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Tasso Franco

PESQUISA VEJA/ECONOMIST MOSTRA A REALIDADE BAIANA, POR TASSO FRANCO

Propaganda mostrada pelo governo do estado não corresponde à realidade
25/12/2011 às 21:02
MIUDINHAS GLOBAIS:

  1. Nem muito mar; nem muito à terra. A pesquisa VEJA elaborada pela Unidade de Inteligência da Economist divulgada neste final de semana revela que a máxima adotada pelos governistas sobre a "herança maldita" recebida pelo governador Wagner, em 2007, tinha certo sentido, mas não era absoluta; assim como, a grita da oposição, na atualidade, afirmando que Pernambuco passou a perna na Bahia pós-Wanger não se sustenta na realidade, de forma também absoluta.

   2. O que aponta a pesquisa é uma Bahia em 10º lugar no país no ranking dos estados brasileiros que estariam mais preparados para receber o fluxo recorde de investimentos estrangeiros que está chegando ao país no rastro da Copa 2014 e dos Jogos Olímpicos 2016, perdendo para os estados que tradicionalmente sempre foram mais desenvolvidos do que a Bahia; mas, ainda assim, a Bahia mantém a primeira posição no Nordeste à frente de PE, CE e outros.

   3. Ou seja, o que se passava na época de Paulo Souto e outros de antigamente; continua ocorrendo agora.

   4. O que o governo está difundindo em sua campanha publicitária recente (Uma Nova Bahia) não passa de retórica, de peças sem sustentação no plano da realidade e da competitividade. Faz parte apenas do jogo político, porque, mesmo a Bahia avançando com projetos estruturantes a médio e longo prazos, os investimentos para que esse sobreamento das desigualdades entre o Centro-Sul e o NE mudem esse quadro tendem ainda a demorar e muito. É provável que nunca alcance.

  4. Veja que aqui estamos falando de ranking para receber investimentos estrangeiros e se apontamos para os dois lados, estes e àqueles do governo federal em infra-estrutura o NE fica sempre com uma parcela pequena do bolo nacional. É só verificar que, para nosso futuro metrô da Paralela estariam previstos investimentos de app R$2.4bi quando o trem-bala Rio/SP/Campinas são R$45 bilhões.

  5. Observe que ninguém fala em nossa estrutura aeroviária, enquanto SP, RJ e MG vão receber investimentos vultosos também neste ítem. E quem está à frente da Bahia no ranking? SP, RJ, MG, RS, PR, SC e ES. É inegável que a Bahia avançou em alguns itens nos governos Wagner e sua melhor nota na pesquisa se situa no ambiente econômico, observando tamanho e crescimento do mercado, renda média e desigualdade de renda.

  6. Já em sustentabilidade e meio ambiente tem seu pior desempenho no 22º lugar entre os 27 estados da federação. Na semana passada, a Assembleia Legislativa aprovou a nova lei do meio ambiente, o que pode ajudar nessa questão, mais adiante. Mas o Estado, na atualidade, não tem sequer estrutura (mesmo com a nova lei) de desemperrar os 12 mil projetos que necessitam de licenças porque não existe pessoal qualificado.

  7. Na opinião do relator desse projeto, deputado Rosemberg Pinto (PT), o estado precisaria, de imediato, contratar (via concurso público) 150 técnicos especializados em sustentabilidade e meio ambiente.

  8. No ambiente econômico e no ambiente político a Bahia está classificada com Bom estado. Nos demais itens e sub-itens da pesquisa, inovação, número de pedidos de patentes, icentivos fiscais, recursos humanos e sustentabilidade na faixa moderada com indicadores na média nacional, mas baixos.

  9. Vê-se, pois, que é necessário um esforço enorme do governo  e da iniciativa privada no sentido de reverter alguns pontos vitais, de infra-estrutura, de melhor qualificação da mão-de-obra local, de melhores universidades, para encostar nos melhores. Na qualidade da rede de telecomunicação, o acesso a internet de alta velocidade, somos apenas moderados. 

  10. Nas políticas para investimentos estrangeiros estamos classificados no item BOM, mas SP, RJ, MG e RS têm agências de promoção bem prepados no item MUITO BOM. Como diria Steve Joob, se essa é a questão, copiem-se esses modelos.
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  11. A pesquisa Veja e o Núcleo de Estudos Sobre o Congresso, do Rio de Janeiro, classificaram deputados e senadores com base em seu ativismo legislativo (boas ideias) e só cita, em relação a Bahia, o senador João Durval (13º entre os 15 nominados), e os deputados Jutahy Jr (8º), ACM Neto (17º) e Antonio Imbassahy (20º).

  12. Os itens analiados foram carga tributária menor e sistema tributário mais simples, infraestrutura, qualiade da gestão pública, combate á corrupção, qualidade da educação, marcos regulatórios estáveis aplicados com transparência por agências independentes, diminuição da burocracia e equilibrio entre os três poderes.

  13. Vê-se, por essa análise, como a maioria dos deputados baianos vive em outra realidade, ora atuando como burocratas; ora distanciados da realidade por um Brasil mais moderno. Admito, até, que esperava uma citação ao senador Walter Pinheiro, o qual, de certa forma tem abordado com bastante ênfesa as questões da tecnologia de telecomunicações.

  14. Mas, estaria faltando a Pinheiro um foco, sem centralizar suas ações mais nesse ambiente, o que lhe poderia render um destaque. Na medida em que se envolve com muitos temas em sua difusão e sempre laureando tais e quais investimentos para a Bahia, previstos em Orçamento, não se enquadra no ranking do Progresso.

  15. A senadora Lídice da Mata, outrora combativa, faz um mandado burocrático e também sem foco. Anda muito, se esforça bastante, mas fica parecendo uma atuação apenas como força auxiliar do governo. Teria que se posicionar de forma maios independente, como sempre atuou.
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