Miudinhas do debate da TV Bahia:

  1. A primeira pergunta da noite foi sobre turismo. Sorteado para fazê-la, o candidato do PMDB, João Henrique, orientado pela campanha para não correr riscos, não polemizar com seus adversários competitivos, escolheu Hilton Coelho, o qual, sem dados que permitissem tal afirmação disse que o turismo de Salvador se sustenta no sexual.

  2. João, sem entender o que se passava, e a essa altura com 4 anos de governo disse que "já começamos a trabalhar nessa área" (se referindo ao turismo sem sexo) e escapou para o Carnaval afirmando, também, que já começou a profissionalizar a festa. A rigor, isso vem ocorrendo há anos graças a organização dos blocos de Carnaval, da própria Prefeitura e do governo do Estado através da PM e Sesab.

  2. Depois, Hilton Coelho perguntou a ACM Neto (sempre tratando de forma provocativa como ACM, o neto) sobre o crime de Neylton, ocorrido na Secretaria de Saúde do Município. Neto enrolou, enrolou e pulou fora da pergunta respondendo o que quis sobre seu plano de governo para o setor.

  3. Hilton, de sua parte, na tréplica, foi parar em Aldely Rocha, ex-secretária de Saúde da gestão Imbassahy. Ou seja, começou com uma coisa e chegou em outra.

  4. ACM Neto perguntou a Imbassahy sobre meio ambiente e PDDU. O "tucano" já entrou falando em agressões à sua família, que vem sofrendo ao longo da campanha, e desviou o foco da resposta mirando em João Henrique.

  5. Quando chegou sua vez de perguntar a Pinheiro, Imbassahy entrou no tema iluminação, e o candidato do PT disse que banho de luz (numa referência a João) só para áreas nobres enquanto em Vila Verde e Marotinho o povo vive às escuras. Na réplica, também mirando em João, Imbassahy falou que tem espírito cristão e o prefeito acabou com a festa da Paixão de Cristo no Dique do Tororó. Neste caso, cativava os votos dos católicos.

  6. Depois, Pinheiro perguntou a João sobre o "caótico" trânsito e este respondeu o que quis falando na sétima cidade que gera mais empregos e suas realizações na Prefeitura.

  7. No segundo bloco, o bicho pegou. Imbassahy fez a seguinte pergunta a João: "No debate da Rádio Sociedade você me disse que aguardasse Mário Kértész (radialista da Metrópole). Mário Kértéz é quem fala por você" isso depois de procurar saber porque o prefeito não havia readmitido os servidores da Limpurb demitidos em sua gestão. 

  8. João disse que não o fez porque a Constituição de 1988 não permitia, era preciso fazer concurso público e desviou o foco da pergunta para as realizações que fez neste segmento. Imbassahy, na réplica, o chamou de populista e demagogo e voltou a insistir na tutela de Mário Kértész. João fez de conta que não era com ele.

  9. João escolheu Neto e fez pergunta sobre a trucagem dos comícios de Lula/Pinheiro na Barra. Levantamento de bola. Neto chutou a bola e disse que esperava do candidato do PT compromisso com a verdade e decência ética. João, pegando a bola no ar, referendou sua aliança com Lula.

  10. Neto seguiu em direção a Pinheiro perguntando porque ele se "ancorava" tanto em Lula/Wagner. Pinheiro respondeu que não era uma "ancoragem e sim uma parceria". E, aproveitou para espinafrar João destacando que era uma "parceria de verdade" e que ele foi ver as casas da Baixa Fria, que Lula mandou o dinheiro, e não viu nada.

   11. Pinheiro perguntou a Hilton sobre suas relações, se eleito, com os projetos do governo federal e a Prefeitura. Hilton se embaralhou todo e disse que Pinheiro subvertia a lógica e que uma coisa nada tinha a ver com a  outra. Na réplica, o candidato do PT aproveitou a deixa para falar do bolsa família e dos programas de Lula.

  12. Hilton perguntou a Imbassahy sobre o desemprego na RMS. O candidato do PSDB falou de sua gestão como prefeito, da organização da cidade e da geração de empregos associada ao momento econômico. Hilton aproveitou a tréplica para dizer que o "rapa" atuou na gestão AI e este cobrava até imposto de catadores de latinhas no Carnaval. Imbassahy disse que HC não falava a verdade.

 13. O terceiro bloco foi o mais quente da noite. Começou com Pinheiro perguntando a João sobre o projeto do Metrô e porque agora era metrô calça-curta. João respondeu dizendo que, quem cortou o projeto foi o governo federal, mas ele estava confiante e o Metrosal estaria nos trilhos até início de 2009.

  14. João, em seguida, perguntou a Neto, querendo saber porque ele, historicamente do PFL, partido que governou a Bahia durante décadas, não fizera o que está prometendo hoje. Neto disse que faz parte de uma nova geração de políticos e que o prefeito age com demagogia eleitoral ao fazer obras somente nos seus 4 últimos meses de governo.

  15. ACM Neto então perguntou a Imbassahy sobre seu projeto para o Meio Ambiente e este só lembrou do projeto Sócio Ambiental de Canabrava na tréplica. Poderia ter dado uma resposta mais consistente pois fez muita coisa no seu governo. Deve ter dado um branco na hora.

  16. Em seguida, Imbassahy perguntou a Hilton sobre crescimento econômico e sua política para o setor. Hiltou saiu-se razoavelmente bem, mas, questionando a postura de João Henrique em vangloriar-se de Salvador como a vice-líder na capital do desemprego no país. Na réplica, Imbassahy, disse que o desemprego só tinha sido bom para a família do prefeito que usou a máquina da Prefeitura para eleger pai, irmão, mulher, cunhado em cargos políticos.

  17. Na sequência, no quarto bloco, João foi pra cima de Imbassahy aproveitando uma pergunta de Neto, dizendo que Imbassahy deveria respeitar seu pai e que o ex-prefeito de Salvador era um ingrato e tinha traido ACM, classificando-o como "mau caráter".

  18. Imbassahy pediu direito de resposta (concedido) e disse que o candidato do PMDB havia perdido o equilíbrio porque a verdade doia e que ele tinha usado a máquina para favorecer sua família, o que era público e notório.

  19. A polêmica seguiu adiante porque Imbassahy perguntou em seguida ao próprio João, na mesma linha do emprego/desemprego acusando o prefeito de ter gasto R$65 milhões de propaganda para fazer coisas falsas. João disse que Imbassahy não estava falando a verdade.

  20. Daí em diante, nova polêmica (em tom mais ameno) deu-se com Hilton e Neto na pergunta do candidato do PSOL sobre os R$300 mil que cada vereador recebeu para aprovar o PDDU, segundo denunciou Raimundo Varela.

  21. No final, os agradecimentos de praxe.

  22. Entre mortos e feridos cada qual expressou seu ponto-de-vista e deixou para o eleitor suas impressões. Alexandre Garcia, jornalista experiente, conduziu o debate muito bem, discretíssimo.

  23. Nas cenas finais, no adeuzinho ao telespectador, Imbassahy e Pinheiro faziam sinais de positivo e V de vitória. João, seríssimo. Neto, com aquele riso de ironia. E Hilton, normal.

  24. Nesta sexta-feira, 3, os candidatos têm agendas lotadas. Rua. No sábado, vão invadir os shoppings. Até agora, ninguém falou se vai a Igreja do Bonfim. João e Pinheiro, por serem evangélicos, certamente não. 

  25. Também neste sábado sairão as últimas pesquisas de opinião: Vox, DataFolha e Ibope. O DataFolha, que faz central location, pode pegar efeitos do debate.