Campanha de forte apelo popular e que pode ser um novo fenômeno na política
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. A pré-candidatura do deputado federal pastor PM Isidório (Avante) a prefeito de Salvador lançada hoje na Assembleia Legislativa em festa política vibrante revela que, pelo menos até agora, é o nome mais forte, eleitoralmente, da base do governador Rui Costa (PT). Ainda falta a decisão de Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, se entrará ou não na disputa eleitoral e por qual partido. Fala-se no PSB, da deputada Lidice da Mata; no PSD, de Otto Alencar; e até no PP, de João Leão, que já lançou o nome do deputado estadual Niltinho. Lídice também já disse que pretende ser, mas, ainda não oficializou.
2. Isidório, no entanto, de todos os nomes da base ruista incluindo também o deputado federal Bacelar (Podemos) e a provável pré-candidatura da vereadora Marta Rodrigues (PT) é aquele que tem vôo próprio com a maior densidade de votos, isso revelado na última eleição para deputado federal quando foi o mais votado da Bahia e teve mais de 150 mil votos só na capital. É um fenômeno popular que também elegeu o filho deputado estadual, João Isidório, e está espalhando o Avante pelo interior, em especial, na RMS. E, parece-nos, os "farejadores" de votos, o senador Otto Alencar (PSD) e o vice-governador João Leão descobriram que Isidório é o "cara" para prefeito de Salvador.
3. O pastor, de fato, é o nome novo na disputa que acontecerá, em 2020, novo no sentido de que não tem o ranço do socialismo acadêmico e livresco do PSB e muito menos da cartilha estatizante do comunismo do PCdoB, e está distante da política assistencialista e sindical do petismo. É algo indescritível com sentimento popular profundo em atenção aos mais necessitados e um apelo de marketing muito forte e até anarquista baseado na figura do doido (Agora é a vez do doido/doido/doido - seu jingle facílimo de gravar, de grudar na cabeça das pessoas) que de doido não tem nada.
4. Há de se questionar se o pastor está preparado (ou não) para administrar a prefeitura de Salvador. Mas, isso é irrelevante no plano da política numa cidade que tem a maioria de sua população vivendo na pobreza e que não se liga nessas questões. Lembre-se que João Henrique, sem experiência alguma, foi eleito prefeito da capital duas vezes, na primeira delas (2004) derrotando uma administração que era considerada vitoriosa, a de Antonio Imbassahy. E, se recuarmos mais um pouco, o exemplo de Fernando José (PMDB) apoiado por Pedro Irujo derrotou a Virgildásio Sena.
5. O apoio do governador Rui Costa é importante para o pastor Isidório, sem dúvida, mas, não é fundamental nem imprescindível até porque Rui não vai apoiar preferencialmente um dos nomes de sua base (já são 6 pré-candidatos) no primeiro turno deixando que as águas rolem e entre com mais força num segundo turno que, parece-nos, haverá, em 2020, contra o candidato do prefeito ACM Neto, o qual faz uma boa administração mas tem a pecha de ser um prefeito festeiro e que trabalha mais para a classe média da orla Atlântica.
6. E, se for para enfrentar o pastor Isidório cuja matriz de campanha política é extremamente popular, a ponto de posar com uma réplica de botijão de gás no ombro e uma bíblia nas mãos, vai ser uma parada duríssima. Neto precisa, desde já, trabalhar mais seu marketing voltando para as áreas populares.
7. Os outros nomes não dá ainda para comentar porque, salvo Olivia Santana (PCdo) que tem pré-candidatura para valer, os demais podem negociar politicamente outras posições. Olivia também é um nome forte e precisa analisar bastante sua campanha para não incorrer no erro de se apresentar como uma candidatura negra, apenas. Isso é uma coisa complementar da política. E, ela, sim, necessita de um apoio mais forte do governador Rui Costa na largada, ele que já tinha sinalizado uma preferência por ela, em 2016, quando da disputa com ACM Neto e o PT não lançou um nome a prefeito.
8. Agora, o PT, por força da popularidade de Rui tem quase que obrigação de ter um nome na disputa. Fala-se na possibilidade de Nelson Pelegrino ir para a SEDUR no lugar de Sérgio Brito, que voltou a ser deputado, e abrir espaço para o nome de Marta Rodrigues vereadora ligada a Pelegrino e que, dos nomes petistas (salvo o próprio Pelegrino) é o melhor, com maior densidade eleitoral. Haveria, ainda, o nome da deputada Maria Del Carmen, em provável análise. Os vereadores Suica e Moisés Rocha que já ensairam ser pré-candidatos são complementares na ajuda.
9. O quadro atual é esse. A pré-largada do pastor isidório, hoje, foi forte.