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Tasso Franco

CAMPANHA EM SALVADOR SEM MEIO TERMO: JOÃO (GEDDEL) X PINHEIRO (WAGNER)

Prefeito de Feira, no dia da vitória, é lembrado para governador da Bahia
06/10/2008 às 20:10
 Miudinhas globais:

  1.Segunda-feira de muito choro e alegria, após o resultado das urnas. A vida como ela é: quem ganhou, festa; quem perdeu, velório. Natural que assim seja. Mas, mesmo perdendo na capital, o candidato do PSOL, Hilton Coelho, é só alegria. Conseguiu a metade dos votos de Imbassahy que foi prefeito durante 8 anos. E, além de tudo e do que falou sobre o PT, está sendo cortejadíssimo pela campanha Pinheiro.

  2. Os interlocutores já estão em campo. O PSDB, como faz parte da base do governo de Wagner na Assembléia deverá apoiar Pinheiro. O presidente Marcelo Nilo já se antecipou. O Democrata ACM Neto, fiel da balança neste segundo turno, com 346 mil votos, define o apoio até o final de semana. O ex-governador Paulo Souto disse durante a campanha que seu partido apoiaria e conversaria com todos, menos com o PT.

  3. Em sendo assim, o DEM poderá aliar-se neste eleição de Salvador, sem participar ou integrar a futura equipe de João Henrique, se eleio for, com o objetivo de derrotar Wagner (se isto acontecer). A tese é a seguinte: o adversário do DEM, no momento, é o PT. E, uma derrota de Wagner na capital, ainda que ele diga que João Henrique é de sua base, seria a glória do DEM.

  4. Essa questão da base também desagrada a setores do PT. todo mundo sabe que, se João Henrique for eleito, a vitória é de Geddel. Da mesma forma que, se Pinheiro for o eleito, a vitória é de Wagner. Não tem meio termo. E a conversa de Wagner sobre a base está sendo entendida por esses segmentos, como meio termo. O dilema é shakesperiano: é ser ou não ser. To be ou not to be.

  5. Desde a campanha do primeiro turno que João excluiu Wagner dos seus programas de rádio e TV e dos discursos em palanque e fora dele. João diz que é Lula e Geddel. Aliás, pela ordem: Geddel e Lula. E, evidentemente, o povo.

  6. Detalhe: a assessoria de Pinheiro passou a campanha toda falando na virada. Ficou a dúvida se era em cima de ACM Neto ou também de João. Até porque, só aconteceu em última instância com Neto. João manteve a liderança do processo até o resultado final.

  7. Números 100% apurados: João Henrique (PMDB) 402.684 (30.97%); Walter Pinheiro (PT) 390.933. Diferença de 11.725 votos. Em terceiro, ACM Neto (DEM) com 346.881 (26.68%). Diferença para Pinheiro 44.052 votos. Em quatro Antonio Imbassahy (PSDB) 108.660 votos; em quinto Hilton Coelho (PSOL) 51.196 (3.94%). Brancos 52.728 (3.63%); Nulos 98.909 (6.1%). Total de votos válidos 1.300.345 (89.56%)

  8. Outro dado interessante é o seguinte: Salvador tem 1.747.278 eleitores e compareceram às urnas 1.451.991. Ou seja, 295.287 pessoas (mais eleitores do que em Feira de Santana sequer compareceram às urnas). E, dos 1.451.991 que foram votar só foram contabilizados como votos válidos 1.300.345. Ou seja, foram anulados e deixaram em branco 151.000 eleitores.
 
  9. É por essas e outras que os institutos de pesquisas erram tanto em suas avaliações. Muitas vezes entrevista uma pessoa que aponta um candidato e no dia da eleição sequer comparece à urna.

  10. Alguns números sobre vereadores na capital. O mais votado foi o médico Alan Sanches, do PMDB, com 15.206 votos. O menos votado foi Marivaldo Cerqueira, do PSOL, 1 voto. Supõe-se que tenha sido o dele.

  11. No meio político, os 10.608 votos obtidos por Alfredo Mangueira foram considerados pouquíssimos até para ele que trabalhava na casa dos 20.000. Mangueira, vice-presidente da Câmara tem boa chance de ser o novo presidente da Casa.

  12. O atual presidente, Valdenor Cardoso, só teve 4.591 votos. O vereador Antonio Lima só obteve 4.373. Cristovinho 5.503. A população cansou desses nomes.

  13. A vereadora Ariane Carla, do PTB, sem coligação, ficou no caminho. Confiou muito nos votos do subúrbio ferroviário e deu-se mal. Lá quem teve voto fechado foram Palhinha e Adriano Meireles.

