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BALADA LITERÁRIA APAIXONADA CELEBRA O CANCIONEIRO BREGA NO PELO

De 2 a 4/12 no Pelourinho
Tasso Franco , da redação em Salvador | 24/11/2024 às 12:40
Marcelino Freire
Foto: Denis Maerlant
  BALADA LITERÁRIA APAIXONADA

        A Balada Literária da Bahia se rendeu ao romantismo em sua nona edição e celebra a música brega e seus principais representantes. Assim como as versões paulista, pernambucana e piauiense, a baiana derrama-se de amores, embalada por versos que marcaram gerações da música popular brasileira. Em Salvador, o homenageado é o cantor e compositor carioca Evaldo Braga (1945-1973), que terá sua trajetória destacada no evento, que acontece no Ogodô Music Dance, no Pelourinho, com atividades gratuitas.
 
      “Partimos da chamada música 'brega' como tema gerador. De imediato, pensamos na grande presença negra no período clássico dessa cena, nas décadas de setenta e oitenta. Daí a escolha de nosso homenageado, Evaldo Braga, denominado ‘Ídolo negro’" afirma o escritor e performer Nelson Maca, curador e produtor da Balada baiana. Maca explica que o evento pega o gancho do amor e amplia sua programação para além da música popular, com exibição de filmes, lançamento de livros, bate-papos, discotecagem comentada, oficina de escrita criativa e uma edição especial do Sarau Bem Black, com pocket-show de Dão Black.  

A abertura oficial acontece na noite de segunda-feira, às 19h, com o lançamento de Escalavra (Amarcord), novo trabalho de Marcelino Freire, o idealizador da Balada Literária. Marcelino conversa sobre o trabalho, que marca seu retorno ao romance,  com a escritora Luciany Aparecida e com a jornalista Ana Cristina Pereira. O público poderá ouvir trechos em primeira mão de Escalavra através da leitura da atriz Vera Lopes. O livro fala sobre a relação entre um pai e um filho, marcada pelo silêncio. Vera também lerá trechos de Mata Doce, premiado romance de Luciany Aparecida.

No segundo dia, a Balada reserva a manhã para um encontro com as crianças na Baladinha Amorosa, que reúne os arte-educadores Juliana Correia e José Rêgo (Pinduka), a partir das 9h30. A carioca fará uma contação de histórias e lançará o livro Um Dia na Praia e o baiano comandará uma sessão brincante. A tarde será dedicada a um mergulho na trajetória de Evaldo Braga, com o jornalista Danilo Cruz, do site Oganpazan; e também com uma conversa inspiradora entre o poeta Jairo Pinto e as autoras Alessandra Sampaio, Carmen Faustino e Nega Fyah sobre paquera, amor, paixão e erotismo na poesia negra feminina. O dia termina com a exibição do documentário Reginaldo Rossi, meu Grande Amor, de José Eduardo Miglioli, e uma discotecagem comentada de clássicos da música brega-romântica, com o Dj Pinduka.  

        No último dia, das 10h às 13h, acontece a Oficina de Literatura Ossos do Ofídio, com Marcelino Freire, única atividade paga da Balada, que será realizada no Espaço de Humanidades Ossos 21, no Santo Antônio. A programação será retomada no Ogodô, ás 15h, com o documentário Waldick Sempre no Meu Coração, de Patrícia Pillar, seguido de bate-papo entre Nelson Maca e três grandes conhecedores e divulgadores do vinil na Soterópolis: Alessandro Cavera, Rogério Big Bross e Tony Lopez. Eles vão falar sobre seus trabalhos e eleger seu brega favorito. Ambos disponibilizarão exemplares de vinis românticos, para comervialização durante a Balada.  

       Para fechar com chave de ouro, a Balada 2024 promove o Sarau Bem Brega, uma versão especial do Sarau Bem Black, que retorna ao local onde tudo começou, no antigo Sankofa African Bar. Os poetas  Alessandra Sampaio, Anajara Tavares, Jairo Pinto, Jocélia Fonseca, Lúcia Santos, Luíza Gonçalves, Nelson Maca, Raimundo Moura e Vanessa Rosa vão declamar sucessos do cancioneiro brega. A noite contará com participações especiais de Juliana Correia, Marcelino Freire e Juraci Tavares e termina com o pocket-show Dão Black, que lembrará clássicos do Amor Popular, preparado especialmente para a Balada.