A Tarde faz reforma gráfica para enfrentar o Correio e a internet
Foto: Arquivo |
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A história da Independência da Bahia precisa ser recontada. Lauro de Freitas quer participar. |
Miudinhas globais:
1. Todos aqueles que vivem no mundo da política sabem que um erro pode ser fatal numa campanha eleitoral e/ou pelo menos provocar um estrago enorme. Só é verificar o que aconteceu na última campanha para prefeito de Salvador, em 2008, quando o PT deixou o governo aos 45 minutos do segundo tempo e pagou um preço altíssimo ao fazer oposição no prato que havia experimentado.
2. Então, não causa surpresa aos que habitam esse universo a resposta do governador Jaques Wagner à imprensa sobre o documento que lhe entregou o ministro Geddel Vieira Lima, com sugestões à sua administração. E, certamente, algumas críticas a pontos que o partido considera que há falhas. Wagner, sabiamente, disse que ainda não tivera tempo de ler o documento.
3. Ora, se o governador tivesse dito que já havia lido o texto, em tese, teria que dar uma opinião sobre o mesmo. E qualquer que fosse essa opinião, abriria o flanco ao PMDB no sentido de alongar a conversa, para que representantes deste partido apresentassem uma tréplica. E aí, o que é reservado passaria a ser público.
4. De sua parte, o ministro Geddel também não pode dizer nada além do que já anunciara, que caberia ao governador divulgar o documento se assim entendesse pertinente, e o jogo continua de parte-a-parte sem que PMDB e PT incorram em deslizes, tais como aconteceram em 2008.
5. Numa linguagem futebolísitica nesse momento em que o Brasil ganhou a Copa das Confederações e o governo do Estado se organiza para o jogo Brasil x Chile, em Pituaçu, digamos assim: Geddel passou a bola para Wagner e o governador tratou-a com carinho e a manteve no meio de campo, com uma linha de quatro zagueiros na defesa.
6. O momento não é nem de fazer gols; nem de tomar gols. Segue-se o jogo adiante, sem pressa, cada qual observando as jogadas um do outro, mas, sem necessidade de ganhar a partida. Há tempo para isso e o documento do PMDB fica na gaveta até que um próximo lance. No momento, pois, a bola está com este partido.
7. Era no Engenho do Caji, Lauro de Freitas, que o general Labatut e as tropas da Brigada da Esquerda descansavam entre as batalhas. No Mapa das Zonas de Guerra da Independência da Bahia constam as localidades do Capelão, Portão, Ipitanga, Rio Joanes e o Engenho do Japara.
8. Motivos mais que suficientes para o historiador e diretor da Divisão do Patrimônio Artístico e Cultural (DIPAC) reivindicar o espaço do município na história das lutas que consolidaram a independência do país, em 1823.
9. "Lauro de Freitas deveria ter lugar de honra nas festividades do 2 de Julho. Daqui saíram muitos homens que lutaram bravamente. Aqui se travaram muitas batalhas e era no Caji que a Brigada da Esquerda, a mais importante, se aquartelava para recuperar as forças", destaca o professor Gildásio.
10. O município é uma das cinco vilas da guerra, ao lado de Cachoeira, que comemora a independência em 25 de junho, Salvador (2 de Julho), Ilha de Itaparica (7 de janeiro), e Santo Amaro da Purificação (14 de Junho).
11. No centenário da Independência, foi um laurofreitense, José Alves do Amaral, como presidente da Comissão do 2 de Julho, que deu o atual formato da festa, com a construção do panteão do Caboclo e da Cabocla, símbolos da luta.
12. Segundo o historiador, na época o distrito de Pirajá pertencia ao município de Santo Amaro de Ipitanga, hoje Lauro de Freitas. "Por muito tempo, a imagem da cabocla esculpida em madeira era guardada na casa de dona Romilda Cardoso, Duduca, na Praça da Matriz".
13. Gildásio Freitas entende que é necessário revalorizar na história a participação do município nas lutas da independência da Bahia, assim como de outras localidades. "Sabe-se que lutas foram travadas até mesmo em Feira de Santana, no Sertão, em Vitória da Conquista, no Sudoeste e na nossa região até Abrantes".
14. Fora o exagero de algumas opiniões do historiador Gildásio, uma vez que nem Labatut nem as tropas da Brigada da Esquerda descansaram entre batalhas em Caji, uma vez que não aconteceram essas batalhas citadas, nem aconteceram lutas em Feira e Vitória da Conquista, ainda assim, Lauro deveria se integrar as comemorações ao 2 de Julho.
15. Tenho dito aqui neste espaço que a Independência da Bahia precisa ser recontada. Tem muito folclore e pouca realidade.
16. O anúncio do Salvador Car sobre a Copa do Mundo em Salvador pelo amor de Deus. Deve ter sido feito em Ichu. Suponhe-se.
17. A internet está tendo um papel importante na campanha fora Sarney e sua familia do Senado.
18. O corporativismo do Pleno do TJ falou mais alto no julgamento da Operação Janus.
19. Claudia Leitte imitando Michael Jackson! Santo pai!
20. O CCG Bahia revela com grande comoção que assassinaram 25 homossexuais na Bahia, em 1 ano. Realmente, a cifra é dolorosa. Mas, considerando as outras estatísticas, onde já foram assissinados mais de 300 jovens em 1 ano, não homossexuais, vê-se que o furo é mais embaixo.
21. A Tarde está organizando uma reforma gráfica em seu jornal. Deve entrar em circulação ainda no mês de julho. O jornal sentiu a reforma do Correio da Bahia, agora Correio, e também a ação deste jornal em matérias investigativas.
22. Neste domingo, por exemplo, A Tarde manchetou uma matéria sobre a Operação Nêmesis com indicativos dos ganhos do ex-coronel José Santana, já publicada no Correio no decorrer da semana. A briga é boa. Mas, A Tarde ainda mantém a hegemonia no mercado.
23. Ainda assim, sua circulação aos domingos caiu para 93 mil exemplares de tiragem (fora encalhe). Para quem já tirou 170 mil é uma direferença enorme. Daí que o jornal quase centenário parte uma nova reformulação gráfica.
24. Falar em documento do PMDB aquele da UPB, da Marcha dos Prefeitos, em 28 de abril último, também está bem guardado numa gaveta governamental. E só.