  14. Os representantes da comunidade GLS votaram em peso no travesti Leo Kret do Brasil (12.816 votos) enquanto Marcelo Cerqueira, batalhador da causa há anos, só obteve 2.656 votos.

  15. Da Luz, uma decepção: 1.050 votos. A ex-delegada Kátia Alves, uma surpresa: 5.845 votos. Professor Rui, da APLB/Sindicato/PCdoB, pode pendurar a chuteira: 2.366 votos. Ou categoria desunida. Rivailton é outro que deve desistir: 1.720. O ex-deputado Artur Napoleão só conseguiu 1.538 votos.

  16. Nesta segunda-feira, 6, não houve sessão na Assembléia Legislativa. Ficou pra amanhã. Mesmo assim, circulando nos corredores feliz da vida estava o deputado Tarcízio Pimenta, eleito em Feira de Santana, no primeiro turno.

  17. Até que enfim, Pelegrino conseguiu emplacar Marta Rodrigues na Câmara de Vereadores de Salvador. Gilmar Santiago, representante de Pinheiro, também conseguiu retornar à Casa. 

  18. A Associação dos Delegados de Polícia e o Sindicato dos Delegados vão promover uma Assembléia Geral no próximo dia 13 de outubro. Querem: detalhar a lei orgânica, iniciar uma campanha salarial e propor um indicativo de greve. 

  19. Em Feira de Santana, o reflexo da disputa interna no PT entre os deputados Zé Neto x Sérgio Carneiro resultou que o partido ficou em terceiro lugar na disputa. Na mesma linha Nordeste, onde Wagner foi à comícios, em Santa Bárbara e Serrinha, os professor Joilson e Osni venceram as eleições.

  20. Wagner, que não é bobo, quando foi a região Nordeste fez mesmo que Aécio Neves com Imbassahy, passou de helicóptero. Bem alto.

  21. A vitória do capitão Azevedo, DEM, em Itabuna, foi percebida 20 dias antes das eleições quando ele atropelou o capitão Fábio, do PMDB. Pesquisas apontavam nessa direção. Aquela conversa da união dos dois capitães era furadíssima, nunca aconteceu. Agora, dizem que a adesão de Fábio a Juçara tem muito cacau no meio.

  22. Com a derrota de Juçara e, consequentemente, do secretário Geraldo Simões, míngua suas chances de tentar uma disputa ao Senado. A bola da vez, no PT, por ora, é Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobrás. Tudo, evidente, vai depender da eleição de Salvador. Se Pinheiro vencer na capital, a cotação de Pelegrino cresce bastante.

  23. Em clima de euforia total depois do anúncio da vitória de Tarcízio Pimenta, DEM, no primeiro turno, o prefeito José Ronaldo foi recebido por milhares de corregilionários na porta do Fórum Filinto Bastos com camisas estampadas com a seguinte frase: "José Ronaldo governador".
 
  24. Calma pessoal! A vitória de Tarcízio, sem dúvida, coloca o prefeito José Ronaldo como uma forte liderança do DEM no Estado. Com aprovação do seu governo acima de 90%, está sendo chamado em Feira de Lula da Princesa.

  25. A vitória de Andréia, em Dias D'Ávila, se deveu a falta de unidade das suas opositoras: Juçara Márcia e a professora Joseane. Se tivessem se unido teriam derrotado a hegemonia de Cláudio Cajado, o deputado que domina a política no município há mais de uma década. Nem a presença de Wagner por lá o derrotou.

  26. Caroça, prefeito de Rio Real, foi reeleito com folga. Teve apoio na última eleição do deputado Fábio Souto. Nesta, de Leão. 

  27. E o candidato do PCdoB de Alagoinhas. Que decepção. Ficou em terceiro.

  28. Carballal, do PT, mostrou que também se ganha a eleição no PT com muita organização e capilé. O que esse rapaz gastou não tá no gibi.

  29. O secretário Ildes Ferreira, da Tecnologia, foi outro derrotado. Em Valente, embora tenha espalhado vários centros digitais e coisa e tal, seu irmão Ismael, diretor da FAEB, perdeu por 1.000 votos para Ubaldino, o prefeito reeleito.

  30. Em Serrinha, estão atribuindo a rejeição a Antonio Lomes, esposo da prefeita Tânia Lomes, PSDB, sua derrota para o PT. De toda sorte, a prefeita perdeu a eleição mas ficou com o marido. Tá certa.

  31. O BahiaJá no último domingo, dia da eleição, teve 115.027 visitas às suas matérias. Um recorde.