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O arcebispo primaz da Bahia, dom Augusto, mobilizou a igreja contra Waldir, em 1962

  Miudinhas globais:

  1. O Brasil dá sinais de que mudou pouco em termos de algumas concepções sobre a sociedade contemporânea. Está certo que a candidata do PT, Dilma Rousseff, tenha mudado de opinião sobre o aborto e sua descriminalização, o que foi um tremendo erro porque se mostrou uma personalidade com duas caras, mas a campaha que se faz na internet e outros veículos de comunicação sobre esse tema e a sua perspectiva da fé cristã, revela que a sociedade brasileira ainda é muito conservadora apesar dos avanços que já aconteceram nas últimas décadas. 

  2. E o que é pior: Dilma não está conseguindo se sair do problema e a cada dia só faz piorar porque, como dizia o ex-governador Luiz Viana Filho, tudo o que tem que se explicar muito é problema. Daí que, ao invés de estar se justificando que é a favor da vida, que é contra o abordo, que a mulher de Serra diz que ela "mata criancinhas" melhor seria falar dos feitos do governo Lula, os quais não são poucos, e mudar a agenda para uma situação mais propositiva.

  3. A Bahia viveu uma situação dessas em 1962 na campanha entre Waldir Pires x Antonio Lomanto Jr. Lomanto era municipalista e tinha apoio do jornal A Tarde, muito influente nessa época porque não havia TV, e da Igreja Católica. O arcebispo primaz era Dom Augusto Álvaro da Silva, cardeal da Silva, da linhagem tradicionalista de Pernambuco, daqueles bem conservadoras.

  4. Ao contrário do que aconteceu com Dilma em relação ao aborto e sua fé cristã, Waldir nada falou contra a igreja católica (os evangélicos, em 1962, não tinham expresividade política) mas era o novo, tinha idéias mais modernas, representava o PSD e não a conservadora UDN e os democratas cristãos, estes vinculados a Lomanto. Em setembro, o cardeal escreveu um artigo em A Tarde (A Igreja e as Eleições - Comunicação Necessária) anunciando a criação da Aliança Eleitoral pela Família) conclamando os católicos a ouvirem a palavra da Santa Igreja.

  5. No dia 23 de setembro, em centenas de igrejas espalhadas por toda a Bahia, era distribuido um panfleto taxando Waldir de comunista, o vermelho, o "come criancinhas", o financiado pelo "ouro de Moscou". Waldir tentou de todas as maneiras se contrapor a essa campanha, citando trechos da encíclica Mater et Magister e sua campanha publicou em A Tarde uma foto legenda do candidato e sua mulher Yolanda Pires junto ao Papa João XXIII.

  6. Inclemente, o cardeal da Silva com sua Aliança Eleitoral pela Família em movimento de forma bastante agressiva, sempre com apoio de A Tarde, dizia que se Waldir era o vermelho (relação direta com a figura do diabo), Lomanto era a igreja, o azul, a paz e céu com Deus supremo. Concluidas as eleições, Lomanto foi eleito governador da Bahia e Waldir seguiu seu destino sendo procurador da República, exilado, ministro de Estado com Sarney e governador da Bahia eleito em 1986, 24 anos depois, já com Dom Avelar Brandão Vilela, cardeal da Bahia.

  7. É claro que não só foi isso que derrotou Waldir. Atribuem-se outros motivos, entre eles, talvez o mais significativo o desprezo que deu ao apoio do então governador Juracy Magalhães, o qual embora estivesse desgastado era o governador e tinha uma máquina à sua disposição. Mas, a campanha de dom Augusto Álvaro da Silva foi marcante porque os católicos, tal como acontece agora com setores da igreja em relação a Dilma, seguiram a palavra do seu cardeal.

  8. Portanto, Dilma deve ter todo cuidado até 31 de outubro porque além dos conservadores da Igreja Católica os evangélicos são ainda piores.
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  9. Por enquanto tem muita reunião, todo mundo dizendo que está empenhado nas candidaturas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), mas, na prática, na Bahia, pouca coisa foi feita de forma objetiva e que possa melhorar o desempenho dos candidatos a presidência da República.

  10. Como aqui a eleição de governador foi decidida em primeiro turno, os senadores estão eleitos e os deputados também falta motivação regional para voltar às praças públicas, salvo se um dos dois candidatos estiver no estado, como aconteceu com Serra, em Vitória da Conquista, e ainda deverá acontecer com Dilma.

