Mineiros disseram sim a Aécio Neves e não a José Serra. Trairas.
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Marina Silva quer consolidar sua posição como terceira via da política brasileira |
Miudinhas globais:
1. Marina Silva, candidata do PV à presidência da República que com seus quase 20 milhões de votos ajudou a levar a disputa ao segundo turno, disse que sua decisão de ter ficado independente e não ter apoiado nenhum dos dois candidatos foi favorável para o processo democrático. E reafirmou a disposição de construir uma "terceira via" na política brasileira.
2. Após o resultado, saudou a eleita por seu ex-partido. "Parabenizo a ministra Dilma por ter sido eleita presidente e a primeira mulher presidente do Brasil", disse. Fez certo. Não poderia ser diferente. De fato, hoje, Marina representa uma "terceira via" em construção e seu maior trabalho será consolidar essa posição acalmando os "verdes" que vão querer uma "boquinha" no governo Dilma e nos governos estaduais do PT, PSB e PMDB.
3. Marina já consolidou uma posição nas grandes cidades brasileiras. É só verificar o que aconteceu em Salvador, cidade que raramente vem por aqui, e onde teve mais de 400.000 votos e onde o PV é um "saco de gatos". É algo como os votos somados de ACM Neto, Nelson Pelegrino, Antonio Imbassahy só para citar deputados federais bem votados na capital baiana.
4. Cidades grandes onde Marina saiu vitoriosa no primeiro turno como Belo Horizonte, Vitória, Vila Velha, Brasília, Niterói, Arraial do Cabo e outros houve uma disputa enorme entre Serra e Dilma, sendo que de 19 delas, Serra venceu em 12 e Dilma em 7. Serra inclusive venceu Dilma no segundo turno em Belo Horizonte, Vitória e Vila Velha. O eleitor de Marina disse assim: vou dividir o voto, mas, numa próxima eleição retorna à Marina.
5. O problema de Marina (e também do PSDB, PMDB e outros partidos) será Lula, em 2014. Evidente que cada eleição representa uma nova eleição e vai depender da trajetória de Dilma nos próximos 4 anos. Mas, Lula, hoje, seria imbatível com a "terceira via" de Marina, Aécio, Serra, quem for.
6. Ainda assim, há de se dizer que Marina caiu no gosto da classe média e daqueles que a cada dia defendem a política de preservação do meio ambiente, e do desenvolvimento sustentável. Vai ser a nossa Tony Blair nesses próximos 4 anos. A causa é boa e nobre e a acreana tem tudo para crescer.
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7. O Rasta do Pelô entende nada de moda. Mas, me disse que a camisa fashion de Wagner no dia da votação de Dilma, no segundo turno, foi um horror.
8. Falar no segundo turno, dia da eleição, 10 da manhã, o deputado Yulo Oiticica (PT) de sunga branca desfilava na praia de Vilas dos Atlântico numa boa. Isso é que representa certeza na vitória de Dilma.
9. O lugar que Dilma bateu o recorde de votos chama-se Santo Antonio dos Milagres, no PI, com 88% dos votos; Serra 12%.
10. A sensação de que a petista Dilma Rousseff foi eleita apenas em razão da vantagem aplicada nas regiões Norte e Nordeste é falsa. Levantamento com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que ela ganharia a eleição mesmo se fossem computados apenas os votos do Sudeste, do Sul e do Centro-Oeste.
11. Dilma teve mais de 55 milhões de votos no país; Serra teve pouco mais de 43 milhões. No Nordeste, a vantagem de Dilma foi elástica: 18,4 milhões de votos, contra 7,7 milhões do tucano. No Norte, ela venceu por 4 milhões contra quase 3 milhões de Serra.
12. Se todos os eleitores das regiões Norte e Nordeste forem excluídos da conta, no entanto, a petista ainda aparece na frente. Na soma de Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ela tem 33,2 milhões de votos, contra 32,9 milhões - uma margem pequena, de 275 mil votos, mas suficiente para elegê-la.
13. Boa parte desse resultado se deu graças a Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país. Serra não conseguiu capitalizar a força do ex-governador e senador eleito pelo PSDB Aécio Neves e Dilma conseguiu vencê-lo por 1,7 milhão de votos de diferença no estado.
14. No Rio de Janeiro, ela também abriu 1,7 milhão de votos de vantagem, fazendo o revés de São Paulo não pesar na conta. Além disso, Serra venceu no Centro-Oeste, mas não com uma margem expressiva.