Colunistas / Miudinhas
Tasso Franco

SALVADOR mostra sua cara da pobreza no Carnaval com intensidade, p TF

Carnaval é o momento em que a pobreza da população de Salvador aflora com mais intensidade
08/02/2013 às 18:33

MIUDINHAS GLOBAIS:


    1. É durante o Carnaval de Salvador que a pobreza da cidade se expõe de forma mais contundente e o que se sabe pela imprensa e pelos estudos acadêmicos e governamentais, vê-se, observa-se a olho nu, num laboratório impressionante para quem estuda as relações sociais. Salvador, todo mundo sabe disso, é a uma cidade pobre e a maioria da população dos seus quase 3 milhões de habitantes se insere na faixa de renda entre 1 e 3 salários mínimos. Há, ainda, uma faixa na linha da pobreza e um percentual de miseráveis.

   3. Há de reconhecer, também, um esforço do governo federal com seus programas de ajuda (Bolsa Família e outros) e agora o Brasil sem Miséria colocado em movimento pela presidente Dilma. Ainda é pouco. Salvador tem 80.000 familias no BF e a Prefeitura pretende colocar mais 60 mil. É importante, mas, mais importante são os programas de treinamento, os cursos técnicos e a qualificação da mão de obra e o governo do estado tem colaborado.

   4. O mais chocante no Carnaval, por exemplo, é o contraste entre jovens  da classe média alta brincando nos trios e os pobres dando proteção, segurando cordas (vide foto). Essa é uma exposição nitida desse fosso dificil de ser reparado, muito mais do que essa reparação que se prega na Bahia em nome dos afrobaianos, pelo lado mais politico e racial. A questão é que, para que haja um nivelamente, é preciso muito trabalho, educação, geração de oportunidades e assim por diante. 

   5. Esses jovens e alguns adultos das cordas moram na periferia da cidade, a maioria no Subúrbio Ferroviário e no miolo (Barreiro, Mata Escura, etc) têm baixa escolaridade e suas familias só sobrevivem graças ao guarda chuva governamental nas três esferas - municipal, estadual e federal - pois dependem de escola gratuita, transporte, amparo à saúde e até de alimentação. Resolver essa questão passa além da demagogia e de estudo da história da África.

   6. No Carnaval, os pobres estão também atuando como ambulantes descredenciados, vendedores de latinhas de cerveja e refrigerantes, catadores de latinhas, vendedores de churrasquinhos de gato e assim por diante. Estão por toda parte, nos circuitos, nas transversais e ladeiras, onde podem se acomodar. E, algumas dessas familias acampam e só retornam às suas residências na quarta-feira de cinzas.

  7. Há ainda vendedores credenciados, alguns que já atingiram a classe C emergente, de bebidas em grosso, de barracas de melhor qualidade, de produtos carnavalescos e balas e bombons. No Carnaval há essa convivência pacífica entre todos: os ricos, que na Bahia são poucos, a classe média alta, a classe média, os pobres e os miseráveis e mais os atores governamentais. 

   8. E essa convivência, no Carnaval, não pode passar por repressão ou qualquer tipo de controle mais ordenado como querem e propagam algumas autoridades. Vamos com calma e respeitando a todos.
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   9. Na quinta, só SBT e TVE transmitiram ao vivo o Carnaval de Salvador. A TVE dando destaque aos blocos afros no Campo Grande.

   10. Diz-se que o Chiclete passou pelo Campo Grande a jato.

   11. O secretário da Cultura, Albino Rubim, diz em A Tarde sobre o Carnaval no Pelourinho: "É, agora, um carnaval da diversidade cultural". Ora, isso vem desde quando Paulo Gaudenzi o instituiu.

   11. Diz-se que a presidente Dilma não vai ao Campo Grande no Carnaval por uma questão de segurança. Ora, quando segurança for problema pra presidente estamos todos fritos. Não vai porque não quer e pronto.

   12. Todo feriadão a Varjão Associados, que tem a conta da CLN concessionária do Litoral Norte (Estrada do Coco) diz que a empresa arma um esquema especial para atender os clientes. E, em todo feriadão, como agora no Carnaval, é um mangue.

   23. A UFBA desaba no ranking Webometric da 225ª posição entre as 500 universidades para 444ª. Tá descendo a ladeira. Essa reitora é fraquinha, com todo respeito. 

   MICOS CARNAVALESCOS DO AGAPITO

   1. Tuca Fernandes que é um camarada de paz criando furdúncios no primeiro dia do Carnaval.

   2. O estilo Saulo Fernandes. É cada roupa de assustar.

   3. A desculpa da Coelba pela falta de energia três vezes no circuito Dodô: culpa da serpentina metálica.
4. Que fashion estava a turma da Policia na visita do governador Wagner ao centro operacional. Até o secretário Robinson tava parecendo um coronel.

   5. O filme de TV da Skol com aquelas bombas todas. Que falta de gosto. Santo Pai!

   6. Vai um mico dourado para os camarotes dos ricos que não têm gerador. Ficaram no breu.

   7. Gostei não do visual da Claudia Leitte no primeiro dia: muito badulaque.

   8. Mico cabeludo para Sabrina Sato ao dançar o "gangnam style". Psy caiu na gargalhada.

   9. Apagadona essa rainha do Carnaval. Tá parecendo rainha de micareme.

   10. Mico pardo para os candelabros do camarote 2222. Tá parecendo o Palácio de Versalhes: não combina com Gil.