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Tasso Franco

DEBATE DA TV BAHIA MOSTRA EQUILÍBRIO ENTRE CANDIDATOS COMPETITIVOS

Veja o que cada candidato falou durante debate da TV Bahia
28/09/2010 às 23:56
Foto: DIV
Willian Vack, Paulo Souto e Geddel durante o debate
    Miudinhas globais:

  1. Preferencialmente, hoje, dedicadas ao debate da TV Bahia. O áudio prejudicou bastante. Aqueles microfones duplos com muito espaço entre um e outro fizeram com que o som não saísse legal para o telespectador.

  2. O debate direto entre candidatos foi o diferencial da TV Bahia, historicamente, muito contida nos debates que realizou. Desta feita, com regras mais flexíveis, só quem ganhou foi o público.

  3. A primeira pergunta sobre o tema jovens foi feita por Bassuma (PV) a Geddel (PMDB) e este foi direto sem dar boa noite entrando na casa do telespectador já dizendo o que iria fazer. Uma falha.

  4. De cara, Bassuma citou a infeliz frase de Wagner, até hoje muito explorada, de que a via alternativa para o crack é "cadeia ou caixão".

  5. A segunda pergunta foi de Geddel para Wagner querendo saber sobre sua promessa de campanha, em 2006, de construir vilas residenciais para os policiais. Quantas o senhor fez e aonde?

  6. Wagner respondeu dizendo que os técnicos em habitação, hoje, entendem que as moradias têm que ser coletivas, para todos. Daí que, mudou de conceito e fez habitações de uma forma geral.

  7. Geddel lamentou que o governador só tenha descoberto essas novas tendências 4 anos depois.

  8. Wagner perguntou a Marcos Mendes (PSOL) levantando a bola para sí e relacionando a questão aos viadutos da Rótula do Abacaxi e a visita de Lula.



  9. Marcos Mendes, com sua metralhadora giratória, disse que faltava planejamento e que as obras do governo só favorecem as grandes empresas. Em seguida, fez uma acusação ao secretário James Correia (Indústria e Comércio) de envolvimento com a OAS e Odebrecht.



  10. Wagner ganhou um direito de resposta e disse que Mendes, se prova tem de alguma irregularidade praticada por James, deveria procurar o MP.



  11. Mendes perguntou a Souto nesta primeira rodada com tema segurança abordando a polêmica frase "cadeia ou caixão" para os portadores de crack. Souto aproveitou a levantada de bola e disse que, na Bahia, aconteceram 18 mil assassinatos em 4 anos, e o atual governo mantém encaixotados equipamentos de comunicação.



  12. Souto perguntou a Bassuma em mais uma levantada de bola sobre a área da saúde, classificando os corredores dos hospitais públicos da Bahia com cenas de "campos de concentração".



  13. Bassuma retomou tema do debate anterior (Record) e acusou a SESAB, com base no livro do médico Eduardo Leite, de corrupção, sendo que, do orçamento de R$3 bilhões, R$1 bilhão foi lançado pelo ralo. E que o Hospital da Criança, em Feira, só opera com 20% de sua capacidade por falta de profissionais.



  14. Wagner ganhou mais um direito de resposta e afirmou que na Bahia não existe corrupção e Bassuma, se prova tem, deve encaminhar seu pleito ao MP.



  15. Souto anunciou que pretende fazer o SAC Saúde com hora marcada para consultas.



  16. No segundo bloco, Souto perguntou a Wagner questionando porque Pernambuco tem tantos investimentos e a Bahia não. Wagner respondeu dizendo que o presidente Lula faz obras para todos, assim como ele age no estado. E disse que, infelizmente, a Bahia perdeu 4 anos devido a inefiência da gestão Souto.



  17. Souto rebateu frisando que foi um dos poucos governadores a produzir um Plano Estadual de Logística de Transporte, mas, no governo Lula este esqueceu de duplicar a BR-101 no território baiano. Wagner disse que agora vai ser feita.



  18. Seguindo a roda, Wagner perguntou a Bassuma sobre desempenho da Petrobras, Pré-Sal, remetendo para a visita de Lula.



  19. Bassuma disse que petróleo é energia poluente e que existem outras alternativas. Criticou Wagner pelo manifesto desejo de instalar uma Usina Nuclear na Bahia. E que a Bahia é um estado atrasado em matéria de energia em fontes renováveis.



