ROBERTO MACÊDO

Martha Vasconcellos, a última brasileira a ganhar a coroa de Miss Universo, fez questão de acompanhar o seu biógrafo, o jornalista Roberto Macêdo, na entronização de sua biografia – “Martha Vasconcellos”, de 2015 – na Biblioteca Florisvaldo Mattos. A obra, que integra a Coleção Gente da Bahia, do selo ALBA Cultural, dirigido pelo jornalista Paulo Roberto Bina, conta a história da professora baiana, soteropolitana, que desafiou todos os tabus dos anos 1960 para tornar-se, sucessivamente, Miss Bahia, Miss Brasil e Miss Universo – em Miami Beach, em 1968. E para provar que beleza não está desprovida de inteligência, aos 52 anos, rumou para os EUA, a fim de realizar seu outro sonho de adolescente, que era formar-se em psicologia. E ainda fez mestrado em Saúde Mental e Aconselhamento, em Cambridge, Massachusetts.

Em homenagem a Martha um viaduto em Salvador, uma alameda no Shopping da Bahia e uma rua em Vitória da Conquista receberam seu nome,que também foi  incluído no samba-enredo do Salgueiro, escola campeã do Carnaval carioca de 1969. Na alentada biografia, com 665 páginas e 20 capítulos, Roberto relata os principais acontecimentos da vida da Miss Universo, desde o nascimento; a chegada apoteótica a Salvador, em 1969, com mais de 300 mil pessoas nas ruas para recebê-la; os estudos nos EUA; e o trabalho voluntário em defesa das mulheres vítimas de violência doméstica.

Em um trecho da biografia, ela confessa: “Ser Miss Bahia é bom, ser Miss Brasil é melhor ainda, mas, ser Miss Universo nem tanto. Apesar da grande honra, da fama, do charme, da sensação de sentir-se glamorosa e atrair as atenções de todos, no final das contas, o título não passa de um contrato de trabalho como outro qualquer, talvez até mais duro”.

Nascido em Rio Real, no litoral-norte da Bahia, Roberto Macêdo, desde os 8 anos se interessou pelos concursos de beleza, tornando-se, anos depois, missólogo – é considerado o primeiro especialista brasileiro no assunto. Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, em 1991, era arquiteto até mudar de profissão. Trabalhou durante 12 anos como repórter de TV, pelas redações da Educativa, Aratu (Rede Manchete), Bahia (Rede Globo) e Band. Por conta da sua especialização, começou a atuar também como apresentador, jurado e coordenador de concursos de beleza.

Presente em dez concursos de Miss Universo, Roberto atuou em novembro de 2019 como jurado do Miss Brasil-Europa, no Casino Estoril, em Portugal, tendo acumulado também o júri por duas vezes do Miss Brasil-USA em Miami (1998 e 2000), do Miss Brasil Internacional 1992, em Curitiba, entre outros concursos. Hoje, integra a redação da Secom Salvador e a Assessoria de Comunicação do jurista e vereador Edvaldo Brito.

AURORA VASCONCELOS

Aurora Vasconcelos formou-se em jornalismo pela Escola de Biblioteconomia e Comunicação (EBC) – hoje, FACOM – da Universidade Federal da Bahia, na turma de 1974. Um ano depois complementou a sua formação com o curso de editoração pela Faculdades Integradas Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Sua primeira experiência como repórter foi na redação da Tribuna da Bahia. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi frila do jornal O Globo; redatora das revistas “Pais e Filhos”, da Editora Bloch e “Grande Hotel”, da Editora Vecchi. Trabalhou ainda como assessora de imprensa da Cobra Computadores.

De volta à Bahia, Aurora retornou para a Tribuna da Bahia. Em seguida, atuou como repórter da TV Bandeirantes e, depois, foi trabalhar como produtora executiva na TV Educativa – onde também exerceu as funções de chefe de reportagem e chefe do Departamento de Jornalismo. Ainda na Educativa, foi roteirista do jornal de variedades TVE Revista. Atuou nas assessorias de comunicação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), até 1984, e da Empresa Municipal de Transportes Urbanos (Transur).