  11. É muito difícil mobilizar as massas numa eleição dessa natureza. Ademais, os perdedores, magoados que estão com seus eleitores, até dizem que vão participar do empenho mobilizatório, mas, no fundo nada fazem.

  12. Certo fez Lúcio Vieira Lima, deputado federal mais votado do PMDB, o qual recentemente esteve em Cairu para participar de uma missa na Igreja de São Benedito e agradeceu a Deus sua eleição. E mais não disse a não ser rezar.

  13. É isso: Que motivação teria o senador César Borges (PR) para sair pelo interior do estado pedindo votos para Dilma ele que foi menosprezado no primeiro turno? E Geddel Vieira Lima também menosprezado? Motivação zero. Podem até dizer como disseram que estão engajados na campanha, mas é complicado o entendimento com as bases, muitas das quais já migraram para José Serra, caso de Herzém Gusmão, de Conquista.

   14. Nesta quarta feira, 13, tem mais uma reunião com o presidente regional Antonio Imbassahy e os partidários do PSDB. Ora, a maioria dos prefeitos do PSDB apoiou Wagner e duvida-se que compareça ao chamamento.

   15. Na quinta-feira, 14, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho também se esforça para reunir deputados, prefeitos, vereadores e lideranças que apóiam a candidatura de Dilma, no Comitê da Boca do Rio, para organizar a agenda deste final de campanha.

   16. Passados 10 dias do processo eleitoral, o deputado federal Jorge Khoury fala oficialmente para a imprensa em coletiva sobre as eleições 2010 e o futuro da política. Será no dia 14 de outubro, quinta-feira próxima, às 9 horas, na sala de convenções do Armazém Caffé, em Juazeiro.
   17. Khoury, que foi prefeito de Juazeiro, tem 28 anos de vida pública. Cumpre agora o quinto mandato de deputado federal, tendo se licenciado de dois para ser secretário de estado da Bahia e apoia Serra.


   18. A Frente Evangélica de Camaçari divulgou, nesta terça-feira (12) através do site Camaçari Agora, documento em que se posiciona criticando o uso da religião na campanha política, por Serra e seus apoiadores, contra Dilma Rousseff, e afirmando não desejar que o país retroceda.

   19. O povo, diz o documento, está sendo usado como "massa de manobra" por oportunistas e o que tem sido divulgado não reflete o sentimento nem a opinião do segmento evangélico.

   20. O candidato a Vice-Presidente da República na coligação O Brasil Pode Mais, Indio da Costa, coordena nesta quarta-feira, no Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro, a partir de 10h30, reunião com cerca de 500 líderes políticos para definição das ações do segundo turno da campanha de José Serra no Estado.

  21. Estarão presentes representantes da coligação O Brasil Pode Mais como Ronaldo Cesar Coelho, Rodrigo Maia, Marcello Alencar, Octavio Leite e Marcelo Itagiba e a atriz Neyla Tavares, representando o marido, Fernando Gabeira, do PV. Também confirmaram presença lideranças políticas dos partidos PMDB, PSDC, PP, PT do B.
abraços, 

   22. Passado a apuração dos resultados, a grande curiosidade nestas eleições de 2010, na Bahia, foi o número do coeficiente eleitoral, que é usado para cálculo das vagas de deputados pelos diversos partidos.


   23. Em 2006, os votos válidos para deputado estadual foram de 6 milhões e 501 mil, enquanto que, agora, chegaram a apenas a 6 milhões e 782 mil votos. Com isso, o coeficiente eleitoral passou de um montante de 103 mil e 190 votos para a quantidade de 107 mil e 650, representando um crescimento de apenas 1,04%. Nas previsões feitas com base no crescimento do colégio eleitoral baiano, este numero seria de 117 mil votos.


  24. Quanto ao cálculo para as vagas de deputado federal, verifica-se que, em 2006, o total de votos validos ascendeu a 6 milhões e 570 mil, enquanto que, neste ano, chegou a 6 milhões e 684 mil, correspondendo a um crescimento de 1,01%. Assim, o coeficiente passou de 168 mil e 461 votos para 171 mil e 384, quando as expectativas era que alcançasse 185 mil.


  25. Quanto menor o coeficiente mais se beneficiam os partidos nanicos, já que conseguem alcançar a 1ª vaga com menor número de votos e, a partir daí, entrarem no cálculo das sobras matemáticas.