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Tasso Franco

DIVERSIDADE MUSICAL do Carnaval tem mais de 100 anos, meu rei (TF)

Ao completar 20 anos de Carnaval, o ‘MicroTrio de Ivan Huol - Uma Família Colorida’ traz um convidado especial nesta terça-feira (9), a partir das 14h30, no Circuito Dodô (Barra-Ondina).
08/02/2016 às 10:39
MIUDINHAS GLOBAIS:

   1. Muito tem se falado sobre a diversidade musical do Carnaval como se fosse uma coisa nova, algo só introduzido recentemente nos festejos de Momo, cada qual querendo ser pai de uma criança que tem mais de 100 anos. 

   2. O Carnaval nunca foi uma festa de um ritmo só desde sua criação oficial no final do século XIX e no alvorecer do século XX, quando predominavam nos salões as valas e o foxtroter, e nos cortejos de ruas as big-band orquestras e os conjuntos musicias que tinham até bandolins, à moda italiana.

   3. Também os negros contribuiram com as embaixadas africanas - hoje esquecidas diante da propaganda dominadora dos blocos afros - e as batucadas em linha, belíssimas, e que são bem descritas nos livros de Waldeloir Rego e Anízio Félix. Parece até que desejam sepultar essa fase.

   4. Depois veio a grande mudança nos anos 1950 com o trio elétrico e os grandes bailes dos clubes, em todos os níveis, e a introdução do canto nos trios e o surgimento da Axé Música, a nova safra dos blocos afro puxados pelo Badauê, o som dos blocos de índios e o aparecimento dos grandes astros e a renovação dos afoxé, com Gilberto Gil, à frente.

   5. Tudo isso é diversidade musical de longos anos. Baby Consuelo e Moraes Moreira, de um lado na Castro Alves, cantando brasileirinho e tremendo o chão da praça; e os Filhos de Gandhy descendo a Avenida ao som dos agogós; o samba reggae de Neguinho do Samba e do Olodum; as composições de Caetano Veloso e assim por diante.

   6. É só lembrar que o Palco do Rock evento que acontece no Carnaval na praia de Piatã tem 22 anos e que a música Colombina, hino do Carnaval (esquecidade), uma marchinha, está quase centenária. Portanto, nada de novo, de excepcional, nem exitem pais da criança.

   7. É claro que com o crescimento da cidade, o surgimento de novas bandas, a incorporação de novos ritmos ( o reggae teve um ano que fez grande sucesso na voz de Confete), todo esse caldo de cultura só fez crescer e a diversidade está a cada ano mais intensa. Quando Gaudenzi inventou o circuito Batatinha, no Pelourinho, tinha uma banda que vinha da Dinamarca tocar na festa. Vinha por conta própria, sem patrocínio do governo.

   8. Eu já ouvi todo tipo de som no Carnaval, desde Carlinhos Brown tocando cano PVC a Dudu Nobre e seu cavaco no Alerta Geral; assim como Cavalheiros de Bagdá, Gal, Ritmos do Tororó, Caetano, Gil, Bell, Ivete desde o tempo em que cantava no Eva, o som do Ilê subindo a ladeira do Curuzu, do Olodum na sexta do Pelô, e os solos de Osmar e Orlando dos Tapajós. 

   9. Viva portanto a diversidade musical sem papais. É uma coisa natural e que acontece por força dos artistas e suas expressões culturais. Ninguém venha me dizer que foi a Caixa ou o Bra que ensiou Armandinho a tocar guitarra baiana.
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   10. Em apenas 30 minutos, cerca de 967 foliões puderam conhecer sua condição sorológica para a HIV, hepatites C e sífilis. Esse é o número de pessoas que passaram pelas duas unidades do projeto Fique Sabendo até a noite de ontem (07). 

   11. A iniciativa faz parte das ações de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DSTS) e Aids, e propõe a detecção precoce dessas enfermidades através do teste rápido com a coleta de apenas uma gota de sangue. Em dois dias de atuação, foram realizados 2.901 exames, resultando no registro de 31 diagnósticos positivos para HIV, 105 para sífilis e 10 reagentes para hepatite C.
 
   12. O posto da Rua Marques de Leão, na Barra, foi o local que mais realizou testes (1.560), seguido da unidade da Praça Municipal, no Centro Histórico com 1.341 testes coletados. As unidades funcionam até amanhã (09), das 9h às 21h, no Centro Histórico, e das 12h às 22 horas, na Barra.

   13. Diria que não foi uma atitude das mais elegantes o governador Rui Costa anunciar via rede social que os 50 anos da Tropicália será o tema da decoração do Carnaval do Pelourinho, em 2017.

  14. Ora, sabe o governador que, em 2016, teremos uma eleição municipal e só então, em outubro ou novembro, a cidade saberá quem será seu prefeito (a). Portanto, querer antecipar dessa forma um evento que, por elegância, simpatia, deve-se ter sintonia com a Prefeitura não é a melhor forma.