  20. Wagner disse que se orgulha da Petrobras e citou os avanços da empresa no Brasil e investimentos na Bahia, como no estaleiro de São Roque de Paraguaçu.



  21. Bassuma perguntou a Marcos Mendes sobre pedágios. E, mais uma vez, Mendes voltou a situar que somente a OAS e a Odebrecht, financiadoras da campanha de Wagner, serão beneficiadas com as novas praças de pedágio na Bahia.



  22. Bassuma também condenou os pedágios e situou que as estradas federais da Bahia são as piores do Brasil.



  23. Marcos Mendes perguntou a Geddel sobre seu apoio a João Henrique, o pior prefeito do Brasil, e sua herança da campanha de João no uso do coração 15.



  24. Geddel disse que vai colocar em sua gestão na Bahia a marca do seu desempenho quando foi ministro da Integração nacional, da capacidade de realizar.



  25. Mendes rebateu dizendo que Lula abandonou Geddel, Dilma abandonou Geddel, JH abandonou Geddel e voltou a falar de James Correia e de bens adquiridos por Geddel acima da conta.



  26. Geddel disse que JH é responsável por sua administração e classificou Mendes de irresponsável. E que seu bens foram todos adquiridos com trabalho.



  27. Geddel questinou Souto sobre a sua proposta da poupança estudantil e por que ele condenava. Souto disse que a proposta é boa, mas, a possibilidade de execução é irreal pois envolve recursos da ordem de R$600 milhões.



  28. Geddel chamou Souto de desinformado e que ele deveria fazer uma nova reunião com sua assessoria porque seu projeto tem viabilidade.



  29. No terceiro bloco, os temas foram sorteados pelo mediador. A primeira questão foi sobre transporte metropolitano e Wagner perguntou a Geddel exatamente sobre as obras para a Copa 2014, em Salvador.



  30. Geddel disse que achava ótimas, mas, que todas as obras são do governo federal e não existe nada do "seu governo". Disse, ainda, que pretende estadualizar o metrô.



  31. Wagner enumerou as obras que estão sendo feitas em Salvador e também falou em estadualizar o metrô.



  32. O segundo tema foi cultura e Geddel perguntou a Souto se manteria o sistema de apadrinhamento da área cultural, como teria sido no seu governo.



  33. Souto disse que não era verdade o que Geddel dizia e enumerou entre seus feitos o Fundo de Cultura, o Fazcultura e tantos outros projetos. E lamentou que símbolos da Bahia, como o Pelourinho e Balet do Teatro Castro Alves estivessem abandonados. E que, em 4 anos, a única coisa que o governo atual fez no Pelourinho foi lançar um livro de promessas.



  34. Geddel concordou que o Pelourinho está abandonado e que é preciso revitalizar o Fazcultura, embora mantivesse sua afirmativa de que a cultura, na época Souto, era apadrinhada.

  35.
Souto disse que não entende porque o governo deixou de concluir os centros de convenções de Feira de Santana e Itabuna. Deve ser por "birra política" e disse que vai voltar o Prêmio Jorge Amado e revitalizar a Casa de Jorge Amado.


  36. A próxima questão foi sobre agricultura e Souto perguntou a Bassuma, em dobradinha, sobre a queda nos contratos para a agricultura familiar de 157 mil para 85 mil no atual governo.

  37.
Bassuma disse que, infelizmente, o modelo de gestão na Bahia privilegia 16 empresas e despreza o modelo cooperativista e da agricultura familiar, como é o caso do Rio Grande do Sul. E lamentou que a Bahia pouco produz sendo que 85% das flores comercializadas no estado vêem de São Paulo


  38. Souto também lamentou que faltasse sensibilidade ao atual governo que paralisou projetos com Flores da Bahia, Cabra Forte, Nossa Raiz, Nossa Vida.



  39. A pergunta seguinte foi sobre habitação de Bassuma para Marcos Mendes. O candidato do PSOL, mais uma vez, criticou duramente o secretário James Correia de envolvimento com a Suarez.



  40. Wagner ganhou mais um direito de resposta e defendeu seu secretário arguindo que ele trabalha para melhorar o ambiente de investimentos no estado.



  41. Segundo Bassuma, em réplica, no atual governo da Bahia falta transparência.



  42. O último tema foi sobre educação e Mendes perguntou a Wagner sobre certificação e Reda. Wagner explicou que a certificação foi tema discutido em fórum e aplicado com responsabilidade e que, na sua gestão, contratou 19 mil servidores com REDA, enquando na de Souto foram 20 mil.