Em 1990, Aurora voltou para o jornalismo impresso, como editora do Correio da Bahia. Ficou no jornal por 18 anos, passando pelas editorias de Política Nacional, Internacional e Brasil. Em paralelo ao seu trabalho no Correio, entre os anos de 1994 e 2000, foi assessora do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC).

Na década de 1980, ao lado do jornalista Valdemir Santana, participou de festas e eventos culturais, como jurada do “Melhores do Teatro Baiano”, da TV Aratu, criação do também jornalista Osmar Martins, quando assistiam todas as peças encenadas na cidade: “Algumas boas, outras tão ruins, que tínhamos que fugir de fininho”, conta Aurora.

Mãe do também jornalista Hieros Vasconcelos Rego, Aurora Vasconcelos entregou para a Biblioteca Florisvaldo Mattos a biografia da educadora Denise Tavares e sua luta, na década de 1950, para criar e conservar a Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, no bairro de Nazaré, em Salvador. A obra, editada pelo Selo ALBA Cultural, da Assembleia Legislativa da Bahia, em parceria com o publicitário Fabiano Viana Oliveira, conta a batalha, por 24 anos, de Denise ao enfrentar o descaso das autoridades e desafetos, que consideravam uma biblioteca inteira voltada para crianças ser um desperdício. “A Monteiro Lobato é fruto da luta de uma mulher incansável, à frente do seu tempo, que via nos livros um papel de relevância para a educação do jovem baiano”, diz Aurora Vasconcelos.

Denise Tavares nasceu em 2 de maio de 1925, na cidade de Nazaré das Farinhas (BA). Formou-se professora primária em 1942. O diploma em biblioteconomia ela só obteve em 1958, pela Universidade Federal da Bahia. Morreu de câncer, em 1974, aos 49 anos.

NÍLSON GALVÃO

Nílson Pedro Neves Galvão, residente na República Separatista de Brotas, em Salvador – segundo ele o “único subúrbio do mundo localizado no coração da metrópole” – nasceu em Caetité e cresceu em Brumado, no sertão da Bahia. Mestre em Comunicação e Política, em 2015, foi da turma de 1986 da Faculdade de Comunicação, da Universidade Federal da Bahia. Já passou pelas redações do Correio da Bahia, na editoria de Cultura; de Geral, no Jornal da Bahia; de Política, no Bahia Hoje e Tribuna da Bahia. Também foi free-lancer do Caderno 2 de A Tarde. Em televisão, exerceu a função de chefe de Reportagem na TV Educativa da Bahia.

Servidor público concursado, no cargo de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, Nílson exerceu as funções de assessoria de comunicação da Companhia de Comunicação; do Governo da Bahia; da Secretaria da Administração do Estado e da Secretaria da Fazenda do Estado, onde ainda atua.

Faz parte do Centro de Estudos em Democracia Digital e Governo Eletrônico (CEADD), liderado pelo jornalista Wilson Gomes. Integrou o sarau “Prosa e Poesia”, entre 2012 e 2014, e mantém o blog literário BLAG – Poesia & Outras Palavras.

Para a Biblioteca do Jornalista Baiano, Nílson Galvão fez a doação dos livros “Caixa Preta”, 2009; “Ocidente”, 2013; “O Espiritismo Segundo o Google Street View”, 2017; “#nibrotas”, 2020; e “Doce Azedo”, 2022, em edição bilíngue português/espanhol junto com “Cicatriz”, da venezuelana Astrid Salazar.

Em breve, a Biblioteca vai incorporar mais um livro de Galvão: “O Inquilino das Horas”, a ser lançado em 8 de junho, a partir das 15h, na cervejaria ArteMalte, no Rio Vermelho.

