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Tasso Franco

REVISÃO METAS DA PETROBRAS DEIXA GABRIELLI VULNERÁVEL, p TASSO FRANCO

O mito da eficiência de Gabrielli está indo por água abaixo com Graça Foster
03/07/2012 às 21:08
Foto: DIV
Sérgio Gabrielli já está devendo explicações sobre metas da Petrobras
   MIUDINHAS GLOBAIS

   1. Por enquanto o assunto está pululando no meio econômico. Mas, como a política se insere em todos os contextos da sociedade, em breve essas medidas de reavalização para baixo das metas de produção de petróleo e gás natural, que sucesivamente vinham sendo descumpridas, gerando descrédito no mercado, herança da política da Petrobras na gestão Sérgio Gabrielli, época do presidente Lula da Silva e 1º ano de Dilma, pode trazer dissabores a Gabrielli, hoje, secretário de Planejamento do governo Wagner e apontado como pré-candidato "in-pectore" do ex-presidente Lula ao governo da Bahia, em 2014.

   2. Quem acompanhou o notíciário econômico na semana passada percebeu a queda das ações da empresa OGX, de Eike Batista, com enorme perda do valor de mercado e abalo na fotruna pessoal do bilionário, fruto examente de análises muito otimistas da produção de poços de petróleo, com estimativa de 20.000 barris diários cada um deles, quando, na real, passaram a 5.000 barris diários.

  3. Eike, que está novissimo no ramo do petróleo, desde 2007, conseguiu com aquela eurofira lulista & gabriellista amealhar R$6.7 bilhões na bolsa de valores ao abrir o capital da empresa, em 2008, e, hoje, os investidores, estão ressabiados porque os ganhos esperados não se concretizam a contento e no tempo certo.

   4. A presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu, recentemente, que as metas da empresa para os segmentos petróleo e gás natural não eram realistas. A estimativa de produção para 2016 foi reduzida em quase 20%, de 3.1 milhões para 2.5 milhões de barris diários.

   5. E, das 4 novas refinarias (Ceará, Maranhão, Rio e Pernambuco), a única a ser concluida, em 2014, será a Abreu e Lima, em Pernambuco, com custos que saltaram de R$4.75 bilhões para R$42 bilhões e sem o tal do capilé de Hugo Chavéz, parceria politica que só ficou no lero-lero lulista-chavista, porque a Venezuela não colocou 1 real no projeto.

   6. Graça diz que é uma história a ser "aprendida, escrita e lida para não ser repetida". Ou seja, deixou claro que a administração Sérgio Gabrielli na Petrobras foi perdulária e não seria modelo para coisa alguma. Lembrando que Graça foi escolha pessoal de Dilma, a qual não bicava com Gabrielle.

   7. É exatamente nesse aspecto que entra a questão política, pois, Gabrielli tem sido apresentado a Bahia como provável candidato a governador, como um técnico competente e que teria feito um bom trabalho na Petrobras. Evidente que uma revisão de metas não significa dizer que Gabrielli errou em tudo a ponto de ter comprometido a empresa.

   8. Mas, o que se depreende pelos comentários da presidente Graça Foster é que havia um empavonamento da Petrobras com Gabrielli e trabalhava-se numa perspectiva irreal, ilusória. Daí que, se não fosse dado um freio, como está sendo dado, a empresa poderia, sim, pipocar adiante, ou perder valor de mercado (como tem perdido) por falta de credibilidade nos negócios, num ramo bastante competitivo e altamente profissional.

   9. Os desdobramentos desse cenário ainda acontecerão ao longo do ano e a depender da repercussão que tenha no futuro, com novas perdas e descumprimento de metas, abala-se a credibilidade de Gabrielli, e a sua nau pode dar água, em 2014.

   10. Desde já, o que se percebe, é que Gabrielli está devendo explicações. E é bom que entre logo em campo para isso porque o mundo da política tem outro giro rotativo do mundo da economia. 
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