Outros Bárbaros, supergrupo que reúne músicos experientes do cenário independente, acaba de lançar ‘Interlúdio na Beira do Caos’. Álbum, já disponível em todas as plataformas digitais, surge a partir de uma série de registros pandêmicos que reafirmam o quanto a arte, dia a dia, é capaz de salvar. “Esse projeto é sobre compor e tocar como uma forma de sobreviver e deixar a cabeça minimamente no lugar no meio de toda a loucura que foram estes dois últimos anos. Fazemos apontamentos sobre a conduta desastrosa do governo, mas também sobre as nossas ações individuais. Há reflexões internas e “recados” para amigos que estavam em momentos ruins. No fundo, estamos mal, mas há de se ter esperança. Essa é a mensagem”.
Com 10 faixas de puro som autoral, o disco é estilisticamente diverso e tem produção musical de Alexei Leão. “A gente se encontra no que se pode chamar de rock/indie moderno, com o pé fortemente fincado na música brasileira. Como gostamos de brincar, os Outros Bárbaros são uma banda de rock com 7ª maior. E isso ganha evidência em basicamente todas as nossas composições... Não importa com que estilo elas flertam, sempre é possível enxergar os 2 principais pilares do som que fazemos”.
Entre as principais inspirações, ícones como Clube da Esquina e Beatles. Na sonoridade, além do tom brasileiríssimo e rock’ n roll, pitadas de samba rock, soul music e folk dos anos 2000.
Outros Bárbaros são Maurício Peixoto (voz, guitarra, violão e backing vocal), Marco Mibach (bateria), Eduardo Lehr (contrabaixo) e Diego Stecanela (pianos, sintetizadores e Hammond). Nas participações especiais, Jean Carlos (trompete e arranjo metais), Carlos Schmidt (trombone e bombardino), Rafael Thiesen (sax alto e tenor), Douglas Godoy (percussão), Léo Vieira (voz e backing vocal), Márcio Bicaco (vibrafone), Luiz Zago (arranjo cordas), Iva Girraca (violino e viola) e Érico Schmitt (violoncelo).
SOBRE A CAPA
‘Interlúdio na Beira do Caos’ tem capa com direção de arte de Maurício Peixoto a partir da obra de Salinê Saunders. Assim como o título do álbum sugere, a arte de forte impacto visual de Salinê parece nos oferecer alternativas em meio a profusão caótica de cores e formas. Há ali um choro de uma criança misturado ao choro de adultos, ao mesmo tempo que essas faces transbordam de olhares de afeição e carinho. Pode-se dizer que há também, ali, dúvidas e incertezas, mas também pureza. Um retrato quase perfeito dos nossos últimos 2 anos.