CARLOS RIBEIRO

Natural de Salvador, em 19 de agosto de 1958, Carlos Jesus Ribeiro mudou-se, aos 8 anos, para Itapuã , o lendário bairro soteropolitano, cantado em prosa e verso por Dorival Caymmi e por Vinícius de Moraes – que ali morou durante seis anos. Itapuã também seria tema recorrente dos contos e romances do jornalista formado pela Universidade Federal da Bahia, em 1982 – instituição onde também fez Mestrado e Doutorado em Teoria da Literatura, em 2009, no Instituto de Letras, abordando a lírica e a crítica social na obra do cronista Rubem Braga.

Autor de contos, romances e ensaios, tem resenhas, artigos, entrevistas e reportagens publicados em suplementos culturais e revistas literárias de Salvador e de outros estados, a exemplo de A Tarde Cultural, Revista da Academia de Letras da Bahia, Revista da Bahia, Exu, Qvinto Império e jornal Rascunho, de Curitiba. Em 1988 venceu o concurso de contos promovido pela Academia de Letras da Bahia, com originais intitulados Vozes do tempo.

Como jornalista, preferiu a o meio-ambiente e a aventura às cadeiras das redações. Dedicou-se durante 15 anos ao trabalho de divulgação científica, participando de expedições à Antártida, ao Amazonas e a reservas naturais brasileiras, como aos parques de Monte Pascoal, Chapada Diamantina, Abrolhos, Lençóis Maranhenses e Emas, além das estações ecológicas do Raso da Catarina, Aiuaba, Caraça, entre outras. Viagens que renderam importantes reportagens em publicações como Ciência Hoje, Revista Geográfica Universal, Ecologia & Desenvolvimento, Geomundo (EUA) e BBC Wildlife (Inglaterra).

Durante 14 anos mourejou na Fundação Cultural do Estado da Bahia, no Departamento de Literatura e Documentação e no Projeto História dos Bairros de Salvador, onde realizou trabalho de pesquisa sobre o bairro de Itapuã; também no Museu de Ciência e Tecnologia, onde exerceu o cargo de assessor de imprensa. Atuou durante três anos, de 2000 a 2003, como Repórter Cultural do jornal A Tarde, do qual ainda é colaborador.

Em 2007, aprovado em concurso para o Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, passou a exercer a função de professor, além de coordenar a revista acadêmica Recôncavos e o projeto de pesquisa “Jornalismo Literário: Um Olhar Mais Humano Sobre as Gentes, a Natureza e os Costumes do Recôncavo Baiano”. Entre 1998 e 2007, em parceria com o escritor Aleilton Fonseca, editou a revista Iararana, de arte, crítica e literatura.

Imortal da Academia de Letras da Bahia, Ribeiro ocupa a cadeira nº 5, cujo fundador é o jornalista, médico, poeta, cronista e crítico literário Carlos Chiacchio. Filiado à Associação Baiana de Imprensa, durante 18 anos Chiacchio sustentou, em A Tarde, a coluna semanal de crítica literária “Homens e Obras”.

Para a Biblioteca do SINJORBA, Carlos Ribeiro ofereceu os livros “O Chamado da Noite”, 1997; “O Visitante Noturno”, 2000; “Caçador de Ventos e Melancolias: Um Estudo da Lírica nas Crônicas de Rubem Braga”, 2001; “Abismo”, 2004; “Lunaris”, 2007; “À Luz das Narrativas”, 2009; “Contos de Sexta-Feira e Duas ou Três Crônicas”, 2010; “Fazedores de Tempestade”, 2012; “Um Século de Jornalismo na Bahia – 1912-2012”, 2012; “Rubem Braga: Um Escritor Combativo – A Outra Face do Cronista Lírico”, 2013; “Viva Saveiro – Patrimônio Naval da Bahia”, com Pedro Bocca e fotografias de Nilton Souza, 2013; “ACBEU – Primeiros 75 anos”, 2017; “Fecomércio – Uma História Exemplar”, 2017; “Aventureiros do Apocalipse”, 2018; “Caminhos do Comércio em Salvador”, 2020; e a coletânea “Histórias e Histórias da Bahia”, 2021.