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Tasso Franco

REALIDADE DAS CORDAS NO CARNAVAL LONGE DE ACABAR DE VEZ,p TASSO FRANCO

Os politicos e autoridades baianas também adotaram os camarotes
18/02/2012 às 21:00
MIUDINHAS GLOBAIS:

  1. Registre-se que, neste Carnaval de Salvador, houve um avanço no uso de alguns trios elétricos tocando com artistas de melhor qualidade e servindo aos foliões "pipocas", aqueles que não saem em blocos com abadás pagos. Mas, a realidade da presença de cordeiros e cordeiras (neste 2012 o número de mulheres cordeiras aumentou bastante) ainda está presente com muita força e certamente não vai desaparecer ao longo dos anos.

  2. A cultura mercantil do Carnaval baiano contaminou de tal forma os blocos que, fica difícil entender como uma entidade tipo Filhos de Gandhy, centenas de homens pregoeiros da paz, que costuma interagir com as foliãs, ainda usam cordas. A corda, a rigor, está nos blocos chamados da elite (os de trios das estrelas), nos pagodeiros, blocos de samba, de índios e afros.

  3. Se tornou uma "instituição" baiana. Como é que o Rio de Janeiro consegue colocar 2.2 a 2.5 milhões de pessoas no Bola Preta e Recife 2 milhões no Galo da Madrugada, sem uso de cordas? O mercantilismo do Carnaval empresarial baiano ajuda a entender esse porquê, assim como o cultural. Até no cortejo da Lavagem do Bonfim entidades já utilizam cordas. 

  4. Trata-se, ao que se supõe de um fenômeno cultural, um medo coletivo que se espalhou pela população, dando conta de que é preciso ficar isolado da patuléia sob pena de ser furtado e espancado. Em Salvador já teve um bloco de turistas (Simpatia Quase Amor, acho que era este o nome) que saia do Meridien, com os turistas enjaulados, desfilavam pela avenida e depois voltavam para o hotel.

  5. Hoje, o que se verifica é que uma boa parte dos turistas e dos "Dendês no Sangue" (aqueles que só amam a Bahia na época do Carnaval) vão para os camarotes, se enjaulam de outra forma, e depois retornam para os hotéis e seus estados. Isso contaminou até as autoridades baianas e os politicos. A coisa mais rara, nos dias atuais, é ver um politico baiano nas ruas, num bloco com cordas, não diria nem na "pipoca".

  6. Já ví Aloísio Mercadante desfilando num bloco afro; já ví Fernando José num trio elétrio; o prefeito João Henrique montado num cavalo na Mudança do Garcia; mas, hoje, o máximo que se vê é comparecer a saída do Ilê, assim mesmo lá na plataforma da casa da mãe de Vovô, nunca na ladeira do Curuzu, no rés do cão, e pronto.

  7. Claro que não queremos que o governador e o prefeito saiam atrás do Chiclete com Banana, nem que os senadores desfilem com Bob Sinclair, mas ajudariam bastante nesse processo de retirada lenta e gradual das cordas do Carnaval de Salvador se pisassem, pelo menos, no chão da praça.
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  8. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), já deu n entrevistas na Band Folia. Pelo exposto, essa alma quer falar, nacionalmente.

  9. Modelito de Gilmelânia com seio à mostra eventual, sempre coberto com cabeleria Rapunzel, promove campanha do câncer de mama.
  
  10. Legal o nome desse bloco afro-baiano: as Kengas, bem amadiano.

  11. Na guerra das cervejas, salvo melhor juizo, a Skol tá levando a melhor na parada com a Brahma. A Schin ficou lá atrás neste Carnaval.

  12. Até agora, nenhuma música empolgou os foliões baianos. Bob Sinclair foi a grande surpresa com seu pancadão eletrônico.

  13. A Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Município (Sucom) apreendeu neste sábado (18) o equipamento de som de um veículo na Av. Sete de Setembro, Barra. O proprietário do carro estava provocando poluição sonora em um trecho da zona de silêncio.