No próximo sábado, 28 de janeiro, a partir das 20h, na Senzala do Barro Preto, o bloco afro Ilê Aiyê realiza a 42ª Noite da Beleza Negra, levando para o palco não só beleza negra, mas também a consciência étnico-racial para a busca de uma sociedade melhor. O espetáculo tem roteiro e direção geral do dramaturgo, diretor teatral e roteirista baiano Elísio Lopes Jr. Com o tema “Iroko é Liberdade – Um espetáculo para festejar o tempo”, a festa irá promover reencontros musicais e homenagear os centenários de Mãe Hilda Jitolu, matriarca do Ilê Aiyê, e de Agostinho Neto, herói nacional de Angola, além de também fazer uma reverência à memória de Sérgio Roberto dos Santos, idealizador da Noite da Beleza Negra, que faleceu no último domingo (22).
Ingressos à venda: https://bilheteriadigital.com/deusa-do-ebano-2023-28-de-janeiro
A grande expectativa do público é acompanhar a eleição da nova Deusa do Ébano, mas o que se verá no palco é muito mais do que isso. A proposta é fazer um espetáculo de música preta brasileira, que vai mexer com a memória e o coração de muitas gerações. A cantora, compositora e dançarina Nara Couto faz a primeira participação da noite. Em seguida, a formação original do revolucionário grupo As Sublimes, com Isabel Filardis, Lilian Valeska, Karla Prietto, promete festejar a força que existe quando três mulheres pretas decidem se juntar e soltar a voz. Quem viveu nos anos 90 deve se lembrar delas.
"Estou assinando esse espetáculo pela sétima vez, com a mesma equipe. Essa equipe criativa (Zebrinha, Jarbas Bittencourt, Renata Mota, Clarissa Torres) foi responsável pela construção de um novo formato e de uma nova estética para a Noite da Beleza Negra. Para nós, muito além do concurso, essa noite aponta direções, pautas e estéticas da arte preta. Os artistas querem esse palco, comemoram quando são convidados, doam seu ofício. E nós honramos essa responsabilidade. É a história do Ilê e a nossa colaboração criativa para o enaltecimento da nossa cultura preta e da nossa ancestralidade.", comenta Elísio Lopes Jr.
Com o intuito de fortalecer a beleza da voz e do posicionamento da mulher preta baiana, nesta edição todas as candidatas poderão ser ouvidas em depoimentos que serão exibidos durante toda a noite, integrados ao conteúdo do espetáculo. “A Deusa do Ébano do Ilê Aiyê precisa reinar na dança, na garra, nos posicionamentos e não apenas na beleza física”, reforça o fundador e presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô.
Entre números de dança, música e o desfile das candidatas, duas vozes potentes da música baiana se apresentarão juntas no palco Senzala do Barro Preto. São elas Patrícia Gomes e Alobened. Elas cantam acompanhadas da Band’Aiyê sucessos que ficaram marcados nas suas vozes e prometem colocar a plateia para dançar e vibrar com o reencontro entre essas mulheres pretas potentes que fizeram história na música baiana.
A apresentação da 42ª Noite da Beleza Negra é de Arany Santana, Val Benvindo e Sandro Telles. O trio conduzirá o desfile das candidatas, chamando uma a uma no palco para se apresentar e conquistar o voto do júri e do público. Esta edição da Noite da Beleza Negra é pioneira em inaugurar a presença de uma finalista trans, a esteticista Laís de Araújo Ferreira, de 26 anos.
Outro ponto alto e emocionante da noite será a homenagem ao centenário da matriarca do Ilê Aiyê, Mãe Hilda Jitolu. A cena terá leitura de texto pelo ator Sulivã Bispo, canto da multi-instrumentista mirim Lilica Rocha e balé solo da coreógrafa e professora de dança Edilene Alves, deusa do Ébano de 2009, que fará uma interação com a representação do orixá Omolu, dono de significado profundo relacionado à vida e à morte.
O centenário do herói nacional de Angola, Agostinho Neto, também vai merecer um momento importante do espetáculo. Dessa vez, é o ator Diogo Lopes Filho que encarna a voz poética e a potência desse ícone angolano. Engajado na luta pela libertação do povo de seu país, então colônia de Portugal, Agostinho Neto tornou-se o primeiro presidente de Angola em 1975. Por sua produção literária, marcada por um tom de resistência, ficou conhecido como “poeta maior”. O Ilê Aiyê dedica a ele o tema do seu Carnaval 2023.
A 42ª Noite da Beleza Negra marca a despedida da atual rainha Gleicy Ellen Teixeira que, em caráter inédito, reinou por três anos devido a não realização do concurso por dois anos consecutivos de pandemia. É ela que passa o manto para aquela que virá a ser a Deusa do Ébano 2023 e que, junto com o posto, assume a responsabilidade de levar a beleza e os princípios do Ilê Aiyê para os palcos da Bahia, do Brasil e do mundo.
Além da Band’Aiyê, anfitriã da casa, a banda Afrocidade é a grande convidada para animar a noite e celebrar a vitória da nova Rainha do Ilê Aiyê. O som da Afrocidade nasceu da mistura de variadas expressões da música negra. É uma mistura de letras politizadas, com ritmos populares como o arrocha e o pagode, além da música afro, dub jamaicano, o reggae, o ragga e o afrobeat. Além de saudar os tambores da África, a Afrocidade reafirma em suas letras a força, importância e influência direta dos valores étnicos baianos e brasileiros.
SERVIÇO:
42ª Noite da Beleza Negra
Onde: Senzala do Barro Preto – Rua Direta do Curuzu, s/n, Liberdade
Quando: 28 de janeiro
Horário: A partir das 20h.
Atrações musicais: Band’Aiyê e Afrocidade
Ingressos: https://bilheteriadigital.com/deusa-do-ebano-2023-28-de-janeiro