimidos da droga durante abordagem em Ondina e, nesta tarde, por volta das 16h30min, uma pessoa também foi surpreendida pela PM com ecstasy na Piedade. Além da apreensão de drogas, 102 objetos perfuro-cortantes já foram apreendidos.
13. “O que temos percebido até agora neste carnaval é adesão do público, que vem tomando consciência do seu papel de cidadão, levando menos objetos que possam ser potencializadores da violência nos circuitos”, destaca tenente coronel Gabriel Neto, um dos oficiais supervisores dos portais de abordagem.
14. Policiais militares treinados realizam as revistas com a utilização de detectores de metais e de cães farejadores, do Batalhão de Polícia de Choque. Essas ferramentas auxiliam na apreensão de drogas, de entorpecentes e de armas de fogo nos 42 acessos ao carnaval.