A Secretaria Municipal da Reparação de Salvador foi a primeira do país, em 2004
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. Tem muito político baiano comemorando a decisão do STF em aprovar por unanimidade cotas para negros e pardos nas universidades públicas. Que me recorde como ação afirmativa no sentido de contribuir com a melhoria da autoestimada da comunidade negromestiça de Salvador, quem primeiro instalou uma Secretaria Municipal da Reparação Social, em 2004, foi o prefeito Antonio Imbassahy, tendo como titular a professora Arany Santana, uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado, 1978, e uma das diretoras do Ilê Aiyê.
2. Algo inusitado, pois, no Brasil, salvo melhor juizo falava-se em reparação, igualdade, mas, não havia na esturutra dos serviços públicos um órgão de primeiro escalão trabalhando em pontos afirmativos da negritude. E Imbassahy, que já vinha apoiando as comunidades negromestiças, os candomblés, os blocos e entidades afro carnavalescas e sociais, e investindo bastante nesses segmentos, deu o ponta-pé inicial.
3. Lembrar é sempre salutar. Foi na gestão Imbassahy que foram recuperados com investimentos em infraestrutur os 4 prinicpais terreiros de candomblé de Salvador - o Gantois, a Casa Branca, o Axé Opô Afonjá e o Bogum. Foram investimentos pesados: a Casa Branca estava desmoronando e o barracão do Bogum aos cacos. A preoteção a área do Afonjá foi grande e a escadaria e a encosta preservou a fonte de Oxum, no Gantois. Em pai Air, na Boca do Rio, a Prefeitura ergeu uma praça.
4. O prefeito JH manteve a secretaria da Reparação já com outro titular e Arany atuou na Sedes (Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza), governo do estado, na gestão da titularidade de Walmir Assunção, e depois chegou a ser titular da pasta quando Waldmir desencompatibilizou-se, em abril de 2010, para ser candidato a deputado federal.
5. A Sedes foi ocupada, na segunda gestão Wagner por Carlos Brasileiro, e Arany deslocada para a direção do Centro de Culturas Populares e Identitárias - CCPI, Pelourinho, onde continua seu trabalho de reparação.
6. Mas, sempre é bom lembrar, foi no governo Imbassahy que Arany ganhou dimensão local e depois estadua/nacional defendendo suas posições na então secretaria da Reparação, onde desenvolveu vários projetos, e, mais do que isso, teve voz plena para falar do tema reparação/igualdade no plano nacional.
7. A Sepromi - Secretaria da Promoção da Igualdade Racial do Estado - só foi criada em 2007, no governo Wagner, tendo como titular inicial o deputado Luiz Alberto. Diria que o movimento gestado pela Secretaria da Reparação Municipal, a partir de 2004, contirbuiu para a criação da Sepromi, a qual teve depois a titularidade de Luiza Bairros, hoje, ministra no governo Dilma nesse segmento.
8. A Bahia, portanto, tem uma grande contribuição nessa história e Arany só não continuou secretária no segundo governo Wagner devido as acomodações políticas.
9. Evidente que outros políticos baianos, historicamente lutaram e muito pelas cotas e outras políticas para afirmação da negritude, entre eles, poderia citar sem erros Lídice da Mata, Luiz Alberto, Olivia Santana, Gilmar Santiago, Bira Corôa, Walmir Assunção, etc, assim como personalidades do Movimento Negro, João Jorge, Vovô do Ilê, Stella de Oxóssi, Jaime Sodré, Vilma Reis, Sérgio São Bernardo, a turma do Movimento do Steeve Biko, a turma do Movimento Hip-Hop e assim por diante.
10. A lista é grande e diria que não existe um patrono, salvo Abdias do Nascimento que é citado como referência pioneira no Brasil. Salve as cotas como constitucional e que novas politicas de repação sejam implantadas no país.