Na sua introspecção artística, Péri encontrou no seu íntimo o momento certo de rever memórias e experiências, aparentemente esquecidas no passado, que guiaram sua infância e seu próprio tempo, para transformá-las em arte. Sua nova obra é fruto desse tempo e traz um caldeirão de emoções traduzidas em melodias que retratam o pensamento da infinitude do tempo. Cenário perfeito para contar histórias e lembranças em composições inéditas no décimo álbum da sua carreira, o autoral “EU E O TEMPO”, editado pelo Selo da Baticum Music.
No momento da pandemia impresso em nossas vidas, o cantor e compositor esteve voltado para a poesia e fechou-se nos primeiros meses de 2020 retomando a obra que começou a rabiscar em 2019, quando deu início ao projeto “EU E O TEMPO”, mas que foi freada pela epifania que o inspirou a gravar o cancioneiro popular brasileiro numa versão minimalista, apenas voz e guitarra semi-acústica, com músicas da fase praieira do conterrâneo Dorival Caymmi, que tanto influenciou sua visão de mundo e atitude como artista, em seu álbum anterior, “O Bem do Mar”, lançado em outubro de 2019.
“Sim, esse álbum de 10 a 12 canções inéditas estava programado para 2019, mas o de Caymmi ficou pronto e saiu antes. Com o advento da pandemia tudo mudou, mas o tema do tempo já estava nas canções e nas histórias que elas contavam. Foi do jeito que tinha que ser, no tempo certo”, comenta Péri, que fará o lançamento inicial de quatro músicas, sendo um single por mês, até a apresentação do conjunto da obra nos próximos cinco meses. O acesso será pelas plataformas digitais do Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, TIDAL e Amazon.
Segundo ele, o propósito anterior já estava marcado na perspectiva do tempo e da arte do sentido da vida, da condição e da existência humana, sentimentos que sempre afetaram Péri e o inquietaram profundamente, desde as aventuras improváveis de sua personalidade silenciosa em seu tempo de crescimento até as descobertas de sabores e religiosidade nos terreiros da Bahia de todos os santos, como na árvore do Tempo. Um reflexo da “tentativa de entender o encontro consigo mesmo, isolados, sem contato aberto, o que representamos para o mundo, o sentido de estarmos aqui nesse plano e nesse tempo. Reviver as memórias é o verdadeiro encontro, a cura para todos os males, e, ao fazê-lo, descobrimos a reinvenção da vida”, completa.
Péri revela que "o mundo virou, e também o tempo das coisas. Agora, temos tempo para tudo, e, isolados pelo vírus, podemos refletir sobre o estranho presente, relembrar do passado mais esquecido, sonhar novos sonhos para um futuro incerto. O tempo é árvore, de frutos, de sombras, de seivas e de raízes que percorrem a terra em busca de afeto, coragem, firmeza, e, na doce ilusão de sermos perpétuos, tentamos dominar o andar dos acontecimentos, mas tudo escapa. O tempo é senhor e senhora, o pai e a mãe do poder, o chão e o teto de tudo, o deus impávido do existir, apesar de nós e de nossa inquietude”.
No álbum "EU E O TEMPO”, o artista contará histórias e cantará lembranças que achava perdidas, revelando a maturidade e a contemporaneidade sempre presentes nos seus trabalhos, que nos traz, em canções, a realidade daquilo que todos estamos vivendo. "É um outro olhar para entender o que se guarda e se perde de uma manhã à outra manhã, é tentar entender o precioso de nós, é aprender com as perdas e celebrar o improvável”, explica.
As novas canções falam do tempo do amor, da saudade, das ilusões, das alegrias, esse universo de sentimentos que arrebatou muitos dos nossos artistas nesses tempos tão doídos. Sobre a relevância desse trabalho atual, Péri declara: “os artistas precisam traduzir o viver, aliviar a agonia dos corações e contar as histórias desse tempo para que o mundo não esqueça.”
Dessa forma, o cantor e compositor trás para todos nós não a tradução desses dias tão sombrios, mas uma obra que ilumina um caminho de esperança com sua música e poesia.
"É uma tentativa de rever as memórias do que vivemos, entender as escolhas. Tivemos essa pausa obrigatória para encarar os fatos e os sentimentos de tudo o que vivemos. Desde as primeiras tenras lembranças até essa encruzilhada em que estamos agora. Não somos mais que o tempo, o tempo é tudo. Temos que fazer tudo da melhor maneira possível, ter paciência, e tratar bem nossos semelhantes, mesmo quando deles discordamos. O tempo é assim, leva, trás, começa, acaba, independe de nós, o tempo reina, nos cabe aprender”, ensina Péri.
Ao longo da sua trajetória, o artista já teve canções gravadas por Gal Costa, Margareth Meneses, Jussara Silveira, Ceumar, Eliana Printes, Bia Goes, Vania Abreu, Ione Papas, Carlos Navas, Zé Guilherme, Patricia Talen e Denise Melo, além de Vanderlei Carvalho, Adriana Dre e Diogo Ramos. Péri também ganhou destaque como finalista do Grammy Latino, do Prêmio TIM de Música Brasileira e do Troféu Caymmi.
FICHA TÉCNICA
1º Single: Eu e o Tempo (Péri)
Guitarra semi acústica e vocais: Péri
Baixo e Synts: Ro Fonseca
Bateria: Marcelo Éfori
Sanfona: Joquinha do Acordeon
Mixagem e Masterização: Ro Fonseca
Gravado em 2019 e 2020: São Paulo/Brasil
Estúdio/Selo/Edições: Baticum Music
SERVIÇO
O quê: PÉRI lança novo álbum de base autoral, EU E O TEMPO
Quando: A partir de 19/02
Onde: Nas plataformas digitais Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, TIDAL e Amazon.
Fotos: Rafael Nogueira
Site oficial: www.peri.art.br
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