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Tasso Franco

BRASIL pode eleger versão Trump a Presidência com Jair Bolsonaro (TF)

Expectativa neste domingo é se Bolsonaro vencerá a eleição no primeiro turno e se haverá segundo turno na Bahia
06/10/2018 às 10:51
 MIUDINHAS GLOBAIS:

   1. Eleições não se ganham de véspera. Se assim fosse não precisaria o eleitor ir às urnas. Neste sábado, como sempre acontece, correu uma boataria intensa sobre a possibilidade de uma vitória de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno e um segundo turno na Bahia entre Rui Costa (PT) x Zé Ronaldo (DEM). Pelas pesquisas, mesma a de hoje CNT/MDA o indicador é de que haverá segundo turno para presidente. E, na Bahia, também pelas pesquisas Ibope e TV Record/Bahia não haerá segundo turno.

   2. Com uma quantidade enorme de fakes-news nas redes sociais o eleitor fica aparentemente desnorteado, mas, eleitor não é bobo e sabe o que quer. Já tem anotado a 'cola' para o dia da eleição, a festa da democracia neste domingo, 7. Muito também se falou do 'golpista' Michel Temer (MDB), mas o país vive clima democrático pleno onde até um presidiário tem amplo espaço na midia.

   3. Que está havendo um crescimento de Jair Bolsonaro, isso sem dúvida está ocorrendo, e as pesquisas apontam nessa direção, mas, pelo menos até agora, sem analisar Ibope e DataFolha desta noite, os indicadores são de segundo turno graças a Ciro Gomes (PDT) que se mantém na casa dos 12% e Geraldo Alckmin (PSDB) na casa dos 10%. O eleitor, no entanto é quem dará a palavra final e esta só acontece amanhã. 

   4. Pode dar Bolsonaro no primeiro turno ou manter a disputa para um segundo turno, que é o desejo de Fernando Haddad (PT).

   5. Parece-nos consensual entre os analistas políticos nacionais que Geraldo Alckmin (PDSB) vai ter o pior desempenho dos 'tucanos' numa eleição presidencial isso porque além de não passar confiança em suas falas aos eleitores fez uma campanha de marketing equivocada atacando Jair Bolsonaro (PSL) e desprezado o alvo histório do seu partido, o PT. 

   6. E o que é pior, diante de todas as evidências do crescimento fanatisado do eleitorado de Bolsonaro manteve essa pegava até o final. Ora, 'bater' num lider de pesquisa em ascensão estando-se em quarto lugar é burrice.

   7. Ciro Gomes (PDT) até fez boa campanha, mas, na inicial, com sua contumaz arrogância não conseguiu crescer porque o eleitorado ficou com medo dele. Ademais, não teve o apoio do PT quando procurou Lula o que chegou até a ser referendado por Jaques Wagner. Se Lula tivesse apoiado Ciro certamente a história da campanha seria outra. 

   8. O PT/Lula, no entanto, preferiu Haddad, certamente Lula achando que os 40% dos votos que tinha nas pesquisas iniciais seriam repassados para ele com facilidade. Lembrando, ainda que Haddad só fez pouco mais de 20 dias de campanha com seu nome e teve a insensatez de usar uma máscara de Lula em caminhadas.

   9. Agora o jogo está feito. Não dá mais tempo para nada. Marina Silva (Rede) dá sinais pelas pesquisas de sair bastante enfraquecida desse pleito e João Amoedo (Novo) pode emergir para futuras disputas.
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   10. Na Bahia, Rui Costa (PT) e aliados fizeram uma campanha politicamente correta, light, navegando com extrema facilidade diante dos números conferidos pelas pesquisas sempre acima de 50% das intenções de votos contra minguados 10% de Zé Ronaldo (DEM). Desde a saída de ACM Neto (DEM) da disputa esse foi o tom.
Um erro grave do prefeito de Salvador.

   11. Os outros candidatos estiveram muito abaixo da média e até a terceira via criada por Lidice da Mata (PSB), em 2014, desapareceu de vez. A dualidade passou a ser um fenômeno tipicamente baiano, pois, nos outros estados (a maioria) há uma terceira via em disputa e até uma quarta via com competitividade.

   12. Zé Ronaldo fez uma campanha com marketing também equivocado e ao invés de atacar politicamente o PT e aliar-se a Bolsonaro ficou a maior parte do tempo prometendo hospitais e escolas e mantendo a aliança com Alckmin, completamente desonhecido no interior da Bahia. Só no final mudou seu comportamento, em especial a partir do debate da TV Bahia/Globo, e há dúvidas se conseguiu disseminar essa aliança Zé/Bolsonaro por todo estado. É provável que não.

   13. Há ainda dúvidas na disputa ao Senado se o PT e aliados conseguirão emplacar Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD) ou se haverá espaço para o irmão Lázaro (PSC).
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   14. (Terra) A imprensa dos Estados Unidos dedicou o dia de hoje (6) à análise do momento político brasileiro na véspera da eleição presidencial. As edições dos principais jornais impressos e sites e veículos online destacam a tendência de crescimento da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, segundo as pesquisas de intenção de voto e o comparam ao presidente norte-americano Donald Trump. 

   15. Segundo o jornal The New York Times, o quase "desaparecimento de Bolsonaro do cenário político só aumentou sua liderança". O jornal compara a campanha de Bolsonaro, que sofreu um atentado no dia 6 de setembro, passou por duas cirurgias e ficou três semanas internado, à fórmula que levou Trump à vitória em 2016, bem como à trajetória de líderes populistas de outros países. 

   16. A manchete diz que "Candidato da extrema direita Jair Bolsonaro amplia liderança na corrida presidencial do Brasil".  Na reportagem, o jornal informa que, como "última tentativa", os 13 candidatos presidenciais fizeram campanha pelo país em debates e comícios. 

   17. Na edição de ontem (5), o jornal The Washington Post apresentou Bolsonaro como uma "versão de Trump", devido a seus "posicionamentos de extrema direita". Além disso, destacou que a campanha do candidato se baseia em "ataques à imprensa tradicional e na criação de de 'fatos alternativos'" na internet.

   18. A rede ABC News dedicou reportagem especial, veiculada ontem, a Bolsonaro. Segundo a reportagem, nas eleições presidenciais, o "candidato à la Trump obtém voto entre as mulheres" e contextualizou com as matérias favoráveis e contrárias. De acordo com a rede, o candidato é "muitas vezes comparado" a Trump "por comentários sexistas que ele fez ao longo dos anos".