  15. O secretário estadual da Cultura, Jorge Portugal, destaca que "No ano que vem, vamos fazer uma grande homenagem aos 50 anos da Tropicália, mas o que deve prevalecer sempre é a paz e a tranquilidade no Carnaval da Bahia”,  disse o titular da Secult. 

   16. Depois, debocha: “Se o prefeito não tiver nada contra a Tropicália, sugiro que a prefeitura adote o mesmo tema e também faça uma merecida homenagem a este grande movimento que marcou a história do país”.

   17. Qual prefeito? As eleições ainda acontecem em outubro Mr Portugal.

   18. A Guarda Municipal de Salvador está atuando nas ações de apoio aos órgãos públicos e ao cidadão durante o Carnaval 2016, com destaque para as ações de fiscalização junto à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop). Até as 6h desta segunda-feira (07) foram apreendidos 3434 objetos com potencial de arma branca, o que representa um aumento de 9,47% em relação ao mesmo período do ano passado.
 
   19. De acordo com o Setor de Estatística da Guarda Municipal do Salvador (Seest), houve um aumento significativo nos recolhimentos em comparação ao ano de 2015 de garfos de metal, facões e facas, com um acréscimo de 236%, 125% e 12%, respectivamente. 

   20. Durante os trabalhos, diversas ocorrências como tentativas de agressões a agentes públicos, vias de fatos, desacatos, recolhimento de menores perdidos, em ações junto ao Conselho Tutelar, dentre outros, também foram registradas.
 
   21. Nas últimas 24 horas foram registrados 89 atendimentos pela Guarda (15,6% a mais que em 2015) e 11 ocorrências (37,5% a mais). Dentre as ocorrências, destaque para uma intervenção de agentes da Guarda Municipal após agressão a uma mulher no Centro. 

   22. Populares solicitaram a presença dos agentes para conter um homem que agredia a companheira socos e pontapés. O agressor foi encaminhado para o posto policial e a vítima a uma unidade de saúde para receber atendimento médico.

   23. As experimentações rítmicas e sonoras de dois dos principais expoentes da nova geração da música baiana vem com tudo amanhã  (9), último dia de Carnaval e de folia no Pelô. O IFÁ Afrobeat promove o “Carnaval de IFÁ”, um espetáculo único que irá mostrar as diferentes faces da música afro baiana no Carnaval 2016. Para tanto, o grupo, que faz um som instrumental com elementos do ijexá,  funk e afrobeat, convida a Band’Aiyê e o cantor Dão. Através destes artistas, o encontro representa os diferentes gêneros da diáspora africana na Bahia.

   24. Pelo terceiro ano consecutivo no Carnaval do Pelô, a banda BaianaSystem, o fenômeno artístico e musical que já vem deixando  a sua marca na história do Carnaval baiano, encerra a folia a mais de mil decibéis. Milhares de foliões devem participar do show, que é um dos momentos mais esperados do Carnaval no Centro Histórico.

   25. Ao completar 20 anos de Carnaval, o ‘MicroTrio de Ivan Huol - Uma Família Colorida’ traz um convidado especial nesta terça-feira  (9), a partir das 14h30, no Circuito Dodô (Barra-Ondina). Trata-se de Chico César, músico paraibano que em 2015 lançou “Estado de Poesia”, seu primeiro disco de inéditas em oito anos. 

   26. Amigo do projeto de Ivan Huol de muitos carnavais, Chico César realizará  mais uma edição da ‘Jam de Asfalto’, uma sessão de improvisação carnavalesca onde músicos de todas as áreas são convidados a tocar juntos, bem no meio dos foliões. Os microtrios e nanotrios (12 no total) integram o programa Carnaval Pipoca do Governo do Estado, realizado  pela Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA) através do CCPI (Centro de Culturas Populares e Identitárias).

   27. A Transalvador removeu 491 veículos aos pátios da autarquia nas quatro primeiras noites de Carnaval, entre quinta (04) e domingo (07). O número supera em 45 unidades as remoções do mesmo período do ano passado, quando foram recolhidos aos pátios 446 veículos, entre carros e motos. Em 2016, 1.724 condutores foram notificados. As infrações mais recorrentes são estacionamento irregular, excesso de velocidade, falta de habilitação e licenciamento vencido.
 
   28. “A infraestrutura proporcionada aos agentes de trânsito é responsável pelo crescimento no número de remoções”, disse Fabrizzio Muller, superintendente do órgão. “O investimento em recursos materiais e humanos é maior a cada ano. O NOA (Núcleo de Operação Assistida) é também um importante trunfo do monitoramento e fiscalização durante a folia”, complementou. Tecnologia e imagens emitidas por 190 câmeras permitem um monitoramento 24h, em tempo real, para atendimento de emergências.
 
  29. Estão sendo empregados na operação 58 viaturas, entre carros, kombis e pick-ups, 15 motocicletas, 25 guinchos e materiais de sinalização, sendo 250 canalizadores de tráfego e 1.500 cones. Cerca de 700 agentes da Transalvador receberam treinamento específico para o Carnaval 2016. Ao todo, mais de 880 profissionais atuam no evento.