  43. Mendes prometeu acabar com Reda, fazer concursos públicos e instalar a certificação automática para todos os professores de 3 em 3 anos.



  44. O 4º bloco foi de perguntas livres e coube a primeira a Marcos Mendes sendo feita a Paulo Souto sobre a validade do emissário submarino da Boca do Rio.



  45. Souto explicou que se trata de uma obra importante para a cidade do Salvador negociada através de uma PPP, muito criticada na época pelo PT, mas, hoje, sendo sequenciada no atual governo.



  46. Mendes rebateu já falando de outro tema, da sala secreta da SSP. E Souto repicou dizendo que a sala secreta tinha chave, prateleiras e os processos todos estavam lá.



  47. Na dobradinha, em sequência, Souto perguntou a Bassuma sobre a postura republicana do atual governo.



  48. Bassuma disse que o atual governo não mudou nada e que alguns petistas estão envergonhados. E que o mesmo pessoal carlista (João Leão, Marionegromonte, Otto Alencar, Luis Argolo) está com Wagner e que esse pessoal vai privatizar o estado em verdadeiro balcão de negócios.



  49. Souto destacou que de republicana a atual gestão não tem nada e que o governador Wagner, de forma intolerante, já classificou deputados de "bando de abestalhados"que falam "besteirol, são birutas de aeroportos e imbecis".



  50. Bassuma perguntou a Wanger sobre aumento do número de crianças e adolescentes que trabalham na Bahia, em tendência crescente, quando no Brasil é decrescente.



  51. Wanger revelou números relativos e não absolutos nas faixas etárias de 5 a 9 anos e daí atá a adolescência dizendo que, proporcionalmente, os indicadores cairam.



  52. Bassuma rebateu afirmando que não tem relativo ou absoluto, e que são vidas sendo utilizadas em trabalho infantil.



  53. O governador concluiu dizendo que falar é fácil. O difícil é fazer. E que trabalha para construir o mundo possível.



  54. Com o tema infra-estrutura Wagner perguntou a Geddel sobre o projeto da Ferrovia Oeste-Leste e, mais uma vez, Geddel disse que se trata de uma obra importante, mas, única e exclusiva do governo federal. Citou ainda que o Porto Sul sequer tem licença ambiental.



  55. Wagner refutou e disse que a licença ambiental do Porto Sul sairá a tempo e que retirou obras que estavam adormecidas há 50 anos nas gavetas da Bahia.



  56. A última pergunta sobre o tema saúde foi de Geddel para Mendes querendo saber se ele pagaria os R$19 milhões que a SESAB deve a Prefeitura de Salvador (SAMU).



  57. Mendes disse que vai fazer uma auditoria, se eleito, pois isso é apenas uma gota no oceano na SESAB. Geddel diz que vai mandar pagar o SAMU e acabar com a "enfermaria Solla" nos hospitais.



  58. O último bloco foi sobre as considerações finais cabendo a Souto começar afirmando que o Brasil está fazendo uma reflexão nacional e caminhando para um segundo turno, sentimento que também vê na Bahia. Alertou o eleitorado para não votar num número e sim no conjunto de qualidades dos candidatos.



  59. Geddel foi o segundo e destacou seu amor profundo pela Bahia e a necessidade do eleitorado de escolher aquele que não é amigo do presidente, mas, amigo da Bahia. Pediu voto ao eleitor situando que é o novo e pode fazer mais e com rapidez.



  60. Wagner, terceiro a falar, mais uma vez enalteceu o projeto do presidente Lula e a importância de dar continuidade lembrando que o Brsil tem hoje uma classe C de 30 milhões de brasileiros que sairam da pobreza. Quer continuar esse projeto na Bahia, começado há 4 anos, e pediu votos para Lídice e Pinheiro. E também para sí. 



  61. Bassuma fez sua tradicional mensagem espiritual e disse que travava uma luta entre David (ele) e Golias (os poderosos) e que vai vencer essa luta porque, como David, tem uma pedra que é da paz e da verdade, a pedra preciosa. Lembrou ainda da "Onda Verde" de Marina Silva.



  62. Por fim, Marcos Mendes fechou o debate situando que existem dois projetos em curso na Bahia, o deles, do segmento financeiro, dos empresários; e o seu, do povo.



  63. Às 00.45 min Willian Vack deu por encerrado o debate. (Veja comentário de Tasso